31. Momentos Antes Da Marcha de Sangue

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Os dias vão passando e a intensidade dos treinos para a Vingança de Edgar contra os Foice só vai aumentando. O peso do cansaço parece capaz de me vencer à qualquer instante, mas a minha determinação é feroz como a de um urso, sobrepondo-me acima dos meus obstáculos. Caralho! Comecei fraco, dos pés à cabeça. Agora, finalmente estou criando forma, rasgando meus músculos, soando feito um condenado, fodido.

A cada treino diferente, um loop da música Strange Ways do FM Attack ressoa na minha mente involuntariamente. Algo me diz que eu já deveria ter ficado puto e batido minha cabeça contra a parede. Entretanto, isso apenas me inspira por conta da melodia tensa e sombria.

Estou me aprimorando nas técnicas de combate, conseguindo prever os ataques de León, meu mestre. Defendo-me e ataco na hora certa, já chegando à derruba-lo diversas vezes. O mesmo digo sobre os tiros com armas de fogo. As balas, que antes atingiam nas extremidades do alvo, já são capazes de perfurar o centro graças à minha total dedicação e concentração. E pra fechar, meus exercícios físicos, envolvendo até natação no lago, tornaram-se as melhores coisas que mais gosto de fazer.

Para o meu esperado, Gavin e Nathan também estão emparelhados comigo no progresso da mesma jornada. O que mais me impressiona é que Nathan está ficando um pouco mais destemido como o irmão mais velho. Creio que seja por causa da confiança que está se acumulando dentro dele. Inclusive, venho notando o jeito como ele me olha durante as reuniões marcadas seja na cabana da floresta ou na casa da praia. É perceptível um certo interesse.

Creio que Gavin já tenha se dado por conta da mudança de comportamento no irmão mais novo, pois as vezes, ele tem que se segurar para não rir. Reparando agora no mais velho, do início dos treinamentos pra cá, ele tem atrofiado mais os próprios músculos. Sei disso desde que um certo dia ele aproveitou que estávamos à sós no quarto dele para tirar a camisa e me mostrar o peitoral, as costas e o abdômen. A verdadeira intenção era conseguir me atiçar sexualmente. Não rolou sexo, só uns amassos.

- Nathan tá muito afim de te dar uns pegas - contou Gavin, antes de sairmos do quarto.

- Ele tem dezessete anos. Mesmo que fosse em segredo, eu não faria isso - respondi, consciente da lei.

- Daqui à uma semana ele alcança a maior idade.

- Vou pensar no caso. Quem sabe ele perdendo a virgindade pode ser um ótimo presente de aniversário. Não acha? - dei um sorriso torto.

- Chega à ser nostálgico para mim, sendo honesto.

Momentos como esses com Gavin são uma boa descontração para lidar com a seriedade eminente das reuniões. A criação das estratégias exige muito que todos pensem em conjunto. No dia da última reunião, estirado sobre a mesa da sala de jantar na companhia de León, Edgar e Nathan, temos um mapa da localização dos Foice, próximo às terras da extinguida fazenda. Mesmo que seja para termos um pouco mais de noção territorial, ainda não é suficiente para assegurar de que conhecemos realmente o lugar. Então, resta uma única solução vinda do meu padrasto.

- Vamos ter que estudar o local mais de perto. Precisamos ir lá. Edgar e eu faremos isso. Meninos, vocês ficam aqui. Assim é melhor e mais seguro. Voltaremos logo.

Dito e feito, cinco horas se passam e os dois retornam à casa com as informações já mastigadas para orientar Gavin, Nathan e eu. Por meio de fotos registradas por câmera de celular e explicações precisas, obtivemos a noção mais apurada do território dos Foice dentro da floresta, onde há torres de vigilância, cabanas e a tal da famosa plantação de maconha ao ar livre. Quanto aos homens, pelos cálculos de Edgar, parecem ter 26 membros por lá. Ou como já os denominamos, cadáveres.

- Certo. E agora? O que fazemos - pergunto tanto ao León quanto ao Edgar.

- Agora eu pergunto: Estão prontos para meter bala naqueles desgraçados? - interroga León, sério e com os braços cruzados.

- Nem fodendo vamos desperdiçar o potencial que adquirimos com o nosso treinamento - posiciona-se Gavin, estufando o peito com dignidade.

- Eu digo o mesmo. Vamos pra cima. Eles tem que pagar por terem tirado tudo de mim, do meu irmão e do meu pai - responde Nathan, confiante.

E então quatro pares de olhos se viram na minha direção, esperando ansiosos pela minha decisão.

- Se for pra gente morrer, que seja com todos eles.

O resto da noite é dedicado à nossa preparação. Os lados que cada um deve invadir, as armas que levaremos, mochilas com suprimentos. Entre essas e outras coisas, tudo deve estar ao nosso favor amanhã de manhã, pois é quando partiremos para ir à floresta. Declaramos guerra contra os Foice e só o que nós resta é executar alguns integrantes e destruir parte do que eles chamam de "mercadoria". Parece pouco, mas é a única coisa ao nosso alcance.

Por enquanto.

Meu Padrasto Irresistível (Romance Gay) - Agora No KINDLEWhere stories live. Discover now