32. Anjos da Morte

404 39 1
                                    

A manhã começa fria com um céu coberto de nuvens cinzentas sob a floresta, sinalizando a breve chegada de uma chuva, o que parece agradar dois membros da facção Foice lavando as mãos em um lavatório ao ar livre após um farto café da manhã.

- Eu me lembro que ele falou pra minha ex-esposa que só de ele saber que eu era corno, já deixava ele excitado - conta um deles, que usa um gorro verde musgo na cabeça.

- Quem? Seu amigo? - questiona o outro, franzindo o cenho cheio de sarnas.

- Ele mesmo.

- E o que foi que ela disse pra ele? - o cara com rosto de sarnas fecha a torneira que abriu e enxuga as mãos numa toalha pendurada no gancho acima do lavatório.

- Ela concordou. Segundos depois ela tirou a roupa. Mamou aquela rola branca dele. E depois caiu de pernas abertas implorando pra ser fodida com força.

- Caralho. Eu sinto muito, cara. Você não merecia isso.

- Tá tudo bem. São coisas que acontecem. Mas foi gratificante ter compensado isso no dia seguinte - é a vez do cara do gorro pegar a toalha e enxugar as mãos.

- O que você fez?

O indício de um sorriso de satisfação surge nos lábios do cara do gorro.

- Cortei o pau dele. Arranquei a buceta dela. Coloquei aquelas duas porras, uma emendada na outra, em cima do meu armário de troféus. Uma bela recordação de uma lição muito importante que aprendi.

- E qual é? - pergunta o cara com rosto de sarnas, ligeiramente surpreso.

- Sempre olhe pra direção a qual a bala vir.

Inesperadamente o topo da cabeça do homem explode, espirrando carne e sangue. O corpo sem vida tomba no chão de terra, apavorando o companheiro que já olha de imediato na direção de onde veio o disparo da bala. Sem nenhuma cerimônia, León, agachado no galho mais alto de uma árvore, acerta o alvo que restava, bem em cima dos olhos.

Ele desce da árvore as pressas e dá um sinal para Edgar, que passa andando a passos largos pelos cadáveres e dobra a esquina de uma casa de alojamento. Antes que um homem moreno pudesse ter se dado por conta, ele se vira para trás no momento exato em que o machado de Edgar dispara e crava a lâmina no meio da testa dele.

Edgar pisa na boca do corpo e desenterra a arma, correndo logo em seguida para trás dos arbustos, bem na hora em que um berro masculino surge no ar, alertando todo o resto dos membros da facção para uma invasão relâmpago. Logo, ocorre o som agudo de uma sirene.

Todos já estão sob atenção máxima com as armas prontas para atirar nos invasores. Um deles não vê quando Nathan surpreende um cara próximo de uma lixeira com um mata leão e lhe quebra o pescoço. Mais disparos vem à tona e mais mortos vão cobrindo o chão e formando poças de sangue. Gavin não mede limites com a própria metralhadora.

A violência é extrema e não me abstenho dela. Assim como aprendi nos treinamentos, atiro localizadamente na região da glândula pineal. Um, dois, três, quatro. Só vou aumentando o número de seres humanos mortos pelas minhas próprias mãos. Embora eles não sejam inocentes, ainda sim são pessoas que talvez merecessem uma segunda chance na vida, que nunca mais virá para eles.

Deixo o arrependimento para mais tarde e me concentro em finalizar a missão. Nathan e Gavin estão adiantados, explodindo as casas de alojamento lançando granadas para dentro delas. Vejo um cara tentando fugir pela janela, mas ao mesmo tempo a enxurrada de estilhaços atinge ele, matando o na hora.

Antes de León apertar o botão vermelho de um dispositivos em mãos, ele já havia implantado e espalhado vários explosivos nas bases de todas as torres de vigilância. Agora, todos que ainda estão vivos, podem ouvir o monstruosos boom!, seguido pelas bolas de fogo e a queda devastadora das torres, levando alguns homens no alto para uma morte rápida.

O caos vai corroendo todo o território, chegando finalmente na plantação de maconha dos Foice. Com muito entusiasmo, Edgar apanha um lança chamas e cospe fogo em tudo. Toda aquela fonte de investimento para obtenção de lucro é varrida pela destruição até que só reste as cinzas, junto com aquele fedor insuportável da erva. Então, todo aquele mundo verde que deixa usuários chapados some.

- Hey pai!

Edgar olha na direção do filho Nathan, chamando-o para que se aproxime. O rapaz traz, sob a mira do revólver prateado, um cara barbudo ensanguentado. Gavin logo se junta à situação.

- Ele sabe o que fizeram com os nossos animais - diz Nathan, soando devido a ação.

- Por favor... - o tal homem engole em seco, nervoso. - Eu imploro que me deixe vivo. Eu tenho uma família pra cuidar. Me deixe ir.

- Soltaremos você depois que disser o que vocês fizeram com os meus animais que tanto tenho me dedicado na vida para cria-los - garante Edgar, inexpressivo e frio. - Fale.

- Eles trouxeram os bichos pra cá. Acorrentaram todos. Até bateram em alguns. Foi só por um tempo. Depois levaram eles embora... O líder conseguiu um bom preço por eles.

Ninguém tem tempo de piscar no instante em que Gavin acerta um soco no nariz do refém. O som de crack faz os pelos do meu corpo levantarem, e em seguida vejo o sangue escorrendo das narinas do homem.

- Caralho! - xinga o homem, tremendo enquanto as cinzas dançam no ar conforme o vento e o fogo chamusca a madeira.

- Tem algo mais pra dizer? - pergunta Nathan, olhando para o pai, talvez ansiando por um sinal que autorize a execução.

- P-p-por favor. Não faça isso comigo. Eu não sei quem vocês são. Nunca fiz nada pra vocês...

- Nunca fez? - Edgar reage incrédulo. - Por acaso esqueceu que você faz parte da maior facção criminosa do Colorado cujo alguns membros destruíram a minha fazenda, meu único lar.

- Eu trago o líder pra você! Eu trago o cabeça! Mas pelo amor de Deus, me deixe ir!

- Não preciso ir tão longe assim. Isso aqui já é alguma coisa. Um aviso ao líder. Eu prometi à mim mesmo que ia me vingar. E olha onde estou - Edgar estende os braços para o cenário arruinado. - Transformando essa merda num inferno para você queimar junto dele.

- Quando eu atiro pai? - indaga Nathan, já sem paciência.

- Quando quiser, meu garoto.

- Espera...

Todos esperam pelo o que será as últimas palavras do homem barbudo ensanguentado.

- Digam pro meu filho... Digam pro Vincent que eu sempre o amarei - uma dor profunda pode ser sentida vindo dele.

Nathan e Gavin trocam olhares chocados, incluindo-me por último. De jeito nenhum eu esperava por essa.

- Vincent Mackenzie? - o nome sai da minha boca espontaneamente.

O homem olha para mim como se estivesse vendo o próprio filho em meu lugar e é nesse momento que a vida do mais velho chega ao fim assim que a bala se aloja no cérebro dele. O corpo cai aos pés de Edgar, que segura a arma apontada. Ninguém diz nada até que ele fala:

- Jamais se esqueçamos de quem começou tudo isso.

Meu Padrasto Irresistível (Romance Gay) - Agora No KINDLEWhere stories live. Discover now