Agridoce (Parte II)

6 3 1
                                    

Você percebe que encontrou a pessoa certa quando olha em
seus olhos e enxega tudo o que
você precisa.
🌹✨🌹


Diante de Rosa, Henrique sentiu-se desafiado à altura, ou talvez confrontado pela sua própria consciência.

— Eu queria olhar nos olhos dela e saber por que ela havia feito aquilo — ele justificou, buscando uma explicação que parecia sempre lhe escapar.

— E o que encontrou no olhar dela quando a olhou? Sentiu sabor da justiça sendo feita com a condenação da assassina da sua mulher? Sentiu o dever cumprido? — Rosa indagou, com um tom desafiador.

Ele a ouvia e lembrou daquele dia, quando foi à cela de Sofia.

— Eu senti raiva porque ela não admitiu — ele foi sincero.

— E quando foi atrás dela lá no antigo apartamento feito um maníaco? O que você sentiu? — Rosa o analisava, com um olhar perspicaz.

— Ódio — admitiu. — Ela continua não admitindo... assim como foi quando conversei com ela por um longo tempo. Era uma mistura de raiva, ódio e certa decepção. Eu gostava muito dela, eu a defendia do Rubião, quando o próprio Marcelo brigava com ela, por causa daquele tio — ele relembrou o passado.

— E o que mudou? — perguntou Rosa. — Alguma coisa mudou e você sabe. Seja uma coisa mínima, mas que muda a coisa toda.

— Hoje ela agiu como uma mulher inocente, injustiçada. Na forma de falar e na forma de olhar, eu senti que ela falava como uma mulher inocente.

— Cadê a Sofia? — perguntou Julião, aproximando-se deles.

— Saiu — disse Henrique.

Julião foi procurar Sofia enquanto Henrique ficou reflexivo.

— Sofia é inocente, Henrique — disse Rosa. — Sabe o que mudou? Foi você. A sua forma de olhar a Sofia.

Ele ficou em silêncio, a olhou compenetrado.

Julião encontrou Sofia próximo a recepção e a levou num canto

— Sofia dificilmente Cecília vai ficar presa, ela não tem antecedentes, enfim, vou ver como tá o caso dela, vamos depor amanhã, você eu e o Henrique.

- Qual seu plano? Uhm? - Sofia perguntou

Julião lhe contou seu plano

— Sofia, eu sou advogado e estou ciente das brechas que o advogado dela pode explorar para evitar uma prisão imediata. Podemos usar isso a nosso favor. Você precisa mostrar a Cecília que pode prejudicar sua defesa se ela não aceitar falar comigo. É crucial que possamos obter informações sobre o que realmente aconteceu naquele dia. Eu não posso obrigar o Henrique, o Marcelo muito menos a Cecília a me responder qualquer pergunta , porque o caso não foi reaberto.

Sofia refletia:

— Mas, Julião, você não entende, Cecília nunca vai cooperar. Ela jamais vai admitir nada. Mesmo que Marcelo não peste queixa, mesmo que ela consiga responder em liberdade. Ela me odeia.

Julião:

— Não preciso que ela confesse, Sofia. Tudo o que preciso é que ela aceite conversar comigo. O resto do trabalho é comigo. — foi duro com as palavras — Além do mais é Marcelo quem vai decidir se presta queixa ou não, e nós dois sabemos muito bem que ele não vai fazer isso e antes que ela consiga reverter tudo alegando que o marido dela estava traindo ela com uma assassina.

— É isso que essa cachorra alegou?! - Sofia fitou - que atirou contra mim porque eu "estou com Marcelo?"

— Eu te disse: eu sou advogado eu conheço as brechas que percorreram esse caso - Alertou.

Na ContЯamão - o Amor Te Fará Livre © RETIRADA 29/06Onde histórias criam vida. Descubra agora