15

92 10 0
                                    

No dia seguinte, Luffy estava ansioso pelo seu encontro com Law. Não sabia dizer se era um encontro ou não. Mas estava animado, de qualquer jeito.

- Sanji, o que você acha que vai acontecer? - Luffy tentava equilibrar um lápis sob seu buço.

- Acho que vocês vão transar no terraço - Zoro respondeu, recebendo um tapa do namorado logo depois.

- Não diga esse tipo de coisa! - Sanji reclamou. - Você sabe que o Luffy é facilmente influenciado...

- Talvez não seja uma má ideia.

O lápis caiu, e o queixo de Sanji foi junto.

- O que!? - Se controlou para não gritar, fechando os punhos com força. Queria socar o esverdeado, a sorte foi o sinal ter tocado antes que pudesse fazê-lo.

- Salvo. - Zoro bateu em seu próprio peito.

Sanji lhe mostrou a língua, cruzando os braços e saindo da sala. Andou à passos largos e ágeis até o refeitório. Queria distância do esverdeado.

- Já falei que quem mostra língua pede beijo, mas ele não aprende...

Foi a vez de Zoro se retirar do recinto.

Vendo que os amigos estavam saindo, Luffy procurou sair disfarçadamente, para ir ao seu encontro no terraço. Chegando lá, Law tinha uma rosa em suas mãos.

- Não pense que vou dizer quaisquer baboseiras românticas.

O mais velho disse, estendendo a rosa para Luffy, que apenas sorriu, concordando com o que dissera.

- Não esperava menos de você.

Luffy sorriu calorosamente, estava muito feliz por aquela atitude do mais velho. Examinou rapidamente o local e viu que tudo continuava como no dia anterior.

- Eu sei.

Riu.

- Que bom que sabe - Luffy cheirou a rosa, sentindo o aroma suave invadir-lhe as narinas. Era muito gostoso. - Sabe que isso não muda nada entre a gente, certo?

- Sei. - Deu de ombros - Mas não custa tentar.

Luffy riu envergonhado.

- Como veio parar aqui? - Law começou, se sentando no parapeito. - Digo, neste lugar.

Apontou com a cabeça para a paisagem imensa de prédios, árvores e casas.

- Meu avô - Luffy o acompanhou. - Ele morava aqui, e decidiu nos trazer junto.

- Ah, entendi.

- E você? Como veio parar nessa espelunca?

- Meu pai se mudou para cá para fugir do meu tio. Mas ele nos encontrou de toda forma então...

- Fugir? - Luffy pareceu curioso. - Por que?

- Problemas familiares.

Law respondeu simples.

- Entendo... - Luffy passou a encarar a paisagem. - Mas está tudo bem, certo?

- Está sim. - Law ainda mantinha uma expressão seria no rosto.

- Você sempre tem essa cara? - Luffy suspirou. - Digo, quando vai sorrir de novo?

- Sempre tenho essa cara, e não, nunca mais vou sorrir de novo. - Law teve de lutar contra a vontade de soltar um pequeno sorrisinho perverso.

- Você não consegue...

Luffy fez uma pose de confiança, colocando as mãos na cintura e estufando o peito. Law se conteve para não rir da situação.

- Quer apostar?

___**

O dia havia passado rápido, Luffy nem acreditava que já estava indo para casa. E com Law.

O mais velho havia insistido em levar Luffy para casa, este, que depois de tantos pedidos, apenas aceitou de bom grado. Ao menos não voltaria a pé.

- Obrigado por me trazer.

- Não há de que - Luffy abriu a porta do carro. - Se precisar, me ligue. Ou não.

Luffy riu sem jeito, se retirou rapidamente do carro e assistiu a Law indo embora vorazmente, num piscar de olhos.

- Que carro enorme era aquele? - Ace apareceu na porta, sua aura exalando curiosidade.

Luffy podia sentir os pelinhos de sua nuca se arrepiarem ao escutar a voz do irmão mais velho. Se virou para trás, temendo que o mesmo tivesse visto mais algum coisa.

- N-não devia estar no trabalho, Ace? - Sua voz tremia enquanto analisava a expressão confusa do maior. "O que eu faço!? O QUE EU FAÇO!?"

- Fui liberado mais cedo.

Ace se recostou sobre a batente, ainda pensando no carro que vira ali. Encarou Luffy, como se o mais novo fosse culpado de algum crime.

- Ah, entendi... - Luffy desviou seu olhar para o chão, e depois para o interior da casa. Estava tentando ao máximo não parecer desesperado. - Vamos entrar?

- Claro, claro! - Ace parecia em transe. - Mas você não me disse: Que carro enorme era aquele?

Luffy tentou passar mais rápido por entre os braços do irmão, podia sentir o suor frio descendo por sua nuca e sua testa.

- Hm... eu...

- Luffy, acabei de ver aquele rapaz! - Sabo estava virando à esquina. - Aquele que você me contou! Law!

Luffy se amaldiçoou por ter revelado o nome do rapaz, no dia anterior, para Sabo.

- Rapaz?

Ace franziu o cenho.

- Opa - Sabo se assustou ao ver Ace na porta. - O-oi querido...

- Também voltou mais cedo!? - Luffy sorriu cínico, quase como quem dissesse: "Por que chegou gritando aos quatro ventos o nome dele!?"

- Voltei - Sabo preferiu ignorar a expressão sombria do caçula, e depositou um beijo no marido. - Por que estão aqui fora? Está frio, vamos entrar.

- Frio? Mas tá quase 30 graus... - Ace dizia mas foi empurrado para dentro casa pelo marido, que deu uma piscadela para Luffy.

- Eu vou subir. Tenho lição. - Luffy se retirou do cômodo o mais rápido que podia, tentando ao máximo fugir do assunto.

- Mas Luffy, de quem era...

Ace gritava do andar debaixo, mas apenas a batida da porta do quarto de Luffy foi suficiente para calar o recinto.

- Acho que ele está de mal humor. - Ace tornou a dizer.

O loiro riu antes de responder:

- Pois eu acho que você está sendo um intrometido.

•Cigarros na Lua• |Lawlu| Where stories live. Discover now