8. Adorei Conhecer Edgar, Nathan e Gavin, mas se não fossem pelas armas...

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Às seis e meia da manhã, León e eu estamos dentro da caminhonete saindo de frente pelo portão da garagem. Vestidos casualmente e satisfeitos após um café quente com panquecas meladas, partimos pegando a pista para a fazenda de Edgar com 40 pratos de carne cervídea embalados dentro de uma caixa de papelão na carroceria. Dividir um pouco do cervo que matei com um amigo do meu padrasto me deixou interessado em conhecê-lo, e também o lugar onde ele vive.

Passamos a viagem inteira percorrendo a rodovia entre os muros de árvores da floresta ouvindo os sucessos de Orville Peck, um dos meus cantores favoritos. Ao som de Turn To Hate, León, dirigindo estilosamente com óculos escuros, junta-se à minha cantoria desafinada, batucando no volante e rindo da minha dancinha desengonçada. Foda-se. Admito que adoro chamar a atenção dele.

Cruzando com a zona descampada, as rodas do carro entram em atrito com a estrada, levantando poeira atrás. Mais alguns minutos se passam e avistamos um casarão antigo de dois andares, um celeiro de portas abertas, uma vasta plantação de milho, belos cavalos correndo pelo campo, um chiqueiro de porcos, galinhas ciscando. Finalmente estamos chegando na fazenda de Edgar.

León estaciona o carro próximo de um carvalho. Assim que descemos, somos recebidos por um homem cuja as feições ainda são jovens. O cabelo dourado amarrado num rabo de cavalo, barba encaixada, alto e musculoso. O jeito como ele anda é igual do meu padrasto. Postura de soldado. Mais um ex-militar? Provavelmente. Ele acena e sorri com os olhos.

- E da fumaça surge o homem com a sua maquina imponente - diz ele à León, com uma voz trovejante.

- Olha só. O homem que plantou um lote e colheu seu mundo inteiro - responde León, sorrindo ao dar um abraço apertado no outro. - Como é que vai meu, chapa?

- Nunca estive melhor - Edgar se desgruda do amigo e olha para mim, intrigado. - E quem é esse rapaz com cara de bravo? Tá parecendo que você veio do quartel, meu jovem.

Olha só ele abrindo a brecha pra eu fazer piada.

- Eu tenho mais chances de entrar pro reformatório, senhor - rio, também fazendo ele rir.

León me encara com seriedade no olhar, mas logo volta à sorrir.

- Edgar, esse é meu enteado: Anthony. Anthony, esse é Edgar, um velho amigo que fiz enquanto estive nas forças armadas.

- É um prazer conhecê-lo, senhor - estendo a mão e cumprimento Edgar apertando a dele. Pele áspera, toque quente. Esse cara transmite confiança.

- Ora rapaz. Chame-me apenas de Edgar. Aprecio seu respeito, mas não tô assim tão velho.

- É só a bunda que tá caída, mesmo - zoa León, removendo a capota marítima da carroceria da caminhonete.

- Teu cú, seu cabeça de pica.

- Ooooh. Se for me maltratar, não vai ganhar presentes. Seja bonzinho.

Os pratos com carne de cervo manifestam um brilho de felicidade nos olhos azul oceano de Edgar. Ele carrega a caixa com todos eles enquanto León e eu o acompanhamos para dentro do casarão discutindo sobre a caçada, meu tiro certeiro e as melhores partes do animal. Adentramos na cozinha bem equipada, onde ele põe todo o alimento em cima de uma mesa de madeira com quatro cadeiras e grita chamando pelos nomes de seus filhos.

A porta dos fundos é empurrada e dois rapazes surgem entrando. Um mais velho, um mais novo. Ambos trazendo as mesmas características predominantes do pai.

- Esses são Nathan - Edgar apresenta o caçula de aparentemente 17 anos. O jovem dá um aceno tímido. - E Gavin.

- Prazer em conhecê-los, senhores - gentilmente sorrindo o outro irmão cumprimenta à mim e ao meu padrasto.

Meu Padrasto Irresistível (Romance Gay) - Agora No KINDLEWhere stories live. Discover now