Eu sei o que você sente 💕

1.2K 29 11
                                    

Saí para correr pela manhã, era cedo, sete e meia. A corrida fazia parte da minha rotina, já que a academia não me fazia dar saltos de alegria. Eu corria em um ritmo próprio, nada tão exagerado, mas também não gostava de lentidão. Minha cabeça divagava em pensamentos aleatórios, estudar mais para o meu tcc, cortar o cabelo que já estava chegando na cintura, comprar um perfume novo, contratar uma empregada e pedir a Stênio pra dar um jeito de não comprimir minhas roupas no armário, acabei sorrindo com o pensamento, sempre discutiamos sobre esse assunto.
Nos casamos no ano passado e tudo tinha acontecido tão rápido que pensaram que eu estava grávida, a cara assustada da minha mãe ainda rondava minha cabeça.
Olhei a hora no celular, quase nove, passou tão rápido. Na volta pra casa passei na padaria e comprei algumas coisas, entrei em casa, sem sinal de Stênio na sala, provavelmente ainda estaria dormindo. Coloquei as compras na cozinha e subi os degraus da escada, cheguei ao quarto e abri a porta lentamente, ele não estava na cama, e eu escutei o barulho do chuveiro. Tirei a blusa que vestia por cima do top e desamarrei os cadarços, estava tirando o segundo tênis quando Stênio apareceu na porta do banheiro. Ele usava uma toalha enrolada na cintura, seu "V" rente a barriga ficando bem saliente, seu cabelo estava molhado e fazia com que gotas grossas de água caíssem em seu peitoral, espalhando por toda barriga, eu realmente tentei não ficar olhando fixamente pro seu corpo quase nú, mas aquela visão me atraía muito. Levei meu olhar até o dele e engoli em seco, algo quente e sexy faiscava em seus olhos, ele se apoiou na porta do banheiro, os cantos do seu lábio levemente erguidos, ele estava se divertindo.

S: Bom dia - ele quebrou o silêncio, sua voz chegou rouca aos meus ouvidos e eu me perguntei como um "Bom dia" podia soar tão provocante.
H: Bom dia - eu disse tentando fingir que vê-lo daquele jeito não me atingia, fiquei de pé.
S: Você foi correr assim? - ele apontou pro top e a calça legging que eu usava.
H: Fui. Não posso? - provoquei, ele cruzou os braços.
S: Pode, você pode tudo - vi um sorriso se esconder nos seus lábios - Por que não me chamou pra ir com você? - seu olhar permanecia alternando no meu corpo.
H: Você vai trabalhar em quase uma hora - olhei no relógio - pensei que quisesse descansar.
S: Pensou errado - ele balançou a cabeça em negativa.

Se afastando da porta do banheiro, ele começou a se aproximar de mim, a passos lentos de um predador que estuda sua presa.
Meu sangue ainda estava quente da corrida, e eu podia sentir flui-lo na minha cabeça, como se fosse pequenas marteladas. Ele parou bem na minha frente, apenas uma pequena fresta de ar separava seu corpo do meu, ergui a cabeça para encara-lo.

H: Oi, amor - tentei fazer uma cara de inocente. Ele sorriu, um sorriso cheio de dentes.
S: Oi - ele levou sua boca até muito perto da minha orelha - amor - pequenas partes do meu corpo se contraíram, seu hálito quente percorria todo meu pescoço.
H: Dormiu bem? - eu perguntei docemente, mas não consegui evitar morder os lábios com a aproximação.
S: Maravilhosamente bem. E você? - a essa altura minha mente começava a viajar pensando em diversas coisas que eu poderia estar fazendo com ele, se não tivesse começado com essa ladainha.
H: Eu o que? - pisquei algumas vezes tentando espantar os pensamentos.
S: Dormiu bem? - ele sorriu e passou a língua nos dentes, porra.
H: Ah sim, dormi muito bem - falei meio abobada - Com fome? - ele deu um passo pra trás, seu olhar caiu, avaliando o meu corpo, eu quase peguei fogo nessa hora, antes dele responder eu continuei - comprei pão - ele negou com a cabeça.
S: Sem pão. Eu prefiro algo mais doce e gostoso e que não seja necessariamente de "comer" - sim, ele fez aspas com os dedos, tentei segurar o riso e mordi o lábio inferior.

Seu olhar parou na minha boca, o peso do seu corpo pendeu pra frente e sua barriga encostou na minha, aliás, vários pontos estratégicos se tocaram, ele pôs as mãos na minha cintura e deu dois passos até me ver com as costas contra a porta do quarto.

H: Eu acho melhor não fazer o que você está pensando - minha respiração começava a acelerar.
S: E o que você acha que eu estou pensando? - ele ergueu uma sobrancelha.
H: Eu prefiro não saber - falei com um sorriso.
S: Tem certeza que não quer saber? - sua boca quase tocava a minha.
H: Não, tenho, não - ele afastou um pouco a boca, me deixando pensar, ele estava realmente se divertindo - Você tem que ir trabalhar - fixei o relógio do outro lado da parede. Stênio virou o rosto e olhou também.
S: Tenho uma hora ainda - ele me fitou - espera um pouco. O que você está pensando? - ele enfatizou o você.
H: Eu - sorri maliciosamente, levei a boca ate sua orelha e sussurrei - não sou capaz de falar em voz alta - seu corpo empurrou o meu contra a porta e eu pude sentir ainda mais perto como ele estava duro.
S: Helô, Helô - ele falou devagar, o desejo quase saltando das suas palavras. - O que eu faço com você? - ele falou mais pra ele do que pra mim.

Avulsas Onde histórias criam vida. Descubra agora