Capítulo trinta e nove

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ZANE BRANDO

Pego a sacola com a atendente, a logo da Apple está bem no meio, representando que dentro da sacola tem um aparelho da marca. Ainda vai demorar para Lizzy começar de fato suas aulas, mas quero dar algo que a deixe mais motivada para esse novo período. Por isso vim comprar o último tablet lançado da marca, junto com uma caneta e teclado, minha irmã já tem um tablet e um notebook, mas ela merece um novo. Lizzy merece tudo novo. E se pelo menos um bem material a fazer um pouco mais feliz, estarei cumprindo um pouco do meu papel como irmão mais velho.

– Sério mesmo que você não vai comprar um celular para mim? – Hunter indaga fazendo um bico, me agacho em sua altura, encarando sério meu filho.

– Você não tem idade e nem responsabilidade para ter um celular – informo o que eu e Arizona já conversamos, o menino é muito novo para ter um aparelho telefônico e sabe lá o que ele poderá pesquisar nem nós sabermos.

– O titio Michi facilmente me daria um celular – bem, o titio Michi não tem muitos escrúpulos.

– Então, quando seu tio receber o primeiro salário dele, ele comprará o seu primeiro celular – pisco para o loirinho, que sorri com minha fala, mal sabendo que faltam 5 anos para isso acontecer.

Com a sacola em uma mão e a outra segurando a mão do meu filho, saímos da loja da Apple. Viemos ao shopping na intenção de comprar os materiais escolares de Hunter, mas após ele querer comprar um caderno que custa um rim, decidimos que Ari ficaria encarregada disso sozinha, enquanto eu e o nosso filho passearíamos pelo shopping. Sei que haverá várias fotos nossas nas próximas semanas em vários sites de fofocas, mas tudo bem, às vezes é necessário suportar isso para ter um momento de qualidade com minha família.

– Quer um milkshake? – nem sei porque perguntei, porque com certeza o menino vai falar que sim.

– Claro, papai – um sorriso se abre em seu rosto – com ovomaltine, pode ser?

– Pode – concordo com a cabeça.

Animadamente, acompanha meu filho até a sorveteria, onde pedimos dois milkshakes, um de ovomaltine e outro de chocolate. Sentamos em uma mesa do local, um pouco afastados na parede de vidro, porque mesmo que já tenhamos sido flagrados aqui, ficar um pouco mais discreto ainda é bom.

– Papai, você não acha que a mamãe está um pouco emocional essa semana? – Hunter me pergunta, mexendo no seu milkshake com um canudo de metal – ela chorou só porque falei que amava ela.

– É, ela também chorou quando falei que amo ela – murmuro com isso na cabeça, no início achei que esse sentimento seria porque finalmente eles se mudaram para minha, não, agora nossa, casa, porém, isso não passou.

– Você sabe o que está acontecendo? – nego com a cabeça, porque Ari não quis compartilhar o que está acontecendo comigo.

– Mulheres possuem questões hormonais que às vezes não entendemos – tento explicar o que provavelmente esteja acontecendo com sua mãe – você é muito novinho para poder lidar com isso, então não se preocupe.

– Só tenho medo dela voltar a ficar triste como era antes – ele confessa chupando o canudo.

– Ela não vai ficar, prometo – bagunço seu cabelo, dando um beijo em sua testa.

Seja o que tiver passando na cabeça de Arizona, sei que não tem relação a dor que ela sentiu após a perda de Ethan.

– E se ela ficar?

– Nós iremos fazer com que ela não fique – garanto para o menino, que ainda não parece acreditar em minhas palavras – filho, sua mãe nunca mais vai passar por aquilo novamente.

Lucky loser - livro 1 da trilogia Lucky Potter's Where stories live. Discover now