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      Louis se arrumava apressadamente, havia esquecido, como sempre, do evento beneficente que prometera ir. Há algumas semanas atrás ele já havia idealizado e até encomendado o terno que usaria, mas agora sequer passava a ideia de colocar a vestimenta que levaria no mínimo 20 minutos para ser devidamente ajustada e ainda, por ser um traje ultra-fino, exigia um Louis de acordo e ficar extremamente arrumado era um pensamento absurdo no momento.

Ao abrir seu closet, não pensou duas vezes antes de pegar seu fiel blazer preto que já estava levemente desbotado mas de nenhuma forma parecia velho. Em momentos de desespero arrancou do cabide a primeira camiseta preta que viu, ironicamente era a que deixava o garoto mais sexy do que já era naturalmente pois além de larga, um pedaço de sua tatuagem favorita escrita "It is what it is" aparecia discretamente.

Viu a calça que usara ontem no jantar com seus amigos em um amontoado no chão, correu até lá e a vestiu enquanto dava pequenos pulos na errônea intenção de coloca-lá mais rápido. Ao puxar a gaveta de sapatos que era dedicada a eventos renomados tirou um calçado que a muito tempo não via e o colocou em seus pequenos pés.

Seus dedos passavam apressadamente entre seus cabelos na falha tentativa de fazer um topete. O objetivo quase foi atingido, mas o "quase" fez com que o penteado ficasse comicamente parecido com uma ponte, mas Louis não poderia se importar menos.

Voltou para seu quarto, pegou o celular e sua carteira, pois sabia que teria que desembolsar uma grande quantidade de dinheiro no evento, mas não se incomodava com isso, era por uma boa causa e Louis adorava ajudar pessoas.

Em passos apressados desceu as escadas e saiu pela porta principal, a trancando logo em seguida. O céu de Londres estava levemente escuro devido ao recente fim do crepúsculo e aos poucos a temperatura começava a cair. Tudo indicava que seria uma noite bonita, e caso não tivesse compromissos provavelmente passaria as próximas horas em sua varanda observando as estrelas e fumando cigarros.

Desceu pelo enorme jardim e entrou no conversível que o esperava a algum tempo. Jason, seu motorista, o comprimentou com um leve sorriso e fez uma piada sobre o atraso que acabou tirando pequenas risadas dos lábios de Louis.

Enquanto o carro passava pelas ruas movimentadas da cidade, o garoto observava a Lua e as poucas estrelas que já haviam aparecido. Louis gostava das estrelas, gostava de todo o caos que as envolviam, "É preciso ter um caos dentro de si para dar à luz uma estrela cintilante.", dizia Nietzsche. Longe do garoto apoiar o homem e seus pensamentos, ele apenas apreciava a sabedoria que o acompanhava.

Louis gostava de acreditar na ilusória ideia de que pessoas quando morrem viram estrelas, ele tinha que fazê-lo, tornava mais fácil de aceitar o falecimento da mãe. Ela estava ali, olhando e cuidando dele, chorando quando ele chorava e sorrindo quando ele sorria, e hoje, por já saber o que iria acontecer, Johannah pulava de alegria.

Supunha que quando estava triste, sua mãe se tornava um estrela que não brilhava tanto mas ainda assim era magnífica e quando estava feliz ela se transformava em uma estrela enorme e vistosa. O garoto pensava, por estar no meio termo hoje, que a estrela da mãe era apenas... normal, um brilho morno, mas mal sabia ele que sua guardiã, hoje, era a estrela mais brilhante do céu.

Louis, em meio aos seus devaneios, não percebeu que havia chego ao evento até o momento em que os flashes começaram a reluzir dentro do carro. Preparou-se então, assumiu a postura de empresário e ajeitou sua roupa. Inocentemente, achava que estava pronto para tudo o que aconteceria nas próximas horas.

Geralmente, precisava de alguns dias para se preparar psicologicamente para enfrentar esse tipo de evento, Louis era inteiro sistemático, não conseguiria ir a um simples bar se não passasse no mínimo duas horas mentalizando o fato.

love at first sight 》 l.sМесто, где живут истории. Откройте их для себя