»capítulo único«

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Bem vindos!

Esta oneshot tem como princípio o incentivo à doação de órgãos. Seja um doador, avise sua família!

Espero que gostem!
Boa leitura, xo.

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A cor branca significa paz, pureza e limpeza. Ainda assim, Louis nunca gostou de branco.

Ele acredita, sim, que as cores tem uma energia e que elas podem ser transmitidas para as pessoas, mas o branco não faz seu trabalho. Paz e tranquilidade nunca serão transmitidas por ela. Muito pelo contrário, ao olhar para todos os lados daquela sala de espera ridícula, tudo que ele sentia era angustia e agonia.

Hospitais definitivamente deveriam ser coloridos e alegres. Talvez isso ajudasse em algo.

O silêncio do lugar chegava a ser ensurdecedor, o garoto podia jurar estar ouvindo seu sangue ser bombeado do coração para cada mísera parte do seu corpo. Cada vez mais rápido, e rápido, e rápido. Ele inclusive tinha a sensação de que ultrapassava, de longe, as pequenas badaladas do relógio grande – e branco –, que estava pendurado sobre uma das paredes do local.

Louis não conseguia acalmar seu coração, ele já havia tomado no mínimo seis copos de água, mas sua respiração continuava ofegante, e seus batimentos acelerados. Mais cedo ele estava em casa, sentado no sofá, ao lado de seu fiel pai. A chuva caía forte do lado de fora da casa, mas os dois estavam extremamente confortáveis enquanto jogavam uma partida de Fifa. Eles dividiam não só o cobertor, que estava sobre suas pernas, mas também diversas histórias sobre a vida.

Era normal Mark e Louis passarem dias assim. Sempre que o jovem tinha algum tempo livre, abria mão de tudo para passar com ambos os pais, mas principalmente com o Mark, já que Jay trabalhava muito. Eles conversavam, riam e se divertiam muito, sempre foram grandes amigos. Louis podia inclusive considerá-lo seu melhor amigo. Mark não era seu pai biológico, esse havia abandonado ele e sua mãe muito cedo, porém Tomlinson foi como um anjo da guarda para aquela família, ele o acolheu e criou como seu próprio. Por isso foi um grande desespero para Louis quando tudo começou.

Durante uma partida Mark simplesmente parou de falar, mas Louis seguiu normalmente o jogo, afinal, era normal o silêncio durante momentos de nervosismo, o garoto também ficava assim, e esse definitivamente era um. O Tomlinson mais novo estava com a bola e corria pelo campo, parecia tudo tão fácil para ele, sem jogadores tentando roubá-la, parecia que apenas a parcela de jogadores controlados pelo videogame reagia, e foi então que ele olhou para o pai. Louis obviamente iria caçoar o patriarca, perguntar se ele iria desistir tão fácil, mas quando encontrou os olhos de Mark arregalados, ele se assustou.

─ Pai? O senhor está bem? ─ Louis esperou a resposta, mas ela nunca chegou. Foi então que ele ficou ainda mais nervoso, seu coração começou a acelerar e sentiu uma gota de suor escorrer por sua testa. Ele largou o controle na mesma hora e se aproximou de Mark, segurando sua mão e olhando no fundo de seus olhos assustados. Parecia que nem ele estava entendendo o que estava acontecendo. ─ O que está acontecendo? Você não consegue falar?

Mark assentiu com a cabeça e Louis ficou ainda mais angustiado e confuso.

─ Consegue se mexer? Espera, não faz isso! Eu vou chamar a ambulância. ─ o garoto levantou-se rapidamente e logo sentiu um aperto em sua mão. Palavras não precisavam ser ditas para que Louis entendesse o que o homem queria dizer. Aquilo foi um breve pedido de "não me deixe sozinho".

Louis nunca o deixaria. Nem em um milhão de anos.

A ambulância não demorou para chegar, logo as sirenes puderam ser ouvidas, e o coração do garoto se acalmou um pouco. Ainda assim, ao ver os médicos levando seu pai em uma maca, ele sentiu um aperto no peito. Uma sensação ruim começava a consumi-lo, e seu corpo era uma mistura extremamente confusa de sentimentos.

Your Heartbeat ജ L.S. Where stories live. Discover now