Para: mamãe
Mamãe, te escrevo esta carta com as mãos tremendo, então me desculpe pela minha letra, é que os dias andam difíceis. A senhora estava certa em relação àqueles garotos que moram aqui perto de casa, eles não são boas pessoas, e infelizmente, depois que a senhora se foi, a influência deles caiu sobre mim.
Desculpe te contar isso, minha querida mãe, mas eu matei um homem. Coloquei minha arma contra sua cabeça e puxei o gatilho, agora ele está morto em algum lugar qualquer. Agora, mamãe, uma família inteira chora as lágrimas que chorei por você, e a culpa é toda minha.
A vida a recém tinha começado, mãe, mas agora ela está prestes a acabar, pois joguei tudo para o ar num momento de desespero. Me desculpa se estou fazendo a senhora chorar, não era minha intenção, nada disso foi minha intenção, mas eu não te ouvi e fui levado para este caminho sombrio.
Agora não sei mais o que é realidade e o que é fantasia, virei um pobre garoto que não possui família e que pessoas estão vindo de atrás para acabar logo com toda essa miséria, sem misericórdia.
Mamãe, estou com tanto medo, escuto eles do lado de fora dessa casa mal estruturada. Arrepios estão percorrendo minha espinha, e meu corpo não para de tremer, talvez a senhora esteja percebendo, por conta da minha letra. Eles estão chegando, minha hora está chegando.
Adeus, mãe, deixarei tudo de lado e encararei a verdade, as consequências, a senhora teria orgulho de mim, ao me ver aqui de pé, encarando de cara dura todas essas pessoas que estragaram a vida de um menino e que agora querem por um fim nela.
Ah mãe, eu não quero morrer, mas há horas que desejo nunca ter nascido.
Eu te amo.
De seu filho.
