Capítulo 9 - Cinco Dias

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Faltava cinco dias. Cinco dias para o seu aniversário, quando eles finalmente chegaram.

A carruagem passou pelo portão do vento - o portão sul da capital - nas primeiras horas da manhã desse dia. Um mensageiro tinha vindo horas antes para nos antecipar da sua chegada.

Eu, Aaron e Lira saímos para junto do portão principal do palácio, Calyrel Viltarin juntou-se a nós pouco depois, os membros de toda a Guarda da Rainha também, mas ainda tínhamos de esperar por Astraea Valaryan, para que ela pudesse baixar o escudo que mantinha há dez anos sobre o palácio real.

Outra medida que fora feita nas últimas semanas fora a segurança, seria apertada, os nobres seriam revistos à entrada do palácio tal como os criados e servos que trariam com eles, apenas aqueles que foram convidados entrariam, tudo sob o olhar atento de Astraea Valaryan que os iria receber, deixando o escudo aberto por algumas horas antes de o voltar a levantar.

A nossa tia chegou pouco depois do meu tio. Levantou uma mão para dar a ordem aos vinte guardas alinhados junto ao portão para que o abrissem. O palácio era fortificado como uma fortaleza, com uma alta muralha a toda a sua volta com trinta metros de altura e cinco de espessura, com ameias e mais de quarenta torreões de guarda em toda a sua extensão.

Os guardas faes abriram em esforço o pesado e alto portão de madeira e ferro.

Aria viu a cidade em todo o seu esplendor, iluminada pelo sol baixo da manhã, a capital estendia-se até ao horizonte.

A manhã estava fresca o suficiente para nos acariciar o rosto, mas não para nos fazer gelar.

Poucos minutos depois ouvimos os cascos dos cavalos a aproximar-se, subiam a estrada real que subia pelo planalto onde ficava o palácio, desde a capital até ao portão. Aria não pisava naquela estrada há dez anos, não depois de a ter percorrido com um Velsinne a obrigá-la na sua mente, Aria lembra-se de ter tropeçado e caído rebolando pela estrada que se não fosse em ziguezague pelo planalto abaixo e não tivesse uma pequena parede de cada lado Aria teria caído do planalto e mergulhado para a morte.

Windfell também é chamada de a Cidade das Torres por ter exatamente cem altas torres esculpidas na própria pedra do planalto onde se erguia o palácio - as torres abrigavam ao todo cerca de vinte mil malares. As torres foram construídas há mais de três mil anos e elas fortalecem o planalto, tal como os malar fortalecem os Valaryan, nas palavras de Aryenne I Valaryan: Elas são os pilares e guardiães da coroa.

As torres tinham cerca de 150 metros de altura, o seu topo não chegava sequer ao cimo do planalto, e não existia entradas terrestres nelas, a única forma de chegar às torres era voar, nelas os malares viveram por três mil anos, criando as suas crias, treinando nos seus quartéis, sempre a patrulhar a cidade, fronteiras ou até partes especificas do reino quando ordenados pelos Valaryan.

Dois grupos de soldados faes vinham a cavalo, um à frente das duas carruagens que apareceram em fila, a primeira era branca, com rodas douradas - o brasão dos Valaryan pintado nas laterais - seis cavalos negros puxavam cada carruagem facilmente adentrando pelos portões abertos. O segundo grupo vinha atrás da segunda carruagem que era mais uma grande carroça cheia de malas e bagagens, e no ar vigiando de perto as carruagens, dois malares voavam com as suas poderosas asas douradas a brilhar ao sol, nas suas armaduras de guerra.

A sua tia ergueu os dedos e a barreira mágica e transparente em volta do palácio ondulou no ar, um buraco abrindo-se na entrada dos portões, permitindo que os cavalos passassem na abertura. Os dois malares voaram perto do chão adentrando ao lado dos cavaleiros.

A Herdeira Limitada (DEGUSTAÇÃO) Where stories live. Discover now