A Caixa

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Aquela caixa estava atormentando-a há dias. Como ele poderia ter feito aquilo? Ele se foi deixando apenas a pequena caixa, uma chave e um bilhete com as palavras escritas: "Use a chave e me encontre".

Os dias se passaram restando apenas a saudade e o medo de descobrir o conteúdo secreto daquele objeto tão pequeno. Na verdade, ela estava com medo de saber se teria coragem ou não de seguir a orientação do bilhete.

Nao suportava mais adiar aquele momento. A saudade venceu. Comprou sua garrafa de vinho preferida, a abriu, despejou o líquido em uma taça e apreciou o aroma antes de dar o primeiro gole. Bebeu metade da garrafa para tomar coragem e respirando fundo, usou a chave.

Abrindo a caixa, olhou alguns minutos para o que tinha dentro.


Dentro, uma única pílula azul. A pegou lentamente, observando cada detalhe da mesma para em seguida colocar na boca e com a ajuda do vinho, a engoliu, mergulhando em sensações desconhecidas.

Dois minutos se passaram e sentiu-se, com a certeza de que seria capaz de voar. Foi até sua varanda e seu amado a esperava; ela sorriu. Ele abriu os braços, a convidando para um abraço. Ela, feliz com seu retorno, subiu no parapeito e pulou em seus braços. Saltou do 13º andar, achando que estava se jogando nos braços de seu amor, descobriu tarde demais que não podia voar.

Sirenes ao longe. Agora ela estava ao lado dele por toda a eternidade. Já não existe saudade.


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