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Eu, a Clara e o Hector nos conhecemos desde que nascemos, crescemos juntos e ao longo dos anos acabei desenvolvendo uma paixão pela Clara. Tudo bem, eu era uma criança e não sabia exatamente o que era uma paixão, mas com o passar dos anos eu ficava cada vez mais apaixonado. Aqueles olhos, a risada, a paixão pelo Brasil, a maneira positiva de ver as coisas, tudo isso me fez ficar cada vez mais apaixonado por ela. No aniversário de 12 anos deles, depois de um jogo de verdade ou desafio eu percebi que amava mais do eu imaginava, não apenas como amiga. Mas no dia em que eu iria me declarar para ela, quando tínhamos 15 anos, tudo mudou. Ela simplesmente parou de falar comigo e nunca me explicou o motivo. Eu tentei conversar com ela até hoje, mas ela sempre me ignora e eu acabo me apaixonando cada vez mais por ela.
(...)
Hoje o treino foi extremamente cansativo e tudo o que eu queria era um pastel de carne.
- Tudo o que eu mais queria era um pastel.
- Verdade, a Clara poderia fazer para a gente. A vovó deixou um monte de massa congelada no freezer - diz o Hector. - Ei, Prim e Lamine!
- O que foi, Hector? - fala Lamine se aproximando com Prim.
- O que acham de uma noite do pastel?
- Achamos excelente! Quem teve essa ideia brilhante?
- Claro que fui eu! - digo com um sorriso convencido no rosto.
- Cancela, nunca que a Clara vai fazer sabendo que a ideia veio do Marc.
- Shiuu, Lamine! A gente vai pedir os dois juntos - Hector afirma e olha para mim.
- Boa sorte então! Se der certo, me mande uma mensagem. Vamos indo, Lamine?
- Vamos. Diga para a Clara que eu a amo, viu Marc? Porque ela também me ama, diferente de você - Lamine debocha de mim.
- É por isso que ninguém te quer!!!
- Vai Marc, bate na porta! - fala quando chegamos na casa deles.
- Tá louco? Quando ela perguntar quem é, ela vai vir só para me bater.
- Ela também está com raiva de mim, então vamos só entrar!!
(...)
Tentei falar com a Clara mais uma vez, como sempre faço, e adivinha? Ela não quis conversar. Eu só queria que tudo voltasse a ser como era antes. E o Hector já estava falando mais um dos seus péssimos planos para a gente voltar a se falar.
- Cara, vai dar certo. Relaxa, esse plano é ótimo.
- Que plano, Hector Fort? - E lá estava ela, com mais uma camisa do Barcelona que não era minha.
- Nada de importante, é sobre o jogo.
- Tá bom. Maria!!!! - Fala se virando de costas para chamar a Maria Cozinheira deles.
