23. Invasão Relâmpago na Fazenda de Edgar.

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Algumas Horas Mais Cedo.

Nathan abre os olhos no meio da noite. A secura na garganta traz uma sensação desconfortável, o que o leva à levantar-se, sair do quarto e ir andando até a cozinha, onde ele apanha um copo e o enche com água gelada de uma garrafa guardada na geladeira. Por alguns instantes ele aprecia a sensação refrescante ao ingerir o líquido.

Decidido voltar para os aposentos depois de esvaziar o copo, ele se dirige para o corredor, parando assim que um baque esquisito vem do lado de fora da casa. Sob alerta, o rapaz se aproxima da janela logo acima da pia. A intenção é ver o que possa ter provocado o tal som.

Em um piscar, uma explosão de estilhaços de vidro ocorre, caindo e se espalhando pela pia e pelo chão. O cano cumprido de uma espingarda invade a passagem. De pressa, Nathan apanha o copo e o arremessa contra o rosto do portador da arma. Um homem, um inimigo.

- Pai! Gavin! Acordam!

O homem retoma a pontaria da arma, mas é interceptado por outro acerto na face, dessa vez de um par de sapatos. O disparo ecoa além do cômodo, as balas perfuram o teto. Nathan colide o punho num dos olhos do invasor e consegue agarrar a espingarda.

- Cadê vocês?! Ajudem aqui! Querem matar a gente! - berra o rapaz desesperadamente.

- NATHAN!

Reconhecendo o grito que veio do pai, o caçula corre em direção de onde veio o chamado, chegando no hall, vendo Edgar bloqueando a entrada da casa com o sofá da sala de estar. As batidas contra o casco da porta são violentas, emergindo um medo em ambos por quem quer que esteja do outro lado lutando para arrombar. O mais velho vai até o filho, tomando a espingarda da mão dele.

- Carregada?

- N-não. Tem balas no armário em baixo da pia - responde Nathan, assustado.

- Eu sei - Edgar corre para dentro da cozinha.

Ele abre a exata porta do armário e tira de dentro a caixa pequena contendo as munições.

- OLHA ELE AQUI! - grita um outro invasor surgindo na janela quebrada apontando um rifle para Edgar.

Sabendo que não dará tempo de recarregar a arma, o fazendeiro está quase convencido de que aquela será a última noite dele. Mas o disparo que ele ouve vai contra o rosto do invasor, espirrando sangue e carne pros lados. O corpo tomba sumindo de vista.

- O meu pai não, filho da puta! - Gavin entra na cozinha com a espingarda ainda apontada pro ponto em que atirou.

- O que tá acontecendo? Quem são esses caras? O que eles querem? - indaga Nathan, confuso e trêmulo.

- Edgar! Traz esses seus filhotes de uma puta pra fora agora! Eles maltrataram o meu menino! - diz a voz revoltada de outro homem, vindo do lado de fora.

- Ah não - Nathan e Gavin trocam olhares de culpa, despertando interesse e pavor no pai ao lado.

- O que vocês fizeram? Respondam! - exige Edgar de olhos arregalados.

Antes que um dissesse, eles ouçam a voz do sujeito mais uma vez.

- Conhece as regras, meu caro. Olho por olho, dente por dente, porco por porco. Vamos te ensinar à não mexer com A Foice.

- Vincent faz parte dos Foice? - questiona Nathan, branco feito um papel.

- É o pai dele. Não escutou? Ele tá aqui pra se vingar pelo o que fizemos com Vincent - responde Gavin, engolindo em seco.

Mais coisas sendo quebradas são ouvidas, alertando os três para o eminente perigo rastejando até eles. Edgar termina de recarregar a espingarda e guarda o resto das balas consigo. Ele pega mais uma espingarda guardada no armário e dá para Nathan.

- Rápido! Pro túnel! Vamos!

Os três disparam para a sala de estar. Lá, Gavin agarra o tapete retangular estirado no chão e o puxa para o lado, revelando um alçapão. Ele segura a maçaneta e suspende a porta quadrada. Nathan é o primeiro à descer pela passagem.

- Pai!

- Vão na frente!

Sem discutir, Gavin desce. Em seguida, Edgar vai atrás, puxando a porta consigo, mas mantendo uma brecha para que pudesse ver os homens circulando por dentro da casa.

Um som de madeira se quebrando vem da entrada da residência. Os passos vão e vem pelo lugar. Respirações são escutadas. Lanternas focam nos cantos. Edgar não faz a mínima ideia de quantos membros da Foice vieram capturar ele e os filhos.

- Onde é que ele tá? - indaga um deles.

Deus, perdoe-me por isso, pede Edgar em pensamentos.

Antes de descer pela passagem, o fazendeiro já sabia que o ângulo dele pra cozinha é próximo. Próximo o bastante para levantar a tampa do alçapão às pressas, deparar-se com 10 traficantes fortemente armados em volta e disparar um único tiro da espingarda no botijão de gás perto do fogão. A explosão é caótica. Os gritos ficam presos na parte de cima quando ele tranca a passagem e olha para Nathan e Gavin, chocados.

- Vai! Vai! Vai!

Juntos, os três percorrem a extensão do túnel com as lanternas dos celulares acesas.

Quem diria que essa saída fosse ser útil um dia. Minha mulher tinha toda a razão. Foi ela quem me disse isso. Que Deus a tenha em segurança para toda a eternidade. Amém.

Meu Padrasto Irresistível (Romance Gay) - Agora No KINDLEOnde histórias criam vida. Descubra agora