Melanie

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Bem... O que dizer sobre mim? Sou uma garota de 13 anos, estou na oitava série (nono ano, eu sei, mas não me corrija), adoro música internacional (música brasileira é uma perda de tempo), sou boa aluna, etc, etc. Coisas superficiais que qualquer um notaria sobre mim. Se fosse fazer uma descrição de mim mesma fingindo estar no corpo de alguém, provavelmente seria essa:

- Ela é quieta
- Tem poucos amigos
- Tira notas boas
- Vive de segredinhos com uma tal de Bia
- É a queridinha dos professores

Não sei se as pessoas reparam mais que isso. Quem repararia? Vivi a vida inteira escondida atrás de uma muralha de timidez que eu mesma construí. O fato de eu ser reservada, me permitiu ser obediente, logo, sempre fui elogiada, desde pequena, e as pessoas sentiam inveja de mim por isso. Mas os elogios me tornaram uma pessoa competitiva e sempre em busca da perfeição. "Se ser perfeita é a única coisa que me destaca, quero ser boa nisso"- era assim que eu pensava. Mas essas coisas não transpareciam, escondidas sob minha máscara indecifrável e atrás da minha cortina de cabelos ruivos.

Mas o que é isso, quanta melancolia! Vamos por um astral nesse primeiro capítulo, sim?
Aquela que vocês viram é a Melanie do passado. As pessoas me chamam de Mell, e eu adoro o apelido, até por que faz apologia à meus cabelos ruivos (porém não vermelhos, é mais pra uma mistura de bronze com dourado). Eu sou de uma estatura normal, e não sou gorda nem magra, não sei bem como me descrever. Às vezes, sou meio bipolar, troco de humor o dia todo, mas não é como se eu descontasse isso nas pessoas. Minha cor favorita é uma entre o azul e o verde, gosto da banda 5SOS. Não só na escola, sou boa em varias outras coisas. Canto, toco piano e sei desenhar muito bem, resumindo, sou boa em tudo o que eu gosto. Eu era daquele jeito até mais ou menos a quinta série, quando me mudei para a minha escola atual. De cara, comecei a gostar de um garoto, fiz (e desfiz) amigas, minhas notas caíram (e subiram de novo, AMÉM), passei por uma série de coisas pelas quais não esperava. Minha vida virou de cabeça para baixo quando entrei lá, e é lá que estou até hoje. Inclusive, não esperem que eu tenha vivido um romance, gostar de alguém não significa que você vai ser correspondida, talvez o cara simplesmente te ache estranha e prefira dar em cima da sua amiga. É, a vida é dura. Bom, o fato é: no ano passado, percebi que eu precisava dar um "up" in my life. Eu não tinha uma motivação, um incentivo. Passar de ano era fácil e não tinha que me preocupar com mais nada. Então, no meio da aula de história, fiz uma lista no meu caderno com coisas que eu esperava acontecer na minha adolescência para que ela fosse interessante. Afinal, era um tédio ser eu, enquanto meus colegas de sala pegavam geral e iam à festas, eu e minha melhor amiga apenas conversávamos e saíamos aos sábados. Ao final da minha lista, contei 10 ou 11 coisas que eu queria que acontecessem. E me dei conta de que não iriam ocorrer sozinhas. Eu precisava levantar, ir à luta, fazer acontecer, parar de me esconder e de ser uma idiota que aceita tudo à minha volta. Planejei uma estratégia com a minha melhor amiga (Bianca, ou simplesmente Bia), para fazer com que todas essas coisas acontecessem. Incluí na lista, alguns pedidos dela, e fomos à luta.

E... É claro que NÃO deu certo. Eu sabia que não ia dar. Os meninos de quem a gente gostava nem notavam que fazíamos um esforço a mais por eles, e desde o início algo me dizia que sempre seria só uma diversão, esses meus "planos". Porém... Como mágica, esse ano as coisas iriam melhorar. E muito.

Os 26 Planos da Minha AdolescênciaOnde histórias criam vida. Descubra agora