22. Caminhada Noturna Com Meu Padrasto e... Ca-Ce-Te!

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Não dá. É demais pra mim. Eu já sei que essa noite eu não descansarei em paz. Portanto, levanto a cabeça do travesseiro e me sento na minha cama. Esfrego as mãos no rosto e suspiro sobrecarregado. Em minha volta o breu é predominantemente silencioso.

León mexe-se ao meu lado. Acho que acordei ele. Meu padrasto suspende um pouquinho a cabeça, estudando-me com os olhos entreabertos. Logo, ele se junta à mim.

- O que foi? - pergunta ele com a voz rouca sonolenta. - Tá tudo bem? Teve outro pesadelo?

- É só uma insônia passageira - respondo com o olhar baixo.

Ficamos quietos por alguns segundos.

- Tem alguma coisa te incomodando?

Engulo em seco no segundo em que relembro dele pondo remédio pra dormir na água que ele deu pra minha mãe beber horas antes. Ele não sabe que eu o vi. Pensando bem, é melhor que ele não saiba.

Respondo que não.

- Quer se distrair um pouquinho? - ele sugere e faço "sim" balançando a cabeça.

Cobrimos a nossa nudez vestindo nossos pijamas. Sigo ele pra fora do quarto. Descemos a escada, saímos pela porta da frente da casa e chegamos até a calçada com vista para o imenso céu escuro sem lua e sem estrelas. O vazio da vizinhança é lôbrego e funéreo.

Ele segura a minha mão delicadamente e começa à andar comigo descendo a rua.

- Pra onde tá me levando? - pergunto, curioso.

- Pra onde você quiser - responde ele. - A cidade é nossa. Somos os únicos por aqui. Não tem ninguém pra nós impedir de fazermos o que quisermos. Como seu bom anfitrião, te pergunto: o que gostaria de fazer, meu convidado?

Tento pensar em alguma coisa que possamos fazer enquanto todos ao nosso redor dormem, mas se eu quiser mesmo acalmar meus pensamentos, tem que ser com um pouco de ar fresco.

- Vamos só andar um pouco.

O aperto leve dos dedos dele entrelaçados nos meus chama a minha atenção. Não por ser apenas real, mas sim, pela espontaneidade. Isso me leva à pensar em uma coisa.

- León.

- Hmn.

- Você já se apaixonou antes?

- Uma vez.

- Quem foi?

- Um colega do quartel.

Fico visualizando como ele seria. Alto, musculoso. Inexpressivo como todos os outros militares e brutalmente sexy. Foda. Todos os soldados do quartel não escapam desse padrão sistemático de imagem masculina. Exaladores de testosterona!

- Você ainda o vê por aí? - pergunto com inocência.

- Eu perdi ele.

- Sinto muito - por essa eu não esperava mesmo.

- Tá tudo bem - responde ele, indiferente.

- Vocês já chegaram à ficarem juntos?

- Algumas vezes.

- Como foi isso?

- Éramos como dois soldados fortes por fora, mas um pouco inseguros por dentro. Na época, eu sabia que podia confiar no Edgar, mas fora ele, eu não tinha mais ninguém até me aproximar do cara com quem eu dividia o beliche no dormitório.

"Parecia que ele sabia o que eu tava pensando quando nossos olhares se encontravam em quaisquer circunstâncias. O resto dos rapazes, era como se eles sumissem. Eu chamava ele e íamos para uma das torres de vigilância, especificamente uma quase abandonada. Lá era o nosso canto especial".

Meu Padrasto Irresistível (Romance Gay) - Agora No KINDLEWhere stories live. Discover now