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JEON JUNGKOOK

    Estou em uma ligação internacional quando meu pai entra na sala sem bater, é claro. Quando se é dono de tudo, não precisa bater nas portas. Ele desabotoa o terno feito sob medida e senta no sofá, enquanto eu me apresso em encerrar a chamada.

    Levanto da cadeira e me aproximo dele, mas antes pegando uma garrafa de uísque da adega do escritório e dois copos. Sirvo e ofereço, meu pai brinda antes de beber um gole.

    Aqui... — Aponta com o dedo para a mesa do escritório amontoada de papéis com problemas administrativos que preciso resolver até o final do dia. — Foi o lugar que sempre quis pra você.

    Assinto e bebo um gole da bebida, mas não digo nada.

    Não é segredo para a família Jeon's, que meu pai sempre esperou mais de mim. Assumir os negócios legais e ficar de fora de tudo que fosse perigoso. Eu acho que para ele, sempre serei aquele garoto franzino que precisava de ajuda do irmão mais velho para se defender na escola.

    Mas quando meu avô aos 65 anos foi indiciado em corte federal por mentorar nacionalmente uma sucessão de roubos à bancos e por sonegar impostos, depois preso e sentenciado a 30 anos de prisão, eu sabia que nunca mais o veria.

    Eu fiquei devastado, meu avô era melhor amigo.

    Ele durou 6 anos na prisão e depois de perdê-lo, de novo, eu disse ao meu pai que queria me juntar aos negócios, como meu irmão. Mas o Don negou e disse que eu deveria estudar e ser alguém melhor.

    Era tarde demais e eu não queria ser melhor. Só queria entender e fazer parte da família pela qual meu avô morreu e amava.

    — Não queria que você fosse um mafioso, apenas um CEO — fala, me fazendo encher o copo de uísque de novo. — Era o que seu avô queria. Ele nunca quis que eu envolvesse vocês nisso.

    Eu sei, Appa. Mas não tem como voltar atrás agora.

    Ele bebe toda a bebida do copo e o coloca em cima da mesa, assentindo.

    É aniversário do Kim Dong Hee no final de semana. A família toda vai se reunir, não chegue atrasado e compre um presente — é o que diz ao levantar.

    Fico de pé e concordo com um aceno de cabeça. Meu pai toca meu rosto com uma das mãos e dá um tapa de leve antes de sair do escritório.

    Sirvo outra dose de uísque antes de voltar para o amontoado de papel em cima da mesa. Estou caminhando até à cadeira de vice-presidente quando o celular notifica uma mensagem.

    É o soldado para qual dei a ordem de acompanhar Yunni no encontro com a melhor amiga.

    Abro a mensagem e analiso a foto que recebi.

    Seo-Yun está de cabelos soltos, sentada à uma mesa de frente para uma garota branca de cabelos longos, mas olha para câmera e mostra o dedo do meio com uma das sobrancelhas erguidas.

    Sem saber o motivo, me vejo sorrindo.

    Yunni é um problema.

[...]

    Seo-Yun ainda está fora quando chego no apartamento.

    O relógio no meu pulso marca quase vinte e uma horas. Depois de tirar o sobretudo, pego o celular dentro do terno e digito uma mensagem para o soldado que está com ela.

    “Não importa o que aconteça, traga a garota para o meu apartamento.

    Ok, sou um mentiroso. Um imbecil engravatado. Disse tantas vezes que Seo-Yun podia ir embora quando quisesse, mas a verdade é que não permitiria que isso acontecesse de verdade.

O homem da máfia - Jeon Jungkook e Chong Seo-YunDonde viven las historias. Descúbrelo ahora