Survivos || Carl Grimes (Concluída)

Capítulo 01

Há três dias atrás eu estava deitada na minha cama com uma panela de brigadeiro e assistindo séries. E vejam só, hoje eu estou vagando pela cidade em busca de comida, com uma mochila que tem somente uma garrafa de água pela metade e um facão. Estou tentando não ser vista por um zumbi e ter o cérebro devorado por um deles.

- Enid, eu estou com fome! - resmunga Melissa enquanto praticamente se arrasta no chão atrás de mim.

- Eu sei, Mel. Eu também estou, mas não podemos pegar qualquer coisa comestível que acharmos por aí. - Falo pela terceira vez.

- Olha! - aponta para um mercado que ficava na esquina da rua em que estávamos. Ela corre até lá e eu vou atrás.

- Mel! - grito tentando alcança-la. - Não pode sair correndo desse jeito!

- Desculpa, mas podemos achar alguma coisa válida para comer. - diz entrando no mercado. Coloco meu braço na frente e pego minha faca. - Qual é, Enid. Eu já sei me cuidar! - esbraveja.

- Você só tem nove anos, Mel. Não pode sair por aí cravando facas na cabeça de zumbis. - falo olhando em volta, e tenho certeza que ela revirou os olhos. - Não faça caretas para mim!

- Como você sabe que eu estava fazendo caretas? - pergunta quando me viro para ela, depois de olhar pelo mercado.    

- Faz nove anos que eu te aturo. Te conheço muito bem. - falo olhando a validade de um salgadinho. Estava válido, coloco na minha mochila junto com outros. Pego algumas coisas para mulher e remédios para cólica. - Vamos antes que algum zumbi apareça.

- Se algum zumbi aparecesse eu dava o golpe: não se meta com a Mel. E pronto. - Faz uma pose de luta, reviro os olhos mas não seguro a risada.

- Vamos logo!. - falo e saímos do mercado.

- Onde nós vamos passar a noite? - pergunta bocejando. O sol já estava se pondo e não tínhamos achado um lugar razoável para passar a noite.

- Ainda não sei. Vamos dar mais uma caminhada, quem sabe achamos uma casa abandonada, né? - Sempre tento ver o lado bom das coisas, para elas não parecerem tão ruim.

(...)

Caminhamos por mais uma hora, pelos meus cálculos. Mel disse que estava muito cansada e eu a peguei no colo, mesmo estando muito cansada também. Assim que peguei ela no colo ela dormiu, beijei sua testa e continuei caminhando. Então achei um carro com a porta aberta, olhei por dentro do mesmo para me certificar de que não iríamos ser mordidas no meio da noite.

Coloquei Mel no banco de trás e fiquei no da frente. Mesmo que a fome estivesse muito grande, o cansaço era maior, então logo peguei no sono.

(...)

Acordei com braços pequenos pegando nos meus ombros e me balançando no intuito de me acordar, abro meus olhos e vejo minha pequena com cara de sono.

- Bom dia, Enid! - beija minha bochecha.

- Bom dia, Mel. - retribuo o ato e pego o salgadinho. - Estava tão cansada ontem que acabei não comendo. Nem você. - Falo, ela se senta no banco do meu lado e dividimos o salgadinho e um pouco da água.