Epílogo - O Urso e a Serpente.

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Erikard Erikson - 56. O. 237 D.T

 O céu estava tristonho como cinzas. As imensas coníferas da mata dos lobos estavam sem suas folhas. E um vento gelado percorria incessante pela floresta. 

 O condão Erikard seguia à cavalo desde Astorin, junto de seu filho, o pequeno Erik, e um grupo de guerreiros para a colina dos deuses na mata dos lobos, em Yus eles se encontraram com o jovem condin Took, este veio com dois guerreiros, que traziam um prisioneiro a pé para ser sacrificado no ritual de passagem de Erik.

 Enquanto o grupo ia passando por perto do rio dos lobos, o jovem Took chutou o prisioneiro de cima de seu cavalo e sorriu, chutou novamente e o prisioneiro desviou o olhar com sua face de raiva. 

- olhe pra mim! – falou Took. Era um jovem careca e mal encarado como o pai, ele vestia uma capa verde quadriculada e portava um arco e flechas de madeira e aço. 

 O prisioneiro apenas cuspiu no chão e falou na língua sulista – seu selvagem nojento! Que Elbe amaldiçoe suas famílias e os mande para o castigo eterno! – ele parecia ser um guerreiro honrado, tinha uma longa capa avermelhada e roupas finas, só estavam sujas pelo o tempo passado no calabouço de Yus.

 Took apenas riu e disse – o que esse idiota tá falando? – e deu uma breve pausa – fale minha língua sua puta sulista! – acrescentou ele é deu com a sola da bota no rosto do prisioneiro. 

 Os cavalos tiveram que parar, o prisioneiro estava caído no chão, ele estava sangrando e gritou de dores. Erikard olhou a cena, mas preferiu não falar nada, apenas observar. 

- seu desgraçado, Edman tomará o norte e vocês todos arderam no castigo eterno seus ratos nortenhos! – gritou o prisioneiro. 

 Took desceu de seu cavalo e chutou o prisioneiro várias vezes até que Walterson interveio.- Took, com você chutando dessa forma não teremos mais um homem para sacrificar! Aí teremos que sacrificar você ao invés dele! Ou acha que o condão vai voltar para Yus só para pegar outro prisioneiro por que você matou o último?! - falou ele calmamente. Era um homem calmo e hábil com seu martelo de cabo longo, a arma dada a ele por seu pai. Ele vestia uma roupa de couro, usava um chapéu redondo e um cachecol de lã listrado em preto e branco. 

 Took apenas riu sarcasticamente e disse – Mil desculpas condin Walterson! Serei mais cauteloso desta vez! – e deu outro chute.

 O prisioneiro gritou de dores, desta vez o chute pegou na cabeça dele, que pegou a capa suja para estancar o sangue.

- Que Elbe amaldiçoe o resto de suas vidas seus selvagens imundos comedores de merda! – falou ele 

 Took deu uma gargalhada maléfica e cuspiu no prisioneiro, mas quando Erikard desmontou e se aproximou ele se afastou, Erik estava perto de Oswald. Um homem velho com uma longa barba, ele é o último guarda do urso do vale. Ele trajava sua armadura de ferro rudimentar e portava sua lança laminada. Todos também desmontaram e ficaram de guarda em silêncio. 

- você passou muito tempo preso no calabouço de Yus, sulista! esse Edman de quem fala, o rei daquela terra chuvosa ao sul, chamada de Dimarquia, já morreu há anos! – falou Erikard na língua dos sulistas. 

- como você sabe a minha língua?! – perguntou o prisioneiro apavorado.

- acha que sua Deusa o salvará de minha espada?! Acha que ela virá agora aqui e mim impedirá de mata-lo como bem entender?! – perguntou Erikard e deu um mero sorriso. 

- ache Elbe dentro do seu coração mi lorde e tenha piedade de mim, assim como Elbe é misericordiosa com nossos pecados.

 Erikard olhou para o prisioneiro com um olhar calmo e imparcial, ele estava chorando de joelhos e rezando algumas coisas em voz baixa; Esses sulistas são estranhos! Acreditam em Elbe?! deve ser uma Deusa ou coisa parecida, mas o que ela fez por eles? se os nossos deuses já fazem por todos! E ele não falou nada de outros como ela, como irmãos, pais, filhos... 

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⏰ Last updated: Oct 17, 2017 ⏰

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Os Sons da Guerra - O Urso e a SerpenteWhere stories live. Discover now