Conto: A Maldição

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Em uma tarde de domingo ensolarada, um casal de nobres passeavam, Lorde Adam e Lady Annelise passeavam pelas ruas de paralelepípedos da cidade com seu jovem filho, George, que era um bebê de 4 meses de idade. Vestidos em sedas finas e joias cintilantes, eles eram a imagem da riqueza e do privilégio.

Enquanto passeavam, os olhares de admiração sobre o casal não eram poucos. Esses dois eram considerados um dos casais mais belos da região, por terem bom gosto para jóias e sedas.

Enquanto caminhavam, um mendigo desgrenhado se aproximou, estendendo uma mão trêmula.

— Por favor, senhor e senhora, dê-me uma esmola… Estou com muita fome. —  implorou com voz rouca.

Logo o Lord Adam o encarou com desprezo.

— Afaste-se de nós, seu imundo. Sei que gente como você quer dinheiro para beber. Não daremos nada para um preguiçoso que não trabalha.

— Mas senhor, estou precisando. Não como desde de ontem. — implorou o mendigo mais uma vez.

— O problema não é nosso. — disse a lady Annelise, enxugando o nariz com repulsa.

O mendigo, cujo nome era Baltazar, sentiu uma raiva fervente crescer dentro dele.

— Então é assim — ele rosnou. — Vocês negam compaixão até a um homem em necessidade. Pois saibam que cada ação tem sua consequência.

Ele apontou um dedo trêmulo para o filho do casal.

— Escutem bem, nobres arrogantes. No décimo terceiro aniversário deste menino, uma maldição cairá sobre ele. Ele se tornará uma besta, um reflexo da monstruosidade em seus corações!

Lorde Adam deu um passo à frente, mas Lady Annelise o segurou.

— Vamos embora, Adam. Ele não passa de um louco!

Eles se afastaram rapidamente, mas as palavras de Baltazar ecoaram em suas mentes, uma sombra de dúvida plantada em seus corações.

Dias se passaram, e o medo crescia conforme se lembrava das palavras do morador de rua. E se fosse verdade? Mesmo que as pessoas achassem bobagem em acreditar em superstição, o medo enchia o coração de ambos.

George foi abandonado ainda bebê em uma floresta sombria. Lá, ele foi criado por um grupo de mercenários que lhe ensinaram a sobreviver e a caçar. Não só isso, como também colocaram o seu nome como Lycan Bloodraven. Ele cresceu forte, ágil e feroz. Eles reconheceram o seu potencial como guerreiro e o treinaram nas artes da espada, do arco e da sobrevivência.

Quando Lycan completou 13 anos, foi levado para fazer o primeiro saque, avançou silenciosamente pela escuridão da noite, o odor metálico de sangue e suor impregnando o ar. A lua, apenas um fino crescente, lançava sombras distorcidas sobre o solo lamacento. Seus companheiros mercenários o acompanharam, cada passo calculado, cada respiração contida.

A vila estava adormecida, mas Lycan sabia que o perigo espreitava em cada esquina. Tesouros roubados, violar jovens mulheres e a promessa de riquezas aguçaram a sede de sangue de cada um. Lycan estava louco para experimentar tudo isso pela primeira vez.

Ele enfrentou um guarda armado, que tentou resistir. Lycan Bloodraven o golpeou com a sua espada, atravessando o seu peito. Ele sentiu uma satisfação ao ver o sangue jorrar, mas também uma dor aguda em seu corpo.

Ele caiu no chão, gritando e se contorcendo. Os seus companheiros pensaram que ele havia sido ferido, mas logo viram que algo estranho estava acontecendo. O seu corpo começou a mudar, a crescer pêlos, garras e dentes. Os seus olhos ficaram vermelhos, e ele soltou um uivo assustador. Ele se transformou em um lobo gigante, que atacou os seus companheiros sem reconhecê-los. Ele matou todos que estavam no seu caminho, até que não sobrou ninguém.

Lycan Bloodraven se tornou o primeiro lobisomem do mundo, mas ele não tinha consciência disso. Ele só sabia que, de tempos em tempos, ele sentia uma fúria incontrolável, que o fazia se transformar e matar. Ele vagou pelo mundo, sem rumo, sem lar, sem amigos. Ele era odiado e temido por todos, e caçado por caçadores de recompensas e inimigos sobrenaturais. Assim como também a sua maldição passou para todos os seus descendentes até os dias de hoje.




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⏰ Last updated: Mar 12 ⏰

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