Férias em Beverly Hills

PILOTO

A manhã dessa quarta-feira começou um pouco cedo demais para o que parecia, as pessoas em Frederick City, Maryland, andavam depressa demais do que o de costume. O verão estava logo ali na porta e as pessoas não perdiam tempo em lojas de roupas, sapatos, bolsas e principalmente as joias clássicas da fama. Já eu, Victoria Bottom tenho 16 anos e nunca fui dessas de curtir esses momentos em ruas com várias pessoas cheias de odores ao meu redor gastando dinheiro á toa, sempre fui o tipo de "garota" que curti ficar presa no seu quarto com um vidro de M&M's e uma maratona de séries o dia todo, curto rock, bons livros americanos, e sim, eu sobrevivo por pizza.

E lá estava eu em meio a janela marrom do meu quarto cheia de flores por causa do meu dom de decorar desde 2001 que até hoje nada foi inventado para retirar, deitada na cama e lendo meu livro favorito da semana.

- Vic, desçe logo daí! Está atrasada para sua aula. – Falou minha "doce amada" mãe

- Tá mãe, tô descendo, mas ainda não sou o Barry Allen. – Respondi-a sem sarcasmo

Enquanto eu descia pelas escadas do corredor, vi meu pai saindo do escritório logo ao lado da cozinha. Pela cara dele achei que fosse dizer algo ruim, algo destruidor, mas não, o que ele disse foi algo pior do que todos os xingamentos da galáxia.

- Família, vamos para Beverly Hills nesse verão. – disse meu pai, mais conhecido como John Bottom

Nesse momento eu imaginei, eu pensei por um minuto em o buraco em que a Alice no país das maravilhas caiu, e nesse minuto era isso que eu desejava cair em um buraco com nenhuma maravilha. Eu sou a pessoa que mais odeio sair de casa da vida, eu odiava ter que respirar o mesmo ar que os outros, eu odiava ter que conviver com as pessoas medíocres desse mundo, ninguém me entendia, eu era conhecida como a "Antissocial Socialista" Socialista pelo modo de não concordar com a maioria das teorias. A terra não foi feita pra mim, sempre achei que meu lugar fosse no planeta chamado "Meu amargo quarto" onde eu poderia viver sozinha. Mas o pior disso tudo era ter que aturar a minha família por 5 horas de viagem. Eu, minha mãe Mary, meu pai John, e além do mais o Matt meu irmão mais novo que nesse momento deveria estar em um clube de Lacrosse com vários meninos sem graça fumando e bebendo como modo de se divertir em vez de está na escola, lugar onde eu deveria estar.

                                                                                               

XxX

Chegando ao meu último dia de colegial para início de verão estava tudo a maior festa, balões, bandas cafonas tocando, pessoas usando máscaras, professores mais animados do que nunca, barracas de ação de graça, concurso para voz, e assim que olho para frente do ginásio de futebol me deparo com meu irmão e mais quatro amigos conversando e tirando sarro na escada da entrada da Frederick High. Pobre de mim e das pessoas que não imaginaríamos o que aqueles "vagabundos" estariam imaginando e criando melecas na cabeça com aquela bagunça toda de verão.

Naquele último momento veio na minha cabeça o que não poderia mais sair, de como que eu poderia passar dois meses com minha família em pleno verão em Beverly Hills. Meu pai e minha mãe sempre foram esses de querer passar momentos em família, mas eu não. Sou totalmente diferente da minha família, apesar de ama-los e odiá-los ao mesmo tempo. Ás vezes até penso se sou mesmo filha deles ou se é alguma brincadeira de mau gosto do universo contra mim. Quando eu era pequena sempre fui apegada demais a eles, mas depois que o Matt nasceu tudo mudou. Comecei a ser só eu, a pensar só em mim e ser a pessoa mais chata do universo. (É o que a Serena e a Britney insinuavam) Serena e Britney são minhas melhores amigas desde os nossos quatro anos de Idade, curtimos sempre as mesmas paradas e costumes e compartilhávamos qualquer coisa que vinhesse a cabeça. E lá viam elas direto de dentro da escola para me contarem uma novidade que já era de costume eu ouvir: O baile de verão que estaria para acontecer hoje á noite como despedida para o próximo período. Elas estavam mais ansiosas que a própria pista de dança que iria receber aqueles nojentos pés de pessoas se movendo e pulando naquele local.