Nos tempos de Christ

Cena 1 ato 1

Ouve-se na cena som de ventania e foguedos de pequenos animais ao longe ( tipo grilo e passarim )

Entra uma musica com flauta, só flauta. O som chega rasgando o espaço em sí Maior um sopro que faz arrepiar a 1a vertebra do vivente que acompanha este causo.

# som 1 > Flauta rasgando em sì Maior

O cenário é de calor.
Sugiro luz vermelha, tons de areia, marrons, pedras, só cactus mesmo e quiçá um matinho que sobreviveu aos constantes assaltos do sol de 70 graus. Seja a cena numa vila num lugar ermo, poucos objetos, poeira, restos de cercas, varal com panos estendidos...

Em cena entram duas meninas ( de uns 13 anos ) estão vestidas dos pés a cabeça com roupas de época ( 30 A.C. + ou - ) e devem estar derretendo. Andam de mãos dadas rumo ao seu destino ( e eu não vou dar o spoiler agora ).

Uma delas chama-se Maria, a outra pode ser a Isabel.

Maria: To rezando para mãe eterna pela Geovana...

Isabel: Ah! mas também a idéia da menina né? As águias que nos guiem...

Maria: Gente sim ok, tem o papo da crise hídrica e tem que ver que o pai dela é muito violento ja matou um filho por menos

Isabel: É , mas se pah ela vai morrer igual. Seja por dor de barriga, seja pelas mãos do pai ou seja pelas mãos dos irmãos que também estão brabos com o que ela fez. Mas como foi a onda?

Maria: Tava fazendo um calorzinho, tipo uns 47 graus e a Geovana foi tomar um banho e se sabe que o pai dela não gosta disso, mas como ela achava que o velho tava na roça arriscou uma ducha. Acontece que o pai dela voltou bem na hora. Quando ela se ligou, o velho ja estava na cozinha. Pro pai dela não ouvir o barulho da água caindo, ela pôs o chuveirinho na boca e começou a beber toda a água enquanto tentava achar a rolha para estancar o chuveiro. Tomou uns 13 litros de água, não achou a rolha, quase explodiu, e ainda levou uma sova do Jeremias. Só esperamos que o olho dela volte a enxergar.

Isabel: Que as pirâmides se alinhem por nós.
( Saem de cena pelo lado oposto que chegaram. )