BRANCA DE NEVE

Branca de neve era uma linda prostituta que tinha lábios vermelhos como sangue, cabelo preto como o ébano e a pele branca como a neve. Havia chegado há poucos meses na cidade e já era proprietária de um estabelecimento na área "vermelha", onde se localizava a maioria dos bordéis e casas de diversão. Sua fama de mulher experiente na cama, e também possuidora de um rosto belíssimo, estava começando a atingir outros povoados. Vários homens de diferentes profissões e classes sociais, e até mesmo algumas mulheres, vinham de lugares distantes para conhecê-la, dispostos a pagar um belo preço por seus serviços sexuais.

Entre quatro paredes, Branca de Neve era conhecida como "princesa", devido a sua exímia perícia sexual. Ninguém, homem ou mulher, jamais saía do quarto sem se sentir um rei ou uma rainha. Era satisfação garantida ou seu dinheiro de volta. E a princesa gabava-se de suas habilidades, alardeando aos quatro ventos que ninguém jamais saiu do seu quarto completamente satisfeito.

Poucas pessoas sabiam, mas Branca de Neve era realmente uma princesa, a filha de um rei que comandava um país distante. Ela havia se cansado da vida monótona e entediante da corte e decidira ir embora para perseguir seus sonhos, que se traduziam, basicamente, em aventuras sexuais excitantes, para as quais já havia demonstrado muita habilidade ainda na adolescência. No próprio castelo em que morava, a princesa deixava o pai horrorizado com suas investidas sexuais. Já havia transado com reis, rainhas, cavaleiros, escudeiros, criados e escravos, sem contar a sua especial predileção por damas de companhia. A princesa costumava passar horas trancada em seu quarto com suas quatro damas, que se revezavam ao beijá-la e excitá-la de todas as formas possíveis. Quando visitava reinos vizinhos, Branca de Neve costumava cobiçar implacavelmente as damas de companhia alheias. Era uma obsessão.

Por causa do seu imenso apetite sexual, a princesa Branca de Neve não se preocupava muito com métodos contraceptivos, e por isso já havia tido três abortos. Nunca havia conseguido chegar ao final de uma gravidez. Para uns, era uma maldição por causa da atitude depravada da princesa. Mas para ela, era uma bênção, pois nunca se imaginou cuidando de crianças. Achava-as barulhentas e incômodas. Seu único propósito na vida era o sexo. Frequente e sem limites...

Mas tudo aquilo era passado, ela pensou enquanto um cliente terminava uma sessão com ela. Ele se vestiu rapidamente e deixou cinco moedas de ouro na mesa de cabeceira antes de sair. Em todo o reino, nenhuma prostituta de alto nível cobrava mais do que uma moeda de ouro. O padrão de Branca de Neve era muito elevado, como um selo de qualidade. Uma secretária particular organizava com esmero sua lotadíssima agenda, e seus serviços eram oferecidos apenas a ricos comerciantes e membros da realeza, que eram os únicos capazes de pagar seu preço. 

A princesa ainda tinha mais três fregueses para aquela noite e já era tarde. No entanto, ela resolveu fazê-los esperar mais um pouco. Vestiu sua longa camisola de seda na cor vinho e foi para a varanda fumar um cigarro.  Tragou obscenamente o cigarro e soltou uma vitoriosa baforada na noite, sorrindo em seguida. Admirou a bela vista da cidade de sua sacada e sentiu-se feliz. Havia prosperado ali e era grata. Sabia que tomara a decisão certa quando deixou o reino dos pais, seguindo o desejo do seu coração. Abrir um casa onde as pessoas pudessem liberar suas mais excitantes fantasias e desejos sempre foi seu maior sonho. E agora ele estava realizado.

          

***

          A rainha tomava um banho demorado em sua piscina de águas aquecidas. Dois servos de pele negra revezavam-se esfregando todas as partes do seu corpo e lavando-a com essências de ervas. E era um belo corpo! Seios enormes e firmes, coxas grossas e nádegas robustas. A pele era muito branca, principalmente no belo rosto de proporções angelicais. Lábios grossos e insinuantes, olhos verdes e maçãs do rosto pronunciadas. O nariz era levemente arrebitado, combinando com sua arrogância. Era alta e imponente, e isso era acentuado pelos belos cabelos loiros que caíam até a cintura. Sem dúvida alguma, era a mulher mais bela em todo o reino. Ou, pelo menos, era assim que gostava de pensar.