Quando ela se perdeu de DEUS, de si mesma...

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                Nicole foi para a varanda de seu apartamento, seus longos cabelos dourados balançaram com o vento que uivava e os agitava, parecia brincar alegremente com aquelas mechas onduladas. Levantou os olhos caramelados para o céu, as nuvens escuras se movimentavam rapidamente, anunciando que uma grande tempestade estava por vir sobre a cidade de Fortaleza.

Não pôde evitar de comparar aquele céu cerrado, onde não se podia enxergar nenhuma estrela ou a lua cheia da noite anterior, com sua vida. Sim, sua vida naquele momento estava cinza e melancólica.

Engoliu em seco ao lembrar de uma amiga. Não, amiga não, era alguém que infelizmente a influenciou a tomar atitudes das quais não se orgulha...

— Só um gole, toma, deixe de besteiras, não vai querer ser marcada por ser careta e não fazer o que todos fazem aqui na faculdade, né?

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— Só um gole, toma, deixe de besteiras, não vai querer ser marcada por ser careta e não fazer o que todos fazem aqui na faculdade, né?

— Mas Becca, eu não sei se devo, nunca bebi antes, acho que é errado e eu... – baixou o tom de voz:

— Sou cristã.

— Não tem problema nenhum, eu também sou e olha pra mim! – tomou todo o copo de whisky de uma só vez, fazendo um barulho asqueroso no final, temperando a garganta, gargalhando em seguida.

— Sua vez, não pode escapar. Gente, Nicole deve beber?

Alguns jovens ficaram ao seu redor e gritaram:

— Bebe, bebe, bebe!

Nicole pegou o copo, fechou os olhos e bebeu!

— Uuuuhhhhh!!! – gritaram vários jovens que a instigaram a fazer aquilo.

Engasgou-se. A bebida terrível era misturada com algum tipo de droga que colocaram ali. O mundo girou e ela sentiu vontade de vomitar, parece que ouvira audivelmente O Próprio Espírito Santo, dizer: Filha, não faça isso, fuja daí! Mas foi tarde demais.

Tonta, caiu numa poltrona abruptamente. Os olhos pesavam, mas num instante em que os arregalou para enxergar melhor, viu que alguém se aproximava dela, um rapaz, mas ao sentir que ele a abraçava e tentava beijá-la, arrancou forças de onde não tinha e gritou:

— Sai!

Se desvencilhou do abraço asqueroso dele, que exalava bebida alcóolica, e levantou. Cambaleando, procurou um lugar, um refúgio, uma proteção. Lágrimas misturadas ao desespero e medo de que alguém abusasse dela, era maior do que a vontade de deitar-se naquela grama. Quase sem forças e chorando muito, disse:

— Jesus, eu sei que O Senhor talvez esteja com raiva de mim agora, mas me tira daqui! Não deixe que me façam mal!

Alguém a tomou nos braços e tudo ficou escuro, perdeu os sentidos e quando acordou estava num hospital, tomando soro.

— Onde estou? Como eu cheguei aqui? – disse isso franzindo o cenho e levando a mão à cabeça que doía terrivelmente.

— É isso que dá se drogar. Pense em algo melhor da vida menina. – disse a enfermeira que media a pressão arterial de Nicole e continuou:

— Pense em DEUS. Essa vida de bebidas e festas, não levam a um futuro vitorioso. Pelo contrário, leva à cadeia, ou à morte!

— Eu... – ela própria sabia dessas verdades, por que fora tomar aquela bebida? Ou melhor, em primeiro lugar, por que fora àquela festa?

— Quem me trouxe aqui?

— Um rapaz que não disse o nome. Foi embora depois que você foi examinada. – franziu o cenho e continuou:

— Se cuida e não faça mais isso.

Ela assentiu. Não queria fazer isso novamente. A cabeça ainda doía e estava tonta, mas agora, poderia se manter de pé. Segurando nas paredes, olhou para trás com os olhos lacrimejantes e disse:

— Obrigada.

Agora, em sua mente, o diabo a acusava:

— DEUS não te ama mais! Nunca vai te perdoar! Crente fingida! Como vai aparecer na igreja de novo tendo feito isso?

E a tristeza só aumentava a cada vez que em sua mente, o inimigo sussurrava essas acusações. Pegou um taxi e se foi para casa. Os pais apavoraram-se com o estado dela e a ampararam, sua princesinha havia caído numa cilada. Mas a abraçaram e cuidaram dela. Nunca descobriu quem a ajudara e levara ao hospital.

Um trovão foi ouvido e bem ao longe, ela pôde ver que um raio caía em algum lugar da cidade. Já fazia dois meses que essa festa havia acontecido. Não fora mais à igreja, em contrapartida, também se afastara de Rebecca. Chorava constantemente, preferia ficar sozinha e nem a Bíblia se atrevera mais a abrir. Se achava indigna do perdão de Deus. O templo do Espírito Santo, seu corpo, havia se sujado pelo pecado. Logo ela, que há mais de um ano fora batizada com O Espírito Santo. Que lástima!

O trabalho de meio período como vendedora numa loja e a faculdade de enfermagem, tomaram muito do seu tempo, mas também, fora negligente em sua vida espiritual. As idas aos cultos de domingo passaram a ser mais escassas e as orações também, até mesmo a leitura bíblica. Não podia negar que se esfriara na fé, sim, havia se desviado do Caminho.

Um trovão estalou no céu a assustando. Entrou rapidamente em seu quarto e se preparou para dormir. Sob o edredom quentinho e com a cabeça descansando sobre o travesseiro macio, as pálpebras de Nicole ficaram pesadas e se fecharam, logo, teve um estranho sonho...     

*Música do capítulo, Ministério Zoe, Filho Pródigo

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*Música do capítulo, Ministério Zoe, Filho Pródigo.

Senta aqui, Espírito Santo, vamos conversar...Where stories live. Discover now