Único;

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Crowley adorava os bailes de gala promovidos pela elite de Londres, era a oportunidade de comer e beber do bom e do melhor que tinham a oferecer. Mas é claro que um demônio não estaria em um baile beneficente se não houvesse um motivo maléfico por trás: ele precisava convencer o maior número de pessoas a não doarem um tostão sequer a instituição que visa custear a reforma e amparo de um orfanato de uma grande família londrina.

Ele era bom de lábia, e esse era o problema: isso seria fácil. Jamais admitiria isso para si ou a qualquer outro ser etéreo ou sobrenatural, mesmo sobre pressão do seu lado ou sobre a sombra de ídolos sagrados: ele não queria prejudicar jovens que nada tinham a ver com ele ou seu lado. Tivera de tomar uma atitude perigosa.

Crowley olhou para o seu relógio de bolso, eram nove horas da noite, Aziraphale estava atrasado. Algumas pessoas às vezes vinham lhe falar, trocar duas palavrinhas, mas ele logo as contornava dizendo que esperava por uma pessoa.

"Anjo, onde você está? Eu juro que quando você chegar eu vou fazê-lo desejar ter ficado em casa!" Pensou Crowley, terminando sua taça de champanhe. Ele lançou um olhar para a entrada do salão, impaciente e ansioso, quando seus olhos serpentinos avistaram uma presença avassaladora: as curvas de seu corpo eram ressaltadas por seu vestido bege reluzente em strass. Usava uma estola de pele branca que lhe cobria o busto, e luvas brancas até o topo de seus cotovelos.

Aziraphale estava deslumbrante, talvez a criatura mais bela naquele salão! Mas Crowley não fora o único a perceber a presença da bela mulher, pois assim que seus olhos se encontraram um homem cruzou seus caminhos, cortes e de bons modos, um exímio cavalheiro. E Crowley não gostou nada daquilo.

Pousando sua taça de champanhe sobre a mesa ele saiu em disparada pelo salão abrido espaço entre as pessoas por meio de empurrões e grosserias, qualquer um que o olhara no decorrer da noite agora via um homem ignorante e bruto avançar em direção à mulher e o cortes cavalheiro que lhe dirigia a palavra.

— Boa noite, meu anjo. Por um momento pensei que não viria. — Disse Crowley se aproximando da mulher de maneira ciosa.

— Eu disse que viria. Tive apenas um contratempo com... uma coisa. — Disse Aziraphale, ignorando por completo a existência do ser humano, que agora se ia frustrado por seu cortejo interrompido.

Eles rumaram juntos até uma mesa, onde desfrutaram de duas taças bem servidas de um champanhe de exímia qualidade e canapés de frango de se lamber os beiços.

— Me conte: por que se atrasou? — Perguntou Crowley.

— Uma bobagem: eu estava prestes a sair, quando uma cliente entrou na livraria decidida a comprar alguns livros de astronomia. Foi uma batalha convencê-la a ir embora sem ter que dar um jeito, Deus sabe o que passei hoje.

— Hmm, anjo, você não é de blasfemar — Crowley sorriu, um sorriso que fez Aziraphale suspirar.

Ao mesmo tempo algumas pessoas deixavam suas cadeiras, em suma parte duplas, para se reunir no centro do salão. Em um palco ao longe um maestro erguia sua baqueta, prestes a guiar a banda contratada.

— Pelo visto vão todos dançar. — Crowley ergueu sua taça a um jovem garçom que passava por ali, reabastecendo-a de champanhe.

— Pelo visto, sim. Gostaria de dançar?

Ele fora pego de surpresa, por um momento quase cuspira sua bebida em choque. Olhou nos olhos do anjo, este parecia inquieto. Ela deixou sua cadeira e lhe estendeu a mão, ao mesmo tempo que a música se iniciava em uma valsa contagiante.

— Está falando sério?

— Estou.

— Mas você está de acordo...?

Baile Beneficente - AziracrowNơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ