Colton105

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Louis Sullivan

Olho pela janela à noite e vejo que a lua está cheia. Gosto de observar a lua e estou no meio do meu plantão, que está tranquilo. A cidade é calma, sem muitas ocorrências, e ficarei até às sete da manhã. Só consigo pensar no que farei de almoço. Até que escuto as sirenes e sei que há algum ferido precisando de ajuda. Ando apressado até a recepção e Hanna revela:

— Vítima de tiroteio a caminho, homem, 29 anos.

— Preparem a sala de emergência. — Peço, enquanto espero a equipe de paramédicos entrar com a maca. Não demora, e os acompanho rapidamente até a sala. Vejo que o homem está gravemente ferido, geme de dor e está baleado em várias partes do corpo. Olho de relance para Hanna, que me devolve um olhar preocupado.

— Ele levou vários tiros no tórax, no abdômen e alguns em outras partes do corpo — explica um dos paramédicos enquanto ajuda a transferir o paciente para a mesa de operações. Ele revela:

— Nós estabilizamos o máximo que pudemos no caminho, mas ele perdeu muito sangue.

— Obrigado. — Agradeço e ele sai da sala. Começo a trabalhar para tentar estabilizar o homem que está escorrendo sangue. Parece que a pessoa que fez isso descarregou toda a munição nele. Peço para minha equipe:

— Precisamos de mais unidades de sangue, agora! E preparem o bloco cirúrgico. Vai ser uma longa noite.

Vejo que a minha equipe se prepara para a cirurgia e reparo em algo estranho no bolso da calça do paciente. Coloco a mão com cuidado e vejo que é um celular. Guardo-o no meu jaleco. Tenho uma noite longa pela frente para tentar salvar a vida do paciente. Assim que me afasto, sinto uma mão me segurar e, ao olhar para trás, vejo que é o homem, que me encara com os olhos castanhos. Ele tenta falar algo, mas não consegue, e eu o tranquilizo:

— Olha, vamos cuidar de você e te salvar. Sou o doutor Sullivan.

Há medo em seus olhos e me arrepio ao olhar para ele, que aperta meu braço e sussurra, enquanto cospe sangue:

— Colton105.

— O quê? — Questiono, sem entender, e afirmo para tranquilizá-lo:

— Não precisa dizer nada. Iremos cuidar de você e tudo vai ficar bem.

— Colton105. — Repete e solta minha mão abruptamente. Começa a convulsionar e tento reanimá-lo. Minha equipe vem até mim; aplicamos medicação e usamos o desfibrilador, mas ele já está morto ali. Olho para o relógio e anúncio:

— Hora do óbito: 01:38.

O encaro antes de sair da sala, tiro as luvas e ando até a sala de apoio, onde preencho o relatório de óbito. Detesto fazer isso, parece que não cumpri meu trabalho. Fecho os olhos por alguns segundos e rezo para que o homem desconhecido encontre a paz. Ao terminar de preencher o relatório, pego o celular na mão, curioso sobre o que há ali dentro. Talvez seja o motivo da morte do homem. Sinto um arrepio descer pela minha pele e decido entregar o celular para a polícia.

Saio da sala e entrego o relatório de óbito para Hanna, que me encara e diz:

— Não descobrimos o nome dele ainda, mas a polícia está lá fora.

— Eles terão que fazer o trabalho deles.

— O gato do chefe de polícia Blackwood está lá fora, esperando o relatório de óbito.

— É a sua chance. Vá lá e eu vou fumar.— A incentivo, sorrindo. Hanna sorri de volta. Ando com ela até a recepção e vejo o chefe de polícia, Vicenzo Blackwood, que me encara. Sinto um arrepio e deveria entregar o celular a ele, mas algo me impede. Ando para fora, acendo meu cigarro e me sento nos bancos, inalando a nicotina que me acalma. Sempre que um paciente falece, fumo para me manter controlado e são.

Amor & Corrupção - LIVRO UMOnde histórias criam vida. Descubra agora