Capítulo 3 - A Ossion

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Após um longo banho chamei Polly que me ajudou a secar o corpo e o cabelo, vesti uma roupa confortável, uma camisola cinza quentinha e calças brancas largas e macias de lã, apanhei o cabelo numa trança e agradeci a Polly, dizendo-lhe para voltar antes do almoço.

Sai da casa de banho fechando a porta atrás de mim num suspiro.

O meu quarto era grande e espaçoso com trinta metros de comprimento, com tetos altos, as paredes eram de um azul-pálido e o chão de mármore branca-acinzentada. Havia uma grande cama na parede paralela á da porta, tão grande que nela cabiam quatro pessoas ao lado umas das outras e que podiam dormir sem se dar conta que estavam lá outras três, tinha lençóis quentes e mantas de pelos de animais que a aqueciam nas noites geladas do palácio e duas grandes almofadas.

Ao ver a cama não havia nada mais que Aria desejasse do que deitar-se nela o resto do dia.

O quarto tinha grandes cinco janelas na parede ocidental com cortinados azuis-índigo presos deixando entrar a luz da tarde, a janela que ficava no meio era a maior de todas e levava para uma linda varanda, onde dava vista para a grande cidade para lá das muralhas do palácio e onde Aria podia ver as estrelas á noite.

No teto estavam quatro enormes candelabros de cristal as velas novas, e no meio do quarto estava um enorme tapete quadrado feito de peles de ursos-polares só encontrados a norte do reino, as bordas do tapete tinham sido bordadas com fios de ouro e prata onde estava representado uma numerosa matilha de lobos prateados a correr na floresta dourada, este era suave ao toque dos pés e ela muitas vezes descalçava-se apenas para sentir o calor do pelo e a sua suavidade entre os dedos. Aria adorava aquele tapete, tinha-o desde que nascera, uma prenda dos seus pais. No centro do tapete estavam sobre ele dois sofás em frente um do outro e duas poltronas que ocupavam as duas extremidades todos de tons azuis-claros e com várias almofadas brancas de penas, no centro estava uma grande mesa retangular de madeira com um único pé perfeitamente esculpido que se dividia em quatro ramos ligando-se a cada canto da mesa, como o tronco de uma árvore a dar lugar aos ramos da copa, o tampo era de mármore bege.

Junto às paredes estavam cómodos cor de marfim que tinham sobre eles jarras brancas decoradas com folhas azuis e decorações e esculturas em cristal, um relógio de madeira e ouro.
Na parede contrária às janelas estava uma grande lareira de mármore bege, agora apagada, ainda com vestígios das cinzas da lenha que queimara durante a noite.

Na parede da porta de entrada logo ao lado de uma das janelas estava outra mesa de mármore desta vez redonda com quatro cadeiras de carvalho branco dispostas à sua volta - onde ela tomava diariamente o pequeno-almoço com Elianne.

Entrei na porta à direita da minha cama, levava ao meu escritório pessoal. Era um espaço confortável só dela, na parede do fundo existe uma secretária na qual estudava, de madeira branca que fora entalhada, a parede atrás da secretária estava preenchida por altas prateleiras repletas de livros, era lá que Aria colocava, os seus livros de estudo, história, leis, geografia, das várias línguas que aprendia, além de ter os livros que ela mais gostava, quase todos ela levava emprestado da biblioteca real, Aria adorava ler livros de romance e aventuras para se distrair.

Três grandes janelas iluminavam o espaço, na do centro estava um parapeito largo e acolchoado cor de borgonha, onde ela se podia sentar ou deitar a ler junto à janela a aproveitar a luz do dia. Na parede da porta estava um largo sofá da mesma cor borgonha.

Apesar de querer distrair a sua mente com um bom romance, Aria tinha de acabar um livro de história para uma das suas aulas.

Fê-lo flutuar da estante cheia até às suas mãos. O título era longo:

"Sgaie rougen Aryennes ketra lumir"

A história das Rainhas Aryennes V e VI.

Aria sentou-se no parapeito acolchoado encostando-se numa das almofadas e começou de onde tinha ficado, estava quase no final do livro. Este tinha 1060 páginas, faltava menos de 200 para terminar.

A Herdeira Limitada (DEGUSTAÇÃO) Where stories live. Discover now