Cap. 26 - Lealdade

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🍂 Você tem de se perguntar, quão longe está disposto ir.
- Once Up a Time.🍂

...

Julião se levantou, assentiu e, contornando a mesa, propôs:

- Vamos continuar nossa conversa na sala da Sofia.

Henrique pegou a pasta e sairam, entraram na sala de Sofia e Julião pegou dois copos e os serviu

- Sente-se.

- Não quero - Disse Henrique - Olha Julião eu não tenho muito tempo. Você é uma pessoa que me lembra quem eu costumava ser, quem eu achava que era até a Sofia voltar. - deixou copo sem beber.

Julião recordou:

- Durante os 11 anos que a Sofia passou naquela cadeia , meu pai nunca desistiu dela. Vez por outra ele voltava ao caso. Muitas vezes eu fui com ele. E quando ele conseguiu a redução de pena, parecia que tinha ganhado outra filha. Ele não era um advogado apenas. Ele tinha aquele Dom Mágico que poucas pessoas tem.

Henrique disse com certo pesar o pior momento de sua vida

- Quando eu recebi a ligação que Patrícia tinha sido assassinada pela Sofia, sabe o que eu ouvi? ' Patrícia foi assassinada '. Nesse momento o meu mundo parou. Eu só conseguia lembrar de cada toque, cada risada, cada beijo, cada momento feliz que eu passei ao lado dela. Quando me disse que estava grávida. Nós tivemos problemas mas ela me amava e eu era louco por ela. Eu lutei pelo meu casamento. Lutei pra fazer Patrícia feliz ao meu lado.


Julião lhe compreendia

- Eu nunca te julguei por ter lutado pela mulher que você perdeu. A gente nunca sabe como vai reagir diante de uma notícia dessas, diante da morte de quem amamos. Mas você tinha motivos, você ameaçou a sua mulher. Você colocou advogados e as testemunhas brotaram.

Julião foi a primeira gaveta da mesa de Sofia, abriu e pegou uma foto e mostrou a Henrique. Era de Sofia, Julião e Antônio ( pai de Julião )

- Eu prometi ao meu pai fazer da Sofia uma mulher inocente. - Assegurou Julião

Henrique constatou reflexivo

- Acho que Rosa e você são o que Sofia conhece como lealdade. - Foi sincero.

Julião olhava a foto e Henrique continuou

- Eu fui leal a minha mulher. Não importava se na ligação tenha dito " Sofia assassinou sua esposa". Não importava se eu gostava da Sofia, se era amiga da Patrícia. O carinho que eu tinha pela Sofia virou ódio. A dor de perder a Patrícia só me deu gana de me vingar. Perder alguém é como ter uma ferida aberta que te corrói, que sangra, é como ouvir o telefone tocar e receber a notícia e ela dói como se fosse a primeira vez.

- O que você quer agora? Por que quer que eu confie em você? Você não parece ser o tipo de pessoa que precisa de permissão. - Constatou Julião.

- Eu sempre tento passar a minha filha sobre lealdade. Nunca abrir mão de seus princípios, nunca soltar a mão de quem amamos. Talvez eu descubra que não fui um bom exemplo disso. Mas ... Você defende a Sofia não como um advogado, mas como um irmão. Você é leal a ela. Eu preciso agir, não posso ficar esperando a minha filha receber aquela mesma notícia que eu recebi.

Na ContЯamão - o Amor Te Fará Livre © RETIRADA 29/06Dove le storie prendono vita. Scoprilo ora