A deriva em alto mar

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Vamos parar para pensar ele não era o tipo de homem de uma pessoa só, ele nunca seria tudo que ele tinha era as dores que criaram cicatrizes ardentes em sua pele e sua inferioridade que interferia em seus relacionamentos a longo e curto prazo, ele era o tipo de homem viciado em emoção, tudo que ele mais gostava era a adrenalina e o que ela causava em suas veias, como ela o deixava em extase sem precisar encontrar algum corpo quente que o satisfaça, ele é o tipo de homem que busca a adrenalina onde não se deve e por isso quando a mão de ossos longos e dedos finos calejados deslizou pela perna com a granada ele se viu fascinado como nunca antes tinha estado, ele se sentiu como se estivesse vendo uma fascinante obra realista.
Buck era o tipo de homem que era tão viciado em emoções e que essas eram sua base de sustentação como se elas estivessem sustentando um prédio assim como também sua maior ruina, seus relacionamentos não duravam tanto como se era esperando de um homem quase um Deus, ele é cansativo demais.

Doloroso demais.

Emotivo demais.

É um vulcão de emoções reprimidas que espera a hora de entrar em erupção.
Ele sabe disso, mas mesmo assim se sentiu fascinando por aquelas mãos longas e calejadas como uma mariposa atraída pelas chamas ardentes de uma fogueira quase extinta, seus olhos deslizaram pelas veias nas mãos, pelo sangue em seus dedos, tudo naquele homem o fascinava.

—Você vai proteger minhas costas?

—Sim—Buck diz com um pequeno sussurro.
Ele seria um péssimo mentiroso se disser que não, porque quando mais ele olhava para aquele homem mais sua raiva deslizava dos seus poros, ele sabia muito bem que no final das contas ele só tinha medo, um medo enraizado nele desde criança que com o passar do tempo foi criando raízes tão fortes que ele tinha medo de cortar e sangrar como nunca antes sangrou.

Engolindo em seco Buck se virou para olhar o horizonte de dentro de seu carro com o ar ligado, ele não queria sentir o que sentiu quando viu como aquele homem alto e que cheirava a Exercito, não queria com aquele sentimento deslizasse por ele como um manto de uma criança e...Porra, Buck não queria nada daquilo, porque ele se conhecia bem o bastante para saber que se chegasse muito perto para ver as rachaduras daquele homem ele não conseguiria dar um passo para trás, ele sabe que tinha uma queda-quase um penhasco- por pessoas iluminadas, mesmo engolindo em seco ele não pode deixar de ver pelo espelho o reencontro de pai e filho, não pode deixar de olhar aquilo que ele tanto ansiava por anos.

Buck sabia e conhecia muito bem seus vícios, alguns ele adquiriu na barriga de sua mãe e outros ele adquiriu na infância sendo uma criança que só queria chamar a atenção nem que fosse de um desconhecido, alguns ele adquiriu na adolescência quando descobriu que seus vícios eram sua arma e outros na vida adulta a quais os vícios agora se enraizaram, com o passar do tempo seus vícios se tornaram sua base, algo a qual se agarrar.

Seus vícios sempre seriam sua base, algo que ele agarraria com força, porque eram as únicas coisas que lhe sobraram, são os únicos que ficam ao seu lado nas noites escuras e frias.

—Evan. —Uma voz lhe chama tirando das águas escuras e lamacentas de sua mente, a voz parece um farol em meio às águas escuras.

—Sim? — Ele não sabe se é uma pergunta ou uma afirmação, ele não poderia nem saber o que dizer quando aqueles olhos castanhos uísque encontraram seus.

Frios e em forma de navalhas afiadas.

—Deixe-me apresentar uma pessoa—Ele não sabe o que dizer, não sabe o que pensar. —Chris. - A um sorriso em seu rosto, o rosto de pedra fria parece não ser tão fria assim, os olhos brilham como faróis e Buck só pode olhar para ele enquanto seus olhos deslizam daquele homem alto e forte para uma pequena criança do lado dele, é um contraste estranho, mas interessante.

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⏰ Last updated: Jan 17 ⏰

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Caçando estrelas cadentes na estradaWhere stories live. Discover now