Primeiro Contrato

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     Você sabe como é se sentir traído?

     Vou contar a você a história de um poderoso bárbaro orc do antigo Reinado de Ferck. O seu nome?

     Ah sim: Patigrus.

     De onde vinha a traição? De um outro orc chamado Kain. Ele bolou um plano que fez nosso herói se passar por vilão e ser expulso do Reino de Arclan, ou cidade das montanhas, como os homens costumam chamar, ela é a cidade mãe dos orcs que a muitos anos tinham chegado ali.

     Expulso de Arclan nosso pobre e grande orc foi para a cidade de Valkim, uma das cidades das oportunidade, onde procuraria redenção e vingança, uma vendeta contra Kain.

     Chego a esse ponto da história percebo que não descrevi nosso "herói". Ele é como um orc deve ser: verde, alto, forte e com cicatrizes de batalha da qual todo orc se orgulha, por exemplo uma marca da presa esquerda de um dente de sabre em seu ombro, uma marca de uma espada bastarda na coxa e por assim segue...

     Chegando a Valkim ele fez o que qualquer pessoa na sua situação faria: foi na taberna da cidade tomar um pouco de hidromel, 5 copos por dia não matam nenhum orc repetia seu pai.

     Pediu um copo para o dono do local e perguntou para o homem.

     -Onde posso encontrar trabalho?

     -Sendo você quem é, aposto que quer um trabalho bem remunerado - abaixou o tom de voz e continuou - ali no fundo tem contratos para mercenários.

     Patigrus foi com sua caneca cheia de hidromel até o que parecia um mural, havia papéis pregados e cada um escrito coisas como "apagar", "sumir", "dormir eternamente" e mesmo nosso "herói" não sendo um dos mais inteligentes entendeu o recado.

     Apesar de todos esses contratos o grande orc escolhe um que não havia ordem direta, só pedia para o interessado levar o bilhete até o armazém da cidade e assim ele receberia suas ordens. Patigrus arrancou o contrato da parede, deu um belo gole no copo de hidromel, soltou um arroto e virou procurando se havia algo mais no contrato mas andar sem prestar atenção onde vai nem sempre dá certo então lá estava ele quando menos esperava no chão, havia tropeçado em um anão que logo olho para o orc com a sua barba toda molhada de bebida e começou a gritar.

     -Seu filho de um Graug, tua mãe é uma Harpia!

     Patigrus sem dizer nada levantou lentamente olhou para o anão que continuava xingando ele:

     -O que foi? É tão burro que não sabe falar a língua dos homens?

     O orc pegou a cabeça do anão e a bateu contra o balcão do taberna, após o impacto o anão atordoado tentou acertar alguns socos em Patigrus que por sua vez desviou de 5 das 6 tentativas, o único acerto foi o último o pobre anão estava cansado, sem força e não fez nenhum efeito contra o corpo do orc, então o orc serrou um punho e com 3 socos no rosto do anão o nocauteou -Aliás a única parte que o orc conseguiria acertar era o rosto vendo que o anão era muito menor que ele- após o barulho de um corpo caindo inconsciente no chão soar, uma Elfa de cabelo escuro e mantos brancos saiu de um dos acentos, onde estava com outro humano -totalmente sobre o efeito de álcool- e se abaixou para ajudar o anão.

     Patigrus sem ligar para o que fez pegou algumas moedas no bolso e jogou no balcão:

     -Para a bebida e o troco use para consertar algo que eu possa ter quebrado.

     Saiu pela porta da frente e foi para o armazém, entrou e logo um homem gritou do fundo da loja:

     -Suponho que você quer provisões para lutar ou uma aventura, certo?

     -A não.... ainda - pegou o contrato jogou para o homem - vim pra trabalhar.

     -Ah, é sobre isso...venha comigo para os fundos- o homem conduziu o orc aos fundos e continuou- então meus mantimentos vem em sua maioria do Condado, no entanto uma fazenda a 1 hora pro leste está começando a trazer comida pra cá, em menos tempo e mais barato que a minha, gostaria que você cuidasse disso e te pago 100 moedas, 25 adiantando se quiser.

     -Eu aceito mas vou precisar de uma tocha.

     -Eu te dou uma e espero que você cumpra direito o serviço.

     Patigrus pegou o que precisava e saiu da cidade em direção ao leste, até ao longe conseguir ver um celeiro,uma casa e alguma terras irrigadas que haviam sido colhidas a pouco tempo, tinha muitas folhas secas no chão e mesmo para o orc um plano já havia iniciado em sua cabeça com todo esses elementos juntos. Ninguém está na parte de fora considerando o sol deveriam estar almoçando, Patigrus foi mais perto da casa recolheu algumas folhas e as distribuiu entre a casa- cobrindo a única porta do lugar- e o celeiro, com a tocha queimou os lugares nessa mesma ordem e abandonou a tocha na folhagem do celeiro, esperou o lugar queimar até a metade e percebeu que ninguém saiu então deu meia volta e seu trabalho estava pronto, seu trabalho foi tão fácil quanto pegar um objeto qualquer na mão de um bebê, chegando aos arredores da cidade um guardar gritou:

     -Hey você, orc, sabe o que aconteceu pra lá?- apontou com a cabeça para a fumaça.

     Pensou rápido em uma resposta;

     -No caminho pra cá eu vi alguma coisa pegando fogo....estava vindo aqui pra avisar!

     O homem olhou no olhos do orc e respondeu:

     -Temos poucos guardas na patrulha, se você pudesse ir comigo ficaria muito agradecido.

     Patigrus aceitou a proposta e logo os dois começaram a andar trocando poucas palavras no caminho a maioria eram suposições do que tinha acontecido e chegando ao local -novamente - os dois só encontraram as cinzas do que já havia sido uma fazenda.

     -Acho que era aquela fazenda nova... que pena- chegou mais perto delas e se abaixou.

     Patigrus chegou perto dele e se preparou para enforcar o guarda se fosse preciso:

     -É, não podemos fazer nada agora- disse se levantando e batendo a poeira da armadura- pelo menos podemos ter certeza de que o preço dos produtos se manterão altos sem o armazém da cidade ter concorrência novamente mas eu gostaria de te fazer um convite, como eu te disse antes de virmos para cá estamos com poucas pessoas nas patrulhas então eu queria saber se você gostaria de entrar para a guarda de Valkim... Se quiser quando chegarmos lá,vá até o posto e fale com o meu chefe.

     Patigrus pensou na proposta, mas, sinceramente, para um orc que perdeu tudo... bater em pessoas e ainda ganhar por isso é um sonho!!

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⏰ Last updated: May 24, 2017 ⏰

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