one.

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Há pelo menos uma hora, Carolyna estava sentada na cozinha de seu apartamento olhando o convite de casamento da sua irmã que havia chegado em seu e-mail. Ela lia e relia sem parar como se já não tivesse decorado tudo aquilo que estava escrito.

Cada vez que passava os olhos pela tela do celular, o nervosismo crescia dentro de si e com ele vários outros sentimentos conturbados.

O jeito que aquele convite estava a deixando nem tinha tanto a ver com o casamento de Allan, mas porque tinha que marcar se iria levar um acompanhante a cerimônia ou não.

Ninguém deveria ficar tão aflito sobre ir em um casamento sozinho, mas Carol estava. O padrinho do casamento seria seu ex, Gabriel, que além de amigo de Allan, era também melhor amigo de Petra, a noiva dele. E esse era o real motivo para seu atual estado de nervos.

Depois de sete anos juntos, Gabriel terminou todo o relacionamento. Já havia passado dois anos do término, mas ainda não havia o superado. E por não ter superado, não teve muitos encontros durante esse tempo. E por não ter tido muitos encontros, estava solteira. Por estar solteira, não tinha quem levar a cerimônia.

Bem que durante esses 24 meses, tentou superar o término, mas foi tudo tão repentino e amava tanto Gabriel, que aquela pontinha de esperança de tudo voltar a ser como antes permanecia no seu coração.

Gostaria de ter encontrado alguém que fizesse esquecer seu ex, só que ninguém valia a sua tentativa de querer algo a mais.

Para Bruna, aquela famosa frase "Só se cura um amor, com outro amor" estava sendo real. Ela queria curar a ferida que tinha ficado mal cicatrizada, mas não havia outro amor a vista.

Sua melhor amiga, Maria Luisa, dizia que ela tinha que primeiro se abrir para alguém e depois o resto vinha com o tempo. De certa forma, ela sabia que Malu estava certa. Como poderia conhecer alguém legal se não desse a chance a pessoa? Porém, também achava que não precisaria se moldar para caber em um espaço, ou melhor, na vida de alguém.

Não dava para comparecer naquele casamento sozinha. Não saberia encarar toda a sua família e Gabriel sozinha. Tudo bem que teria Malu ao seu lado, ele também havia sido convidado e iria desacompanhado, mas sua situação era outra.

Chegar lá sem alguém, era deixar escancarado que não soube superar o ex.

Ok, ela realmente não soube, mas ninguém além dela e da sua melhor amiga precisariam saber desse detalhe.

Deixando um suspiro escapar dos meus lábios, acabou marcando que iria levar um acompanhante e reenviou o e-mail. Depois que fez isso, seu corpo ficou todo tenso e então engoliu seco.

Desde que ficou sabendo do casamento de Allan, procurou alternativas que a ajudassem. Malu até deu algumas ideias e nenhuma parecia muito boa, só que uma delas iria ter que servir.

Ainda nervosa, procurou no celular o número que tinha salvo há alguns dias e ligou para ele. Muito provavelmente aquela seria a pior decisão que tomaria em sua vida. No entanto, não iria ter certeza se era a pior decisão se não a tomasse.

Poderia se arrepender daquilo? Sim. Mas iria se arrepender mais ainda se chegasse ao casamento do seu irmão, sozinha.

- Alô? - Uma voz totalmente desconhecida e sonolenta invadiu os seus ouvidos. Se já estava nervosa, havia acabado de ficar muito mais.

- Eu queria contratar seus serviços. - disse rapidamente e depois tampou a boca com a mão livre.

Do outro lado da linha, a desconhecida riu, o que fez Carolyna pensar em desligar o telefone.

Muito Bem AcompanhadaOnde histórias criam vida. Descubra agora