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|Clarissa|

Foi muito difícil pra mim assimilar tudo isso que aconteceu, e pra falar a verdade minha ficha ainda nem caiu. Nesse momento eu estou no banho refletindo na minha vida que anda de mal a pior, hoje vai ser o enterro do meu pai, na facção tem como se fosse uma tradição de enterrar as pessoas da facção em um tipo de cemitério que eles tem. Quando eu contei pra minha mãe sobre a morte do meu pai, ela chorou bastante, eu até estranhei de início porém ela me confessou que ainda amava ele e sempre o amou, aquilo me deixou muito mal, eles poderiam ter se resolvido e voltado a ser uma família, era tudo que eu mais queria ...

Saio do banheiro e começo me arrumar, coloco uma blusa preta e uma calça jeans de lavagem clara, bem simples mesmo. Sei que vou chorar então não vou passar maquiagem. O Ruan já está pronto, só estava me esperando na sala, ele tá bem calado hoje e eu também estou então nós dois estamos respeitando o espaço um do outro.

-Pronto amor.- falo e ele concorda saindo de casa. Entro no carro e ele segue até a minha casa, pegar a minha mãe lá e seguimos o caminho até o local que eu não fazia idéia que existia.

Chegando lá, que é um lugar bem afastado da cidade, parece ser um sítio mesmo. Avisto pessoas que eu nunca vi na minha vida, uns caras muito sérios, de cara fechada e muita tatuagem, tinham até algumas mulheres que eu não faço ideia com oque elas tinham haver com meu pai, na verdade eu imagino sim porém não irei julgar elas né.
Todos me olham quando me aproximo de mãos dadas com o Ruan e logo alguns caras dos quais eu citei se aproximam de nós.

Pulga: Meus sentimentos aí pô, a toda família.

-Obrigada!

Martini: Valeu aí pô, tamo junto.

Pulga: o comando vai passar pra tu é?- ele pergunta pro Ruan.

Martini: não pô, vai pra ela.

Pulga: Col foi? Vai pra ela porquê?

-Sou filha dele, não sabia?

Pulga:sabia não pô, desculpa aí, satisfação enorme.- apenas concordei com a cabeça apenas e ele saiu dali voltando pra onde estava.

...

Já cheguei do enterro, é como se minha ficha só tivesse caído realmente quando eu vi o caixão dele debaixo da terra, só quem já viveu isso sabe a dor que é perder alguém que ama e ver jogarem terra praticamente em cima dela...
Eu não sei qual o propósito de Deus pra mim e também não sei se eu estou no caminho certo, mas eu quero levar meu pai comigo todo sempre, guardarei a carta dele comigo eternamente e pensarei em casa palavra escrita como se fosse ele me falando pessoalmete, me dá muita saudades dele e eu sei que aumentará ainda mais com o tempo. O Ruan considerava demais ele, ele também sentiu assim como eu.

Ruan foi pra casa, e eu vim pra minha tentar descansar um pouco e também apoiar minha mãe, ela precisa de mim e eu também preciso dela nesse momento. O foda é você ligar a TV e só passar as fotos do seu pai, e o pior ainda são as manchetes que colocam como se ele tivesse sido um monstro, sei que ele realmente foi isso pra muitas pessoas, porém pra mim ele foi o pai que eu nunca tive...

Rebeca: Aí amiga, vem aqui vem- ela apareceu aqui donada mesmo e me abraçou apertado. Rebeca é a única amiga que tá comigo até hoje de Verdade, sempre foi eu e ela, não importa quantas outras se juntam conosco, no fim é nós sempre.

-Obrigada por vim aqui meu amor, você sabe como é importante pra mim .

Rebeca:claro que eu vinha Cla, não ia te deixar passar por isso sozinha, na minha vez a única que me acolheu foi tu, minha menina.- ela beija minha testa e eu abraço ela mais ainda.

-As vezes me dói saber oque a Giovanna fez com a gente... Quando o pai dela bateu na mãe foi eu e você que acolheu ela aqui, até minha casa eu ofereci pra ela vim morar.

Rebeca:eu considerava pra caralho, porém a partir do momento que ela trocou a gente por qualquer uma eu esqueço da pessoa. Você é muito boba Cla, ela não era nossa amiga de verdade.

- você tem razão beca, é que eu esqueço das coisas ruins e foco nos nossos momentos bons, mas se eu lembrar de tudo que ela fez eu me arrependo na hora, e sem contar da voz do radinho aquele dia...

Rebeca:que voz garota?

-antes de ser sequestrada eu pedi reforço pelo radinho, mas eu só ouvi uma mulher falar " morre Clarissa".

Rebeca:amiga tu tem alguma idéia de quem seja?

-Era uma voz famíliar, pode ser três pessoas que eu suspeito, Larissa aquela Kemily lá e eu juro que não queria desconfiar dela, mas a Giovanna também tem chance.

Rebeca:pra te falar a verdade eu não dúvido nada que seja a Giovanna com essa tal de Kemily tá?

-Pois é Beca, mas eu vou descobrir.

Rebeca:Se for a Giovanna pode me chamar que eu meto um cacete nela pra se ligar, e deixar de ser falsa.

- Se for ela, não vai ser nem pra deixar de ser falsa amiga, eu mato ela e quem for que fez isso comigo, por causa dessa porra de sequestro meu pai morreu Rebeca, tem noção disso?

Rebeca:tenho sim Cla, mata que for podem eu quero bater antes- rio dela e fico com ela conversando vários assuntos pra me distrair.

Fizemos várias coisinhas divertidas, umas comidas inventadas também e ela dormiu aqui. Só a Rebeca pra me animar, essa bicha me conhece muito ...











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