Capítulo 4 - Agápē

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Bianca poderia ter muitos defeitos, mas ela nunca foi medrosa. A coragem sempre correu pelas suas veias. Desde quando se entendia por gente, ela sempre deu a cara a tapa, sempre teve a gana de ir e fazer.

Nunca dependeu de ninguém ou precisou pedir para que lhe ajudassem, até porque ela aprendeu desde cedo que se você quer uma coisa bem feita, vá e faça-o. Daquela forma, ela não ligou para Mariana naquela noite e muito menos avisou para Rafaella onde iria. Apenas falou com uma única pessoa: Galott. Até porque seria ela quem iria ver.

Enquanto esperava pela ruiva, Bianca sentia o vento gelado bater contra seu rosto e isso a fez afundar mais as mãos contra os bolsos do blazer. Analisava com atenção a cidade em sua frente e não negava aquilo que sentia referente ao país que vivia, a Grécia era linda em todas as partes.

— Junte-se a mim. Eu não mordo.

A frase de Bianca fez Hera abrir um curto sorriso e se aproximar a passos largos. Parou do lado da carioca e observou seu perfil, a curiosidade martelando em sua cabeça para saber o porquê estaria ali. Mas se já havia aprendido algo sobre Bianca era que ela falava o que queria e quando queria. Nada era capaz de lhe pressionar. Pelo menos, ainda não havia descoberto.

— Como sabia que eu já estava aqui?

— Você não é muito silenciosa. — Deu de ombros.

—  Estou aqui no meio da madrugada, sozinha, como você pediu. — A grega murmurou baixo. — Ao menos posso saber como te chamar?

— O recebimento da carga deu certo?

— Sim, o seu amigo é bem peculiar. — Hera sorriu de lado fitando com atenção os traços da brasileira. — Eu aguardei sua mensagem para nos encontrarmos e imagine a minha surpresa ao ler que queria me ver sozinha.

— Pode me chamar de Freitas. — Bianca murmurou ignorando as últimas palavras da grega.

— Freitas... — Hera balançou a cabeça. — É diferente.

— Não é daqui.

— Você não é daqui. Não é mesmo?

Bianca nada mais falou, apenas ficou calada. As vezes, Galott lhe encarava, esperando por algo que saísse da boca da mulher mas ao ver que nada sairia, passou a ficar inquieta. Não era tão paciente, mas suportava Bianca porque aquela ruiva lhe atraia e principalmente, cativava. Tinha algo nela.

— Eu sei que você não é idiota. — Bianca proferiu depois de longos minutos em silêncio. — Então, sei que você já sabe que eu sou casada.

— Sim.

— Apenas quero que fique ciente de uma coisa. — Pela primeira vez, Bianca se virou e encarou a grega. — Não tente saber quem ela é, não ouse procurar nada dela ou tentar descobrir sequer qual é a cor do seu cabelo. Porque se você fizer isso, eu vou me tornar a sua inimiga, Galott. E acredite, eu não quero ter que te matar.

— Acho que você esta enganada, Freitas. Eu nem pensei em descobrir algo sobre você.

— Garota... — Bianca riu baixo. — Eu não nasci ontem e eu não sou idiota. Só quero que saiba com quem você tá lidando.

— E se eu quiser te conhecer?

— Isso não vai acontecer.

— Você não pensa que isso poderia dar certo? — A grega apontou para si e logo depois para a carioca.

— Isso?

— A gente. A nossa aliança pode ser mais forte do que você pensa.

— A nossa aliança vai ser o que eu quiser, Hera. Não pense que irá passar disso comigo, eu quero apenas negócios.

SUPREMACIA - NOVA DINASTIA [ HIATUS ] Onde histórias criam vida. Descubra agora