Os sete

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Na tranquila cidade do Rio de Janeiro, Brasil, sete amigos se reuniam regularmente em uma casa antiga no subúrbio. Daniel, Arturo, Pablo, Ismael, Ryan, Davi, Lucas e Gustavo eram unidos pela paixão por videogames e pela amizade de longa data. Naquela noite, como tantas outras, estavam absortos em uma maratona de jogos, imersos em risadas e competição.

Daniel, o líder do grupo, decidiu fazer uma pausa para buscar água na cozinha. Enquanto se dirigia ao porão em busca do filtro de água, uma sensação estranha o invadiu, como se algo o chamasse. Curioso, ele se aventurou pelas escadas empoeiradas até o porão pouco frequentado. Ao abrir a porta, uma corrente de ar frio o saudou, e a escuridão parecia o envolver.

Ignorando um arrepio que percorreu sua espinha, Daniel avançou cautelosamente. Entre caixas empilhadas e objetos esquecidos, um volume encadernado em couro atraiu sua atenção. Com um aceno de curiosidade, ele retirou o livro da estante empoeirada. Sua capa estava marcada pelo tempo, adornada com símbolos misteriosos que pareciam cintilar à luz fraca.

Com o livro em mãos, Daniel retornou à sala onde seus amigos ainda se divertiam. Ele ergueu o volume antigo com um sorriso triunfante.

"Olha o que eu encontrei", anunciou, sua voz ecoando na sala.

Arturo levantou uma sobrancelha, desviando o olhar do videogame. "Sério, Daniel? Um livro de feitiços?"

Daniel encolheu os ombros, fingindo indiferença. "Claro que não, é só uma bobagem antiga. Mas e se... só por diversão... tentássemos um feitiço?"

Pablo, o mais cético do grupo, revirou os olhos. "Vocês estão brincando, certo? Isso é ridículo."

Ryan, sempre curioso, pegou o livro da mão de Daniel e começou a folheá-lo. "Bem, não custa nada dar uma olhada, certo? Quem sabe podemos encontrar algo interessante."

Após alguma insistência por parte de Daniel, eles concordaram em tentar um feitiço simples, mais para zombaria do que por qualquer outra coisa. Ignorando os avisos silenciosos que ecoavam em suas mentes, recitaram as palavras antigas enquanto seguravam as mãos em um círculo.

Um arrepio percorreu o ambiente quando o porão começou a vibrar, e uma luz intensa irrompeu do livro aberto. Uma onda de energia os envolveu, e o chão pareceu se desfazer sob seus pés.

Quando a luz se dissipou e eles recuperaram a visão, encontraram-se em um lugar completamente diferente. Um lugar de trevas e fogo, onde o ar cheirava a enxofre e o som de gemidos ecoava ao longe.

Eles haviam aberto um portal para o inferno.

Com o coração acelerado, perceberam a gravidade do que haviam feito. E enquanto o medo se instalava em seus corações, uma única verdade se destacava:

Daniel estava preso no inferno.

Olhando ao redor, Daniel viu seus amigos, agora pálidos e atordoados, cercados por uma paisagem infernal. O calor sufocante e a escuridão opressora os cercavam de todos os lados, deixando-os sem palavras diante da magnitude do que haviam desencadeado.

"O que... o que acabamos de fazer?" Davi murmurou, sua voz tremendo de choque.

Lucas olhou para Daniel com olhos arregalados. "Isso é real? Estamos mesmo no inferno?"

Daniel sentiu um aperto no peito ao encarar a verdade inegável diante deles. "Sim, parece que sim."

Uma sensação de desespero começou a se instalar enquanto eles tentavam processar a situação. Estavam presos em um lugar onde a própria noção de esperança parecia uma piada cruel.

Desesperados por respostas e uma forma de escapar, eles sabiam que sua jornada estava apenas começando. Olhando ao redor em busca de uma solução, Daniel avistou uma placa enferrujada ao longe, com as palavras "Academia das Sombras Infernais" escritas em letras negras.

Sombras do infernoWhere stories live. Discover now