One

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Chicago- 1992

Eu sou o sentimento mais doloroso e complexo existente. Sou algo que pode te levar a desistir de tudo, me pergunto se devo fazer uma reverência a todos os seres vivos antes de morar em sua alma, talvez eu esteja feliz em habitar assim.
Devo lhes contar como eu vivo? Sempre de pessoas em pessoas, destruindo sonhos em sonhos, eu faço com que eu entre no consciente de alguém e tome todo aquele espaço para mim. Já li em alguns lugares e soube que você pode me chamar de dor, angustia, solidão e morte.
Sou algo invisível aos olhos de todos, ninguém nunca terá o poder de me ver, mas qualquer um pode me sentir. Eu ando perdido pelo mundo em busca de vidas felizes e transformo-as em uma completa dor que pode te fazer implorar pela morte.
Já faz algum tempo em que eu deixo de entrar em outras pessoas para ficar apenas em uma, devo contar-lhes o nome? Sawyer é meu humano favorito e eu permaneço do seu lado durante todas as estações, dias, noites, anos.
Creio que ele nunca pôde conhecer minha rival, a felicidade. Posso afirmar que muita das vezes ela tentou fazer com que eu me descuidasse para entrar na vida do garoto, mas depois de muitas tentativas falhadas ela apenas se distanciou desse lugar.
Minha mente diz que vocês estão curiosos para conhecer mais sobre esse menino, contarei. Sawyer é um garoto que para minha sorte os pais o deixaram, sempre viveu em um orfanato rodeado de pessoas ignorantes e falsas. Eu o acompanho em todos os lugares que ele esteja, escola, rua, orfanato e até em suas idéias. No dia vinte de março ele completa dezessete anos, e mais uma vez eu estarei lá para fazer com que tudo seja difícil e complicado.
Todos os seus sorrisos eu faço com que sejam forçados, tristes e sufocantes. Raramente eu o vejo sorrir, apenas o vejo chorar em um quarto escuro onde dorme com outros meninos.
Todos os dias a rotina em sua vida é a mesma, eu me sinto vitoriosa por ver que outras pessoas o ignora, e até mesmo brincam com seus sentimentos. Você pode pensar que eu mereço morrer por tudo isso, mas eu já sou a morte, comigo eu trago minhas armas, a dor, tristeza e tudo de ruim que um ser humano pode passar. 

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⏰ Last updated: May 31, 2020 ⏰

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Memórias Frias De Uma SolidãoWhere stories live. Discover now