CAPÍTULO QUARENTA E SETE

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Rose

- Como ela está? - Esme se aproximava do para peito para falar comigo. Estava observando Bree e Jenny se afastando, tornando-se apenas pequenos pontos entre as árvores.

- Em silêncio.

- A duas semanas?

- Sim. Ela está fingindo estar bem. Eu pergunto e ela diz que está, me dá o sorriso mais lindo para depois se virar pra olhar pra qualquer ponto sem vida. Eu não sei o que fazer Esme.

- Continue amando, você está fazendo isso bem.

A olho e tento evitar que ela não veja que estou triste por não poder fazer nada. Minha noiva está se sentindo sem rumo e eu não sei o que fazer, mas nada passa despercebido por ela.

- O que filha? Me conte.

- Eu nao... - Passo as mãos pelos cabelos frustrada. Esme me olhava com um olhar que entendia - E se só amor não for o suficiente?

- Filha, não pense assim. Ela só precisa de um tempo.

- Quanto tempo?

- Quanto tempo ela precisar. Cada pessoa tem o seu, não tem muito o que se pode fazer mas não a deixe esquecer que você a ama e que estará sempre do lado dela.

- Eu sei mas Aquele humana é tão idiota. Eu vi nos olhos dela Esme, aquele mesmo olhar...

- Querida, olhe pra mim.

Faço o que ela pede, Esme segura o meu rosto com carinho.

- Tenho medo que ela se perca Esme. Eu sinto algo errado. Ela me olha como ela mesma, a mesma Jenny por quem eu me apaixonei mas eu sinto, bem lá no fundo, ela não se reconhece. O que eu faço?

- Então a lembre quem ela é. Você pode fazer isso meu bem.

Concordo com a cabeça. Sim, eu posso.

- Você acha que seria melhor nós darmos um tempo daqui? Eu sei que Bella está aqui e tem o Charlie mas você acha que ela iria? Eu sinto que pode ser bom termos um tempo para nós, para ela.

- Eu acho uma ótima ideia. Nós resolveremos as coisas com Bella e o pai delas. Faça as malas e dirija com ela por aí. É uma ótima oportunidade de estrear seu carro humm... O que me diz?

Sorrio com sua sugestão, concordo.

- É uma ótima ideia. Obrigada Esme.

- Pelo que querida?

Esme me dá um beijo no rosto antes de me deixar sozinha novamente.

Sorrio me empolgando com a ideia de viajar com minha noiva. Isso com certeza vai funcionar.
É isso que precisamos.

Vou até o guarda roupa pegando duas malas e logo encho-as com roupas, minhas e dela. Logo estavam cheias.
Separo tudo que é preciso e deixo que seja uma surpresa.

Algum tempo depois minha linda noiva pulava pelo para peito do quarto vindo rápido em minha direção.
A abraço forte lhe dando um beijo na cabeça.

- Oi meu amor

- Oi.

A olho sorrindo.

- Como foi o passeio?

- Melhor que o primeiro - Ela diz se afastando para logo se sentar na cama - O que está fazendo?

Jenny me pergunta olhando para as duas malas na cama. Ela me olha desconfiada o que me faz sorrir mais ainda.

- Estava pensando em fazer algo ruim com você - Começo fazendo-a estreitar os olhos.

- E o que seria esse algo ruim dessa vez?

- O que acha de irmos viajar?

- Viajar?

- É, podemos ir para qualquer lugar.

- Qualquer lugar?

Ela repetia o que eu dizia. Me aproximo sentando em seu colo.

-  Nosso carro está pronto, podemos pegar a estrada e ir pra qualquer lugar por um tempo.

- Nosso carro?

Lhe dou um tapinha no rosto sem machucar. Ela me olhava ofendida que eu tenha feito isso.

- O que acha?

- Eu não sei.

- Podemos ir pra qualquer lugar. Vem comigo. Onde gostaria de ir?

- Eu não sei Rose. Eu... Eu...

Jenny se joga na cama sem saber o que dizer, escondendo o rosto.

- Hey...

Tento olhá-la e seus olhos estavam escuros, havia muita raiva. Minha mulher estava se perdendo e eu não podia deixar que o pior acontecesse.

- Amor, olha pra mim.

Ela não olha de imediato mas faz quando insisto.

- Você é a mulher mais incrível que eu conheço, depois de mim - Sorrio com o que digo e ela tenta não fazer o mesmo - Você tem o coração mais doce que eu já vi. Você é incrível, você é altruísta, bondosa, amorosa, divertida, inteligente. Você é a mulher mais forte que eu conheço. Você não deixa que nada mude o que você é e fodasse o que sua irmã disse pra você, porque você sabe que não é verdade. Você fez tudo o que podia pra que ela estivesse viva, sempre fez e mesmo que ela não consiga ver isso, não muda o fato que você sempre faz. Você é incrível por isso e eu só te amo mais quando você faz essas coisas. Isso é você. Não esquece isso.

Jenny não me olhava e então eu a faço me olhar.

Os olhos dela, seu olhar quebrado me destrói por dentro mas mantenho o rosto sério pra que ela veja isso.

A olho com todo o amor que eu sinto.

Minha garota está tão frágil e eu preciso ser forte por ela.

- Venha comigo. Eu quero que venha comigo.

Seus olhos enchem de lágrimas e isso me quebra e faço o que eu posso fazer. Me deito sobre seu corpo e a abraço como posso.
Seus braços me acolhem e ficamos assim por um tempo.

- Rose.

- Hum?

- E se eu não ser mais aquela garota?

Levanto o rosto para olhar para o seu de lado. Espero que ela continue.

- E se eu não me sentir mais assim? Eu não consigo tirar da cabeça as coisas que ela me disse. O corpo dele no chão, o corpo dela frio e sem vida. Eu repito aquela cena na cabeça várias vezes e eu tentei ser boa, ser aquilo que eu sou todas as vezes mas a troco de que?
Eu só recebi coisas piores por ser uma vampira legal. Vampiros deveriam ser assim? Eles não são assassinos, sem escrúpulos...

- Você se sentiria bem em ser assim?

- Não.

- Então não é essa a saída. Não se transforme naquilo que você não conseguiria desfazer, não conseguiria olhar no espelho e se perdoar. Edward a muitos anos fez coisas que o assombraram mesmo que ele tenha feito isso com um código mas isso leva uma parte de você, uma parte boa. Você quer perder essa parte boa?

- Não. Eu não quero ser uma vampira ruim.

- Então não seja.

- Eu só não quero mais me quebrar. Eu não quero me sentir sangrar com tudo. Eu quero ser forte.

- Você é.

- Não me sinto assim.

- Eu entendo mas eu sei que é e eu ainda quero fazer algo ruim com você.

Dessa vez eu consigo a fazer rir.

- Então faça.

AMOR E MORDIDAS - ROSALIE HALE - POLIAMOR Where stories live. Discover now