18. A Forma da Conexão, O Além do Sexo.

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De olhos fechados, permito-me desfrutar de cada segundo absorvendo o aroma masculino do corpo de León. Já faz algumas noites que venho deitando a minha cabeça no peitoral dele, sentindo o calor vivido do toque dele enchendo-me de conforto. Realmente isso tem começado à diminuir a frequência dos pesadelos, rendendo bons e longos descansos. É como se o cara ao meu lado fosse o meu anjo da guarda.

Essa noite, uma força repentina toma conta do meu ser, lançando-me com mais intensidade sobre ele. A maneira como meus lábios devoram os dele, experimentando a umidade entre nossas línguas e estalando com delicadeza, declara um nível de desejo cada vez mais incontrolável. É um beijo diferente dos outros anteriores. É de alguém apaixonado.

A forma como ele me devolve isso é extasiante, enlaçando-me com os braços fortes dele, massageando minhas nádegas, mordendo a minha bochecha. O hálito quente que sai da boca dele tem um cheiro agradável. A intenção através do abraço do meu padrasto é sempre trazer-me pra mais perto dele.

Ele para, sem fôlego, e encosta a testa na minha.

- O que você tá fazendo comigo, Babyboy? - aquele sussurro rouco faz meu pau arder. - Acho que eu fui um louco. Não hesitei. Nem pensei nas consequências. Agora que é tarde, tudo o que eu desejo é entender por que você é tão viciante.

Contorço o canto da minha boca num sorriso torto.

- Enfim, nós somos dois loucos. Se eu te acusar de sedução, você também me acusa, embora a culpa seja nossa. Mas quer saber? Eu não me arrependo de nada.

- Essa sede insaciável que temos um pelo outro é mais real que o resto do mundo.

- Talvez seja por ser uma coisa proibida.

León desgruda o rosto do meu e me fita com um charmoso semblante genuíno.

- Não. Eu não acho. Prefiro não acreditar que isso seja apenas uma diversão.

- O que você quer dizer com isso? - questiono, intrigado.

- Não é óbvio? Anthony, eu trai sua mãe com você. O meu enteado. Você e eu estamos escondendo isso dela. Apesar de ser indiscutivelmente um erro, eu quero que você e eu signifique alguma coisa.

- Até onde você está disposto à ir com isso?

- Até que só reste você e eu, em um lugar só nosso, vivendo uma vida somente nossa.

Por meio da janela aberta, um sopro de vento adentra pelos domínios do meu quarto, levantando as cortinas, cobrindo a nossa nudez de frio.

- Quer mesmo me levar com você pra esse lugar? - indago sentindo meu coração bombear com mais força.

- Tem uma coisa em você que eu aprecio desde que te conheci. É essa ousadia, dentro do seu coração. Sua mãe não tem isso.

- É porque eu sou mais parecido com o meu pai. Ele sim é ousado. Mas ele foi tanto que deu tudo errado.

Caralho. Eu não devia ter falado sobre o meu pai. Desde que associei a figura dele à uma água escura que emerge dos pés à cabeça, tenho tomado cuidado para não lembrar dele embora León e eu já tenhamos discutido sobre ele uma vez. Acontece que lembranças sobre o homem que me deu vida desperta um péssimo clima.

- Sente falta dele?

Cogito em fugir da resposta, mas do que adianta? Afinal, assim como tenho um compilado de cenas ruins armazenadas na minha memória, também tenho as boas sobre o meu pai. Sendo honesto, odeio ele. Entretanto, ainda creio que um dia eu poderei rever aquele homem bom que tentou cuidar de mim.

- Sim. Eu sinto. Eu queria que as coisas fossem como eram antes de ele se perder. Como o único filho dele, eu acreditava que nenhum vilão me faria mau, até ele não ser mais o meu herói.

- Enquanto formos falhos, um dia seremos heróis, e no outro, vilões. - Pelo menos esse fato me conforta.

- Disso eu não duvido.

- Bom. Eu sendo um ou outro, você é quem eu quero proteger. Não importa o que eu tiver que fazer pra isso dar certo.

- Porra. Cara. Você é meloso pra caralho - cubro o rosto e rio dele.

- Não gosta? - pergunta ele, mesmo que ele já saiba que estou brincando.

- Eu adoro esse seu lado. Nenhum pouco sombrio. Só leve, doce.

- Prepare-se, pois isso está prestes à ficar ainda mais.

Inesperadamente ele levanta-se, arrastando-se pra fora da minha cama. Sobre a bancada do computador, está o celular dele, que ele faz questão de apanhar. Aprecio alguns segundos de costas largas esbeltas e aquela bunda provocante, até ele se virar de frente para mim, mostrando-me os músculos trincados do peito e do abdômen. O jeito safado que ele sorri mostrando os dentes brancos faz eu morder o lábio inferior.

- Mas o que? - o espaço vai sendo preenchido pelas primeiras notas de uma melodia soando do aparelho.

- Vem - ele estende a mão direita e não hesito em pegar.

Sou guiado para o meio do meu quarto. As mãos dele descem pela minha cintura e meus braços se cruzam atrás da cabeça dele. Colado um no outro, movemos os pés conforme o ritmo da música. A letra apaixonante e a voz profunda do cantor da banda Cigarettes After Sex são familiares uma vez que já tenho ouvido aquela canção. León fez a escolha perfeita ao tocar Nothing's Gonna Hurt You Baby pra dançarmos sob a luz do luar.

- Gostaria de ter te conhecido de uma outra forma, que não fosse através de um pecado - digo à ele, pensando no quão a nossa relação parece errada.

- Jamais espere perfeições desse mundo de imperfeições - responde ele, disposto à ignorar qualquer um que fosse julgar a nós.

- Tenho medo de que isso seja muito breve.

- Não tenha. Eu garanto à você que temos muito tempo. Obstáculos virão, mas nunca durarão.

A atmosfera na qual estamos se inserindo é deslocada da terra. Posso sentir que meus pés já não se situam no mesmo chão pelo qual ando todos os dias. É como se uma fenda mágica se abrisse, levando León e eu para onde mais ninguém saberia. Eu sorrio, feliz por ser uma coisa real com uma leve pitada de sonho. Graças ao que a música e a dança estão propondo, dificilmente irei esquecer disso.

- Sempre que ouvir essa música, por favor lembre-se de mim - ele faz o pedido sutilmente no pé do ouvido.

Fecho os olhos e chamo o nome dele com suavidade na voz.

- León.

- Anthony - ele diz o meu antes de consumir a minha boca em um beijo avassalador que me leva de volta pra cama.

Meus dedos passam por entre as mechas macias do cabelo dele enquanto aquela língua lubrifica a minha entrada. O prazer luxuriante vai me amordaçando, arrancando meus gemidos, viciando-me no ato. Caralho. Como eu amo esse homem experiente prendendo a minha alma com a dele.

Dessa vez, quando ele introduz o mastro dele dentro de mim, rasgando-me lentamente, descubro algo diferente. Ele faz isso com tanto amor que tranço minhas pernas na cintura dele. Os poucos segundos de dor são revestidos de puro alívio e tesão. Ele estoca, puxa, estoca. Uhm! Ainda não consigo explicar por quê é tão gostoso ser arrombado por León.

Em algum momento ele vai gozar e gemer tão gostoso que possa ser que eu também faça junto com ele, mas até chegarmos ao ápice, pretendo degustar cada segundo com ele.

Meu Padrasto Irresistível (Romance Gay) - Agora No KINDLEWhere stories live. Discover now