Cap. 12 - Tolice

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É o que idiotas mascarados merecem. Não merecem respeito.

La Casa de Papel - Lisboa
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Henrique deu um leve sorriso e deixou o copo sobre a mesa.

 Foi cômodo pra você aceitar a determinação da justiça e sofrer pela falta da Sofia. Foi cômodo pra você se casar com a 'desequilibrada' da Cecília porque ela te amava e era louca por você. Ela estava aos teus pés como Sofia no passado. É isso que você gosta - disse Henrique, analisando-o.

Você queria que eu tivesse feito o que? Você estava lá, ela foi condenada com as provas, testemunhas e sangue. Você foi o primeiro a mover céus e terras pra que a condenassem - respondeu Marcelo.

— Era minha mulher que foi morta! Era Patrícia que morreu e eu iria até o inferno! Você queria que eu fizesse o que, Marcelo? Esperasse 20 anos?! - retrucou Henrique, afastando-se e passando a mão na nuca, demonstrando esforço para se controlar.

— Marcelo, deixa eu te perguntar uma coisa. Quero que seja sincero - continuou Henrique, aproximando-se com calma. — Você nunca duvidou da culpa da Sofia? Nunca cogitou que ela fosse inocente?

— Sofia não mataria alguém, pelo menos não aquela mulher que eu amava, a que se entregou a mim, que tínhamos planos, mas no julgamento, as provas, as testemunhas... - Marcelo tentava justificar. — Asvezes eu tive dúvidas.

— Sim ou não?! - Henrique cortou a palavra, buscando uma resposta objetiva.

— Durante um tempo eu duvidei, mas depois eu me dei por vencido - respondeu Marcelo, tentando encontrar uma razão.

— E por que você não fez nada?! - Henrique o fitou indignado.

— O que eu poderia ter feito? Não tinha o que fazer, você sabe, não tinha defesa, as digitais dela estavam na arma, eu não vou ficar aqui enumerando tudo que a condenou. Os seus advogados provaram e muito bem - justificou-se Marcelo.

— Agora eu sou culpado?! Marcelo... — Henrique respirou fundo. —  Você, você - apontou o dedo — tinha dúvidas e deveria ter feito o mesmo pela sua mulher. Era você quem tinha que ter ajudado á ela.

— Você tá invertendo o jogo e quer por a culpa em mim dela ter sido condenada, sendo que você também a colocou ali. — Marcelo rebateu com firmeza

— Pois que me peitasse, batesse no peito e dissesse 'a minha noiva é inocente, eu acredito nela, eu a amo', não sei qualquer coisa, mas ter feito alguma coisa Marcelo. Você quer jogar em mim a culpa, mas presta atenção: naquela época eu tinha certeza que era ela e as provas: idem, e faria tudo de novo. Se fosse ela, se fosse você ou Cecília. Eu faria tudo outra vez mil e uma vezes. -Henrique retrucou.— Não venha me culpar da tua da sua covardia!

— E se fosse você? Se não foi ela, foi você. - Marcelo provocava.

— Como é que é? — Henrique encarou-o com firmeza.

— Você, uhm? —continuou Marcelo. — Patrícia não queria mais ficar casada, ela queria ficar com você, mas sem compromisso sério, você insistiu em casar, ter filhos, ela aceitou pra te agradar porque te amava. Ela traiu você e você simplesmente 'perdoou' e aceitou muito fácil.

— Cala a sua boca, Marcelo. Você não sabe nada da minha relação com Patrícia. Se eu a perdoei ou não nunca te disse respeito - respondeu Henrique, irritado.

— Você pode ter se aproveitado da viagem e usado a Sofia como escudo, os advogados eram seus, as provas eles quem mostraram - acusou Marcelo.

Henrique sentiu o sangue subir, prestes a começar uma briga entre eles.

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