best thing in your life; jikook

best thing in your life

Eu sempre fui apaixonado por um garoto da minha classe.

Jeon Jeongguk. 

Diferentemente de todos, eu era apaixonado por quem ele era realmente.

Eu era apaixonado por todas as vezes que ele estava escondido no jardim da escola. Ele sentava-se calmamente na grama verde que beijava o chão do jardim. Encostava de uma forma cansativa vista por mim, a cabeça no tronco grosso da árvore. Ele ficava olhando para o céu. Eu sentia de longe um sentimento profundo vindo de seu olhar fixado no céu azul. 

Eu era apaixonado pelo seu olhar perdido em algum lugar deste planeta, mesmo quando ele estava cercado por pessoas barulhentas e vazias. Ele parecia estar sempre distante de todos.

Eu era apaixonado pelas vezes que o via beijar uma garota qualquer. Ele beijava-a como uma tentativa frustrada e falhada de cicatrizar suas feridas expostas que sangravam com o passar do tempo.

Eu era apaixonado pelas vezes que o via sentado na praça em frente a minha casa, às doze horas da noite. Ele sentava-se sozinho e observava a escuridão da rua deserta. Apenas um porte com a luz fraca reluzia ali, o que me dava a visão monótona de seu rosto. Suas pálpebras inchadas e baixas, e sua íris negra, rodeada pelo circulo branco; perdição. Tanto ele quanto eu. Eu perdia-me em seu olhar. 

Eu era apaixonado por todas as vezes que ele dormia na sala de aula, com a cabeça virada em minha direção, já que eu sentava-me ao seu lado. Gostava de observar seu semblante sereno e seu rosto incrivelmente perfeito parado, apenas descansando de todo o caos que era a sua vida.

Eu era apaixonado por todas as vezes que o encontrava no mercado. Ele andava tranquilamente entre uma pratilheira e outra, procurando as coisas que estava na sua lista de compras. 

Um dia, nos falamos pela primeira vez, no mercado.

Estávamos parados na enorme fila para o caixa, e ele estava minha frente. Eu apenas observava atentamente a sua nuca coberta por um casaco grosso e longo. Sentia o cheiro doce de morango que seu cabelo tinha. Sorria, sentindo-me bobo por se aproximar mais de seu corpo apenas para sentir o aroma que seus fios de cabelos emanavam. Ele se virou para trás, suspirando fundo e olhando ao redor.

Estremeci, olhando-o fixamente. Senti minhas bochechas esquentarem e ganharem uma coloração vermelha quando ele notou-me ali. 

- Você está bem? - ele perguntou-me.

Sua voz era rouca e baixa, fazendo-me se encolher ainda mais. Um bolo de palavras se formou em minha garganta. Apertei meus dedos na sacola que segurava, forçando-me a dizer qualquer coisa que fosse.

- S-S-S-IM!!! - falei de uma forma desesperada, tentando não demonstrar minha aflição. Não deu certo. - E-E-E você???

Ele sorriu da minha exasperação. Seus olhinhos ficaram com um traçado no canto dos olhos, deixando seu rosto ainda mais gracioso. Senti que poderia falecer sob o som de sua risada e a aproximação que estávamos. Por que ele era tão fodidamente lindo?

- Eu estou bem. - solta uma risada baixa. 

Ele sorri com tanta facilidade. 

Eu me desmonto ainda mais facilmente.

- Fico feliz! - falo, sinceramente. Minhas bochechas ainda queimavam, mas eu gostava dos efeitos de estar apaixonado. Contanto que fosse por ele, eu estaria feliz por sentir-me queimar.

Eu era apaixonado por todas as vezes que ele ficava na escola horas depois de as aulas já terem acabado, na biblioteca. Ele escrevia por mais ou menos duas horas em seu caderno. Eu daria tudo para saber o que ele rascunhava naquelas folhas. Eram muitas! Eu gostaria de saber de seus sentimentos.