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Jade

Abro os olhos devagar tentando me acostumar com a claridade, mas logo sinto uma dor insuportável no peito me fazendo gemer de dor

- amor?

Ouço uma voz distante mas não consigo reconhecer de quem é e caio no sono de novo

Algumas horas depois

- Jade - ouço alguém me chamando e sinto um toque no meu braço

Tento abrir os olhos de novo e ver quem está me chamando, mas tudo não passa de um borrão

- ELA ACORDOU - ouço uma voz masculina gritar pra alguém piorando minha dor de cabeça

- fala baixo - digo ainda tentando enxergar - minha cabeça está doendo

- é você mesmo, já acorda reclamando - ouço a voz do meu irmão e um leve sorriso escapa dos meus lábios

- oi - digo baixo - cadê a Liz?

- está na casa de Dona Lúcia, ela está bem e morrendo de saudade de você - meu irmão responde

- Luan... - começo receosa - e o...

- o TH? - ele completa e sinto um frio na barriga apenas concordando levemente com a cabeça - eu já sei sobre vocês, soube no dia do baile, ele me falou exatamente na hora que tudo aconteceu, não precisa ficar com medo de perguntar

- ele está bem? você não matou ele né? - pergunto e ele ri

- não vai faltar oportunidade, ele tá pior que todo mundo Jade, se culpando o tempo todo pelo que aconteceu - ele responde e meus olhos enchem de lágrimas

- mas não foi culpa dele - respondi com um nó na garganta - ninguém achou que ela era maluca o suficiente pra fazer aquilo

- ela era - ouço a voz da Amanda entrando no quarto e vindo direto me abraçar - como você está?

- acho que estou bem - digo ainda sentindo um pouco de dor no peito - você já...

- já liguei pra ele - ela completa - ele está vindo, sua mãe e a Liz também

- bom dia - ouvimos uma voz da porta e vejo o mesmo médico que vimos quando meu irmão estava no hospital, Doutor Ricardo eu acho - como se sente dona Jade?

- meu peito está doendo um pouco e dor de cabeça, muita dor de cabeça

- é normal pela gravidade do ferimento - ele começa - a senhora levou um tiro que entrou pelo ombro e saiu um pouco acima do seio esquerdo, a senhora teve muita sorte, por pouco não acerta o coração, a cirurgia foi complicada e a senhora ficou em coma por duas semanas

- DUAS SEMANAS? - praticamente grito - aí... - digo sentindo a cabeça doer de novo

- filha - minha mãe chega com a Liz nos braços e vem direto me abraçar - eu senti tanto a sua falta, fiquei com tanto medo - ela diz chorando

- mamãe - a Liz diz e me abraça também

Minha mãe deixa a Liz no meu colo com cuidado e ficamos brincando e conversando por um tempo até que ouvimos uma batida na porta

- posso entrar?

Assim que ouço sua voz um arrepio percorre o meu corpo e nossos olhos se encontram por alguns segundos

- entra TH - meu irmão diz - vem - ele diz segurando na mão da Amanda - vem mãe, tô de olho em você moleque - ele diz dando dois tapinhas nas costas do TH me fazendo rir um pouco

- daqui a pouco a gente volta filha - ela diz me dando um beijo na testa e pega a Liz do meu colo - vocês precisam conversar

Elas saem em direção a porta e param do lado do TH, minha mãe diz alguma coisa no seu ouvido e ele sorri causando borboletas no meu estômago

Ficamos só nós dois no quarto e ele se aproxima de mim me abraçando forte, ignoro completamente a dor e o abraço de volta sentindo lágrimas escorrerem do meu rosto

- me desculpa - ele diz com a voz abafada

- não amor, não faz isso, não foi culpa sua - digo e ele nega com a cabeça

- se não fosse por mim você não estaria em cima dessa cama

- a culpa é dela, só dela - eu respondo

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SEGURANÇA (PAUSADO)Where stories live. Discover now