39. Uma Conversa Interresante Com Quinn Pascal.

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Permaneço parado na calçada em frente ao prédio da escola esperando a caminhonete encostar. A janela da cabine do motorista desce, embora eu já tenha visto que meu motorista não é o meu padrasto, mas sim, Quinn. Transbordando em charme com os óculos escuros, ele alinha os dentes num sorriso.

- Suba à bordo, baby Thony - diz ele.

- Onde tá León? - pergunto, contornando o carro para entrar e ocupar o assento do passageiro.

- Jeffrey, ele e eu passamos a manhã inteira caçando a localização do papai. Ele tá em um motel próximo ao posto Overstone. Os dois pegaram o meu carro e foram pra lá. Vão tentar captura-lo - responde ele, tirando o pé da embreagem e voltando à dirigir pela pista.

- Como foi que eles encontraram o pai de vocês? - ponho-me o cinto de segurança.

- León é um rato veloz nessa coisa de espionagem, graças às forças armadas. Ele rastreou o celular do velho e, strike, achamos ele. Agora, imagine a cara daquele desgraçado quando for pego por eles.

- Estamos indo encontra-los?

- Nesse exato momento.

Dobramos à esquina e seguimos para o Sul. Pegamos uma rua bem movimentada, e nessa hora, um toque estridente vem do celular de Quinn. Nem fodendo ele atenderia avançando o trânsito, a não ser que alguém...

- Atende pra mim, Thony? - pede ele, indicando com a cabeça a região do baixo ventre dele.

Suspendo a bainha da camisa dele e liberto do elástico da calça o celular. Com a tela já acesa, deslizo o dedo no botão verde, atendendo a chamada de León. Colo o aparelho no ouvido.

- Pegou o meu baby boy, Quinn? - sou incapaz de rejeitar um sorriso bobo nos meus lábios.

- Aqui é o seu baby boy falando. Quinn está no volante. Ele já me contou tudo o que está acontecendo.

- Coloca no viva voz - obedeço ao pedido do meu motorista. - León, qual é a situação por aí?

- Tô no estacionamento do outro lado da rua. O pai tá sentado perto da janela com alguns camaradas. Tem até uma puta com eles. Era só o que faltava - bufa meu padrasto do outro lado da linha.

- Puta que pariu. Vai rolar um gangbang dos velhos arrochado mais tarde. Nem imagine - Quinn faz careta de nojo.

- Não antes de eu passar a navalha no pau mole de cada um.

Quinn e eu não contemos nossas gargalhadas dentro do carro.

- Anthony e eu estamos quase chegando aí. Falta sete quadras. Vamos passar pelo House's Kitchen agora.

- Perfeito. Por favor, tragam alguns baldes de discos de frango frito. As barrigas do Jeffrey e eu já estão na espinha.

- Fechou.

- Baby boy, te vejo depois.

- Até depois, amor - despeço-me de León.

- Cringe! - grita Quinn, propositalmente para que meu padrasto ouvisse antes de eu encerrar a ligação.

Dou um tapa na nuca dele, acabando-se de rir com as mãos no volante.

- Dirige essa porra - aponto para frente, rindo também.

Quinn adentra com a caminhonete sobre a área marcada por duas linhas amarelas. Estamos dando a volta no estabelecimento, indo parar na cabine de fast food. Somos agradavelmente recebidos por uma atendente de olhos monólidos bem humorada. Ele pede quatro baldes médios de discos de frango frito e o mesma quantidade vale para os copos de Grape Soda. Esperamos enquanto ela manda alguém preparar tudo.

Ele apoia o braço estendido no encosto do meu assento e suspende os óculos até o topo da cabeça, encarando-me de um jeito sexy.

- Então, conte.

- O que? - indago, confuso.

- Como foi que você e o León se apaixonaram um pelo outro?

Ouvir essa pergunta pela primeira vez faz com que eu prove um misto de felicidade e constrangimento. Não é difícil de descrever, nem de pensar. É uma coisa que eu já sabia que aconteceria, mesmo que fosse errada, pois no fundo, era tudo o que eu queria.

- A minha imaginação foi longe demais. Tudo porque foi amor imediato. Quando eu contei pro León, ele disse que queria satisfazer a minha fantasia. E foi dai que nunca mais paramos.

- Isso tudo por trás da Rose.

Olho para ele meio ofendido.

- Foi mau. É a verdade. Essa história começa com uma traição - defende-se ele.

- Sim, sim. Você tem razão. Nada vai mudar isso - suspiro, frustrado.

- Nem o ódio que ela deve estar sentido por você agora.

- Ela vai me odiar para sempre.

Penso na minha mãe, especificamente naquela tarde que ela confrontou León e eu no meu quarto, cobrando as respostas definitivas do que ela já sabia desde que se deu por conta que estava sendo dopada todas as noites desde que voltou para o Colorado. A forma como ela tomou tudo e depois pôs para fora fez com que as sujeiras entorno de mim ficassem mais vivas, do tipo impregnadas, que nem água as removeria tão cedo. Eu destruí a confiança, e também acho que o amor, que ela tinha por mim.

Eu não passo de um traidor desgraçado egoísta.

- Exagerado. Você é filho dela. Dê um tempo até a poeira sentar e depois vá atrás dela. Conversa com ela. Você tá arrependido do que fez?

- Se eu estivesse arrependido, León não estaria mais comigo - eu teria que terminar com ele, abrir mão do meu homem. E jamais me vejo tomando essa decisão.

- Não se trata do León. Trata-se de você, como filho. Cara, se coloca no lugar dela. Como se sentiria se você fosse a Rose?

- Eu seria um poço de sofrimento, porque perdi duas pessoas que tanto amava - sinto como se eu estivesse engolindo algo pesado.

- Exato - assenti Quinn, sério.

- Mas ela nunca mais vai confiar em mim.

- Só o tempo vai se encarregar disso. Até lá, você precisa ser perdoado. E isso não vai ser uma tarefa fácil.

- O pedido dos senhores está pronto - anuncia a moça na cabine do fast food.

Ajudo Quinn a pegar toda a comida e as bebidas. Os baldes estão tampados e os copos bem agrupados numa bandeja com furos adequada. Ele faz uma transferência de dinheiro virtual para pagar a conta. A atendente agradece e vamos embora.

Meu Padrasto Irresistível (Romance Gay) - Agora No KINDLEحيث تعيش القصص. اكتشف الآن