chapter One

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  Se tem uma coisa que eu desejava imensamente, era poder ter a liberdade de viver. Já iria fazer exatos nove meses desde que dei iniciativa da minha fuga para Paris.

E não, não era por estar interpretando o comportamento de uma adolescente mimada. Ao longo de toda minha vida, eu vivi dentro de uma família que escondia um segredo absurdo, que era fazer parte de uma máfia. Eu sabia disso desde muito nova, e também não era muito anormal para mim, já que me poupava de muitos acontecimentos pela minha pouca idade. Mas depois de atingir a minha pré-adolescência, tudo mudou. Papai já não se importava em me mostrar sobre o mundo em que vivia.

Antes, a minha inocência me escondia a verdade, nunca foi um problema. Mas querendo ou não, nós crescemos, e percebemos a realidade em nossa volta.

Toda vez eu via papai e seus homens, indo para lá e para cá. Ou quando eu via papai chegar em casa, com marcas de sangue. Ou quando mamãe foi sequestrada, e tudo foi bem explicado para mim.

Eu tentei ignorar esse fato, mas foi ficando pior. Eu não tinha expressão de viver, era como um casulo, mas a borboleta ainda continuava presa. E eu fiz, com que essa verdade não atrapalhasse minha vida, nem mudasse nada nela. Porém, no dia em que escutei meu pai surrar aquelas palavras, meu mundo parecia desabar. Ele havia me vendido para algum cara, qualquer outra pessoa, da qual nunca vi, e nem sabia o nome. E juro por Deus, que jamais imaginaria que isso aconteceria.

Descaradamente, eu fugi para bem longe daquelas pessoas, mesmo sabendo que isso era perigoso. Ouvi falar que isso dentro da máfia, era o suficiente para matar, seja lá quem fosse. E eu não estava preparada para tal, e me lembro como se fosse hoje, o dia em qual fugi com uma enorme dor no peito. Eu estava com saudades de mamãe, de meu irmão, e fragilmente de meu pai. Estava com saudades de casa.

  À dias eu percebia a mudança de papai comigo. "Deveria estar muito exausto", pensei. Mas também via meu irmão, de certa forma, me olhar com seu olhar de tristeza. E só depois vim entender, o porquê de tudo isso.Fujo e me escondo todos os dias, com receio de me acharem, e planejarem o pior contra mim. Mas o que eu imaginaria? Sei que não posso me esconder para sempre, e isso nem vai acontecer. Então por isso, aproveito o quanto posso, aprecio e vivo, como nunca fiz antes. Um dejavu da minha vida percorre meus olhos todos os dias, como um atormento, e mesmo assim, continuo como sempre fiz.

— No que tanto pensa, minha jovem? – dona Ruth, uma senhora de meia idade, indaga.

— Nada de tão importante. – digo em um sorriso amoroso.

Dona Ruth foi a primeira pessoa que conheci assim que fugi para Paris. Me trouxe para sua casa, após dizer que não tinha um lugar para ficar, e de acordo com ela, me fez essa bondade pois eu era educada e uma boa menina. Tenho tanto à agradece-la por isso.

— Sabe, querida. – ela suspirou por alguns segundos. — Quando eu tinha sua idade, eu era encantada pelas maravilhas da vida. E para isso, fiz o que tinha para fazer, perdi pessoas muito importantes para mim, e isso só fez meu brilho apagar aos poucos.

— É uma pena, dona Ruth.

— O que quero dizer com isso, é que não deixe que isso aconteça com você. Adoro sua forma encantada de ser, e lhe trato como uma filha. Meus filhos estão espalhados pelo mundo, não os vejo à um bom tempo, recebo poucas vezes suas notícias. E ter lhe comigo, é uma boa companhia. – ela sorriu por fim.

— Serei eternamente grata pelo o que fez para mim, a senhora foi como um anjo na minha vida, lhe agradeço por tanto! – exclamei.

— Serei eternamente grata pelo o que fez para mim, a senhora foi como um anjo na minha vida, lhe agradeço por tanto! – exclamei

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Minha Doce e Fugitiva, Noiva. | PJM + RNPDonde viven las historias. Descúbrelo ahora