"(...) Eu adoro quando ele vai de cabelo preso, mas prefiro seus cabelos soltos até os ombros, e então ele passa a mão bem devagar, alinhando cada fio em um movimento de frente para trás finalizando com um sorriso. Quase sempre me pega olhando em su...
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Mais um dia como outro qualquer. Acordei 5 minutos antes do despertador tocar, como todos os outros dias. Levanto, olho para a minha cama e reflito todas as consequências de voltar a dormir. "Sem preguiça! Vamos encarar essa manhã", penso comigo mesma.
Abrindo a cortina percebo como o céu está friamente nublado. Tudo bem, eu prefiro assim.
Tomo banho, me visto, pego minha jaqueta favorita e vou para o ponto de ônibus. Eu não sei se é privilégio de Floripa, mas as pessoas daqui estão sempre sorridentes, e eu adoro. É como se todos tivessem a esperança de que o dia será igual café: aconchegante e quentinho.
-Amigaaa!
Grita Vanessa assim que chego na faculdade, me dando beijos no rosto de bom dia, e continua:
-Como foi seu final de semana? O meu foi babado. Acredita que eu vi Paulo com outra menina na balada? Aliás, se eu não me engano, era a Bruna e...
-O que? Vanessa, calma, uma coisa de cada vez. Ainda são 7 horas da manhã, amiga.
Nesse momento ele chega no pátio, andando em passos lentos, mas com ar de confiante. Seus cabelos castanhos claros batendo até os ombros, e eu já não dou mais ouvidos a Vanessa. Na verdade eu não dou atenção pra mais nada, simplesmente paraliso enquanto ele passa, deixando para trás um perfumo de água salgada que já o tinha impregnado.
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Eu não sabia nada sobre ele. Nada além de que ele era surfista e tinha namorada. Ah, eu também sabia seu nome. Pedro. Pedro Lima. Com todas essas letras. E eu só descobri quando ouvi um de seus amigos o chamando. Depois o encontrei no facebook e descobri todo o resto. Mas a verdade é que ele nem sabia que eu existisa, e eu insistia em alimentar essa paixão platônica onde até minha amiga Vanessa me avisava para desencanar. Afinal, como eu já citei, ele tinha namorada.
