Capítulo único

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Caitriona deu tudo de si durante a maratona e conseguiu - para sua surpresa - completa-la em 4 horas e alguns poucos minutos, tempo inferior ao que esperava fazer os 42km da prova. Estava muito orgulhosa de si por ter conseguido chegar até o fim, correr pela World Child Cancer que ela tanto amava, respeitava e se sentia honrada em representar, deixava-a feliz de uma maneira que Cait não conseguia pôr em palavras.
Foi isso que ela conseguiu dizer após finalmente parar de correr e pender o corpo para frente apoiando as mãos nos joelhos até sentar-se no asfalto, a sensação de dever cumprido e a adrenalina tomaram conta dela e só depois de algum tempo deu-se conta de que sua irmã estava sentada ao seu lado.

Mesmo sabendo que ele não estava lá, não conseguiu não procura-lo entre as pessoas que aguardavam os corredores cruzarem a linha de chegada do outro lado das grades no meio-fio. Não teria conseguido sem a ajuda de Anne Marie, na verdade até esperou desmaiar durante o trajeto, mas a presença dela a encorajou e a socorreu, estava muito feliz de ter feito isso com ela.

Assim como sua irmã, Sam também foi muito importante durante a sua preparação física e psicológica, pois nos momentos em que duvidou de si mesma, ele permaneceu a incentiva-la a acreditar em sua preparação, em sua motivação e em sua força interior. Além de pessoalmente acompanha-la durante algumas corridas. Se precisasse de um treinador não necessitaria pedir, pois encontraria um ao lado dela pronto e motivado.

Cait recolheu do chão o que lhe restava de si, recebeu sua medalha, fez o que precisava para a WCC, voltou para a cama que lhe recebeu nos dois dias de estadia em Londres e descansou as poucas horas que lhe restaram antes de pegar um táxi e ir para o aeroporto. Ela deveria estar de volta à Escócia ainda no domingo para no dia seguinte voltar à rotina normal de gravações.
De Heathrow até o aeroporto de Glasgow, Caitriona não conseguiu fechar os olhos por um segundo que fosse durante os pouco mais de 60 minutos de voo, pensando em tudo o que tinha para dividir da experiência com ele.

No desembarque foi surpreendida pela visão de Sam sorrindo para ela com ar orgulhoso e os olhos brilhantes, as mãos nos bolsos do jeans preto que saíram de seu esconderijo para segurar seu rosto entre elas e beija-la apaixonadamente sem se importar se alguém os descobriria naquele momento tão íntimo.

- Estou tão orgulhoso de você, hon.
- Obrigada, darling. Também estou um pouquinho. - Cait falou ainda sentindo os dedos dele tocando seu rosto delicadamente.
- Está feliz, não está?
- Muito.
- E cansada?
- Não tenho nem certeza se consigo ficar de pé por mais tempo.
- Vamos para casa. Me deixe levar isso pra você. - Sam falou colocando o braço ao redor da cintura dela e agarrando a mala de Cait para livra-la de se cansar ainda mais.

Eddie estava esperando por ela de pé nas patas de trás, com as da frente apoiadas no encosto do sofá. Caitriona fez um carinho demorado na gata e tentou se desvencilhar do abraço do namorado e ir para o quarto.

- Eu preciso de um banho quente e da minha cama.
- Você jantou?
- Comi alguma coisa rapidinho no aeroporto.
- Vou preparar algo para você comer. - Sam distribuiu beijos pelos ombros dela e completou: - Espera só um minuto e vai poder deitar.

Cait não sentia fome realmente, comeu para evitar uma discussão sobre como ela precisava se alimentar corretamente para recuperar-se de toda a atividade da manhã, o quanto o corpo dela havia sido colocado no limite... ela não queria ter de lidar com isso pelo menos não até ter uma boa noite de sono restaurador.

- Nada de banheira hoje, sinto que se eu sentar a minha bunda nela nunca vou conseguir levantar. - Ela riu e ouviu a risada dele às suas costas.
- Eu não me importo de te tirar de lá se não conseguir levantar.
- Nope, eu vou ficar bem no chuveiro.

Quando voltou ao quarto encontrou-o estudando o texto do dia seguinte deitado na cama já vestindo a calça do pijama. Raramente usava mais do que isso para dormir. A iluminação do quarto se resumia a luminária no criado mudo ao lado dele. Cait meio andou, meio arrastou-se até a cama e caiu nela com um sonoro HUNF.
Passados minutos, talvez horas, Caitriona já havia perdido a paciência e se remexia inquieta na cama, arrumando o travesseiro inconformada que mesmo com todo o cansaço, o sono havia lhe abandonado.

Run Cait RunWhere stories live. Discover now