capítulo único

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A/N: olha quem apareceu! ontem um tweet (bem despretensioso, por sinal, mas que gerou um reboliço) me impulsionou a finalizar uma one shot que eu havia iniciado uns dias antes e eu confesso que fico sempre imensamente feliz com o quanto vocês lembram de mim, mesmo nessa loucura maluca que têm sido essa nova fase da minha vida.

eu escrevo por mim, mas saber que tem gente que aprecia e valoriza cada uma dessas três mil palavras é, sem dúvida, uma das partes mais bonitas do processo. obrigada!!!!! e à vocês que tão aí sempre lembrando de desatando nós, obrigada também. 💗 até qualquer hora!

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De fato em fato, constato: Alexandre e Giovanna não eram coisa de momento, quem dirá passageira!

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De fato em fato, constato: Alexandre e Giovanna não eram coisa de momento, quem dirá passageira!

Eles já sabiam disso, é claro, há mais ou menos dez anos. Era a sina diária que os acompanhava, que os perseguia em cada esquina, em cada parceria nova que iniciavam, em cada amigo em comum que reencontravam, em cada soneto que em nada se parecia com o antigo, em cada amor que desamavam com facilidade, como o bom e velho karma.

Alexandre e Giovanna sabiam bem como funcionava: uma parceria entre eles iniciava, os personagens lhes eram entregues como uma capa de invisibilidade para que eles vivessem em cena o que suas existências medíocres não lhes permitia viver do lado de fora, e, como bons artistas que sempre foram, eles faziam da arte o maior dos palcos para uma história de amor que jamais seria contada.

Fariam juras de amor ao pé do ouvido, exaltariam a bondade do universo em lhes presentear com mais um encontro, mais uma vez. Fariam promessas absurdamente atravessadas pela paixão, para no fim da noite, sequer terem coragem de subir ao palco das próprias vidas. Permaneceriam na coxia como meros desconhecidos, medíocres como eram, esperando pelo próximo encontro.

Fato é, meus caros, é que Nero e Antonelli sabiam exatamente que a paixão que lhes atravessava o peito não era coisa de momento. Eles definitivamente sabiam, mas tinham ainda mais certeza quando os programas de TV insistiam em exibir o amor que se escondia nas entrelinhas, arrancando-lhes do peito o que às vezes já não podia ser dito: o sentir.

Giovanna estampava no sorriso largo a saudade que sentia ao assistir o casal que nunca havia sido casal, mas que, de alguma forma, jamais havia deixado de ser, enquanto Nero sentia o mesmo ao assisti-la reagir à ambos, já que jamais poderia deixar passar despercebido nenhum detalhe que fosse sobre ela.

Ainda assim, para os dois, quando não mantinham um caso secreto pelos corredores da maior emissora de televisão do país, se encontravam esporadicamente, quando a coragem insana lhe percorria as veias o suficiente para que um deles ousasse ligar.

Então, caro leitor, essa não é uma história nova. É uma história de amor antiga, como Giovanna já havia dito uma vez.

Foi lembrando dessa história que tudo aconteceu naquela noite, no fim de março. Era domingo. Uma chuva de verão havia aliviado o clima insuportável do Rio de Janeiro quando Alexandre ouviu o celular tocar. Só, em casa, sentiu o peito dar um sobressalto quando o nome dela saltou na tela.

espumas ao vento [one shot gn]Where stories live. Discover now