Capítulo Único

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Marinette

-Marinette, acorda! Marinette!- diz Tikki, minha kwami, puxando a coberta da minha cama.

-Hum... Me deixa dormir, Tikki...- falo. Hoje é domingo, por que ela está me acordando? Não tenho nada pra fazer.

-Mari, são seis horas da noite! Você vai se atrasar pra patrulha com o Chat. - espera, seis horas da noite? Como que eu dormi tanto?

Ah, acabei de lembrar que passei a madrugada e a manhã costurando roupas. Acho que fui dormir meio-dia.
Levanto da cama e sinto muito frio, afinal, estamos no inverno. Daqui a meia hora começa a patrulha. Escovo os dentes e tomo um banho rápido.

-Ah, eu vou indo. Tikki, transformar!

Em poucos segundo já estou vestindo meu uniforme de Ladybug. Estou prestes a saltar da janela de casa. Mesmo com essa roupa mágica eu sinto frio. Ah, dane-se. Eu já estou atrasada, não quero fazer Chat me esperar.
Salto da minha janela para ir à Torre Eiffel, o nosso ponto de encontro.
Chego lá em poucos minutos e avisto Chat Noir. Ai ai, ultimamente aquele gatinho me faz sentir confusa em relação aos meus sentimentos.

-Olá, My Lady.- diz ele cantarolando. Em seguida, ele beija minhas mãos.

-Oi, gatinho.- eu digo, esboçando um sorriso.-Vamos começar a patrulha?

-Vamos lá.

A patrulha é um momento que nós reservamos pra ver se está tudo em ordem com Paris. Geralmente é nos fins de semana e de noite, quando Paris está mais calma.
Nós começamos a patrulha no limite leste da cidade. Não há nada de errado por lá, exceto pelo fato de estar mais frio do que na Torre Eiffel.

Adrien

Havia passado bastante tempo do início da patrulha (umas duas horas, talvez?) e por sorte não tinha nenhum akuma ou alguma pessoa louca andando por aí. E como sempre, num dia de inverno aqui em Paris, está bem frio, apesar de eu estar vestindo uma roupa mágica. Eu estou bem cansado.

-My Lady, melhor fazermos uma pausa em cima daquele prédio ali...- aponto para um prédio perto da padaria dos pais da Marinette.

-Estou exausta.- ela suspira. Ficamos na laje do prédio. Sentamos lado a lado na beirada. Ficamos quietos, observando a cidade. Quer dizer, apenas Ladybug está observando a cidade, pois eu, mesmo eu que tente desviar meu olhar, só consigo observá-la. Ela está balançando as pernas e cantarolando baixinho. Seus cabelos preto-azulados balançam com o vento. Seus olhos azul claro brilham com a luz do luar.
Meu coração começa a disparar. Eu sou apaixonado por Ladybug desde a primeira vez que a vi. Amor a primeira vista, como dizem. Ela é linda e encantadora, eu amo tudo nela. Eu gostaria de saber quem é ela por trás da máscara, se ela é igual a Ladybug, ou uma pessoa totalmente diferente, como eu. Como Chat Noir, eu faço coisas que nunca faria como Adrien. Eu me solto. Chat Noir é um eu mais extrovertido e engraçado.
Percebo que Ladybug começa a tremer um pouco e a ranger os dentes. Será que ela está com frio? Que pergunta, é óbvio, ainda mais com a brisa fria de inverno. Até que estou com frio, mas não me incomodo. Afinal, eu sou tipo um gato de rua.

-My Lady, está com frio?- eu pergunto. Ladybug afirma com a cabeça. Eu me aproximo mais dela e a abraço. Sinto seu coração batendo. Esse abraço é tão reconfortante pra mim. Esqueço tudo, meus problemas, as pessoas que podem estar nos observando lá em baixo... tudo. Agora, pra mim só há eu e Ladybug. Todos os sons da rua parecem não existir mais. Só ouço minha respiração e as nossas batidas do coração.
Ela segura a minha mão.
-E agora? Está mais quente?- sussurro em seu ouvido.
-A-Ahn, ehr... sim. Mas ainda está frio. Não que eu diga que o abraço não foi quente, ou que eu não gostei, ou que não foi quente o suficiente... erhh, eu amei o abraço!- diz ela, gaguejando e corando. É tão engraçado, é a primeira vez que ela age assim. Eu me permito soltar uma risadinha.

It's Cold OutsideWhere stories live. Discover now