Cap. 75 - Toca do Lobo

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No tribunal, o tempo parecia desacelerar, como se cada segundo se estendesse em uma eternidade. Henrique esperava sozinho, perdido em seus pensamentos, enquanto observava as paredes impessoais da sala de espera. Cada respiração era carregada de expectativa, cada batida de seu coração ressoava como um tambor marcando o ritmo de sua ansiedade.

Enquanto isso, Julião e Sofia estavam imersos na formalidade da sala do juiz, assinando os documentos finais que selariam o destino de Sofia. Cada movimento era calculado, cada palavra era medida, mas por trás da fachada de seriedade, pulsava a emoção contida, pronta para explodir a qualquer momento.

Quando finalmente saíram da sala do juiz, o mundo ao redor parecia desacelerar. Julião tocou o ombro de Henrique em um gesto de solidariedade antes de se afastar, deixando-os sozinhos em um momento de pura cumplicidade.

Com uma graciosidade suave, Sofia retirou o relógio de seu próprio pulso, movendo-se em câmera lenta, como se estivesse dançando ao ritmo de uma música invisível. Cada movimento era meticulosamente calculado, cada gesto carregado de significado. Ela colocou o relógio no braço direito de Henrique, como se estivesse passando o bastão da liberdade e do amor.

Seus olhares se encontraram em um momento de pura conexão, transmitindo mais do que palavras poderiam expressar. Era como se o tempo se curvasse ao redor deles, criando uma bolha de intimidade em meio ao caos do mundo exterior. As pessoas ao redor pareciam desaparecer, deixando apenas os dois, unidos em um vínculo indissolúvel de confiança e amor.

Então, juntos, eles avançaram em direção à porta, atravessando a recepção com uma leveza quase etérea. Cada passo era cuidadosamente sincronizado, cada movimento cheio de determinação e propósito. Era como se estivessem dançando ao ritmo de suas próprias batidas cardíacas, em perfeita harmonia com o universo ao seu redor.

Do lado de fora do fórum, uma multidão os aguardava, testemunhas silenciosas de seu triunfo sobre a adversidade. O sol brilhava no céu, lançando seus raios dourados sobre eles, como se estivessem abençoando seu caminho à frente.

Para Sofia, aquele momento era mais do que uma simples libertação da acusação injusta; era uma afirmação de seu amor por Henrique, uma prova de que juntos poderiam superar qualquer obstáculo.

O mundo se curvava diante de Sofia, uma mulher que havia enfrentado tempestades e sobrevivido aos vendavais da injustiça. Ela não era apenas uma vítima, mas uma guerreira, uma lutadora incansável que havia desafiado as probabilidades e emergido triunfante. Seus olhos irradiavam uma determinação feroz, uma resiliência inabalável que a tornava invencível.

Sem soltar a mão de Henrique, Sofia abraçava Rosa, Laura. Sorriu emocionada.

Cecília se aproximou, passos lentos, com as mãos na cintura.

- Você conseguiu, pomba lesa. Parabéns.

- Cecília - Henrique a fitou - Já falamos sobre isso.

- Parabéns - Disse Cecília - eu não vou abraçar você. - corrigiu-se.

- A justiça foi feita - Sofia assentiu - Obrigada pelo seu depoimento, Cecília. Me ajudou muito e sei reconhecer.

- Ah, mas o seu advogado adorou me esculachar, não é? 'invejosa, ciumenta' só faltou me chamar de 'louca', como todo mundo - fitou Julião.

- Eu pensei em chamar de 'Cilada'. - Julião se referiu a como Henrique chama Cecília - mas, já disse: eu não sou todo mundo.

Henrique sorriu e beijou a cabeça de Sofia, alisando seus braços.

- Pessoal, hoje vamos fazer um jantar de comemoração. Sofia precisa descansar e a noite ... Vamos comemorar. - Sorriu a sua garota.

- Você está convidada, Cecília... Acho que precisamos ter uma conversa. - Proferiu Sofia.

Na ContЯamão - o Amor Te Fará Livre © RETIRADA 29/06Where stories live. Discover now