Capítulo Único

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- Minhee... - o homem sussurrou com o rosto coberto de lágrimas – Vamos, você aguenta meu amor... - pediu beijando a mão da esposa.

- Os batimentos estão cada vez mais fracos – um dos médicos avisou aos demais – Precisamos tirar o bebê agora.

- Senhor, vou precisar que aguarde do lado de fora da sala por favor.

- Não! Eu tenho que ficar com ela! Ela precisa de mim – os olhos do homem estavam presos no rosto desacordado da mulher.

- Me desculpe, mas você precisa se retirar.

- NÃO! Eu quero ficar com ela! Salvem ela! – os soluços altos desesperava mais os presentes na sala.

- Senhor...

- CONSEGUIMOS! – uma mulher falou alto e o choro fino tomou conta do quarto – O bebê esta vivo.

- Meu filho... Consegue ouvi-lo amor? – o homem beijava a mão da mulher e logo o som indicando a falta de batimentos cardíacos começou – O que é isso?

- Os batimentos pararam, preciso de um desfibrilador aqui, urgente! – a correria na sala desesperou o homem que era agora arrastado pra fora – Precisamos reanima-la.

- NÃO! MINHEE! NÃO!

- Senhor Kim, por favor! – a enfermeira pediu.

- Eu não vou sair daqui.

- 1, 2, 3...- uma descarga elétrica fez o corpo da mulher saltar na cama.

- Sem resposta doutor – a enfermeira falou alto.

- Vamos de novo, 1, 2, 3... - mais um choque e a mulher permaneceu desacordada.

- Nada ainda...

- Vamos! A última vez! – o médico encarou Myung que soluçava olhando para o corpo da mulher – Vamos, dessa vez conseguiremos, aumente a força do choque, 1, 2, 3... - um choque mais forte foi dado e o corpo dela saltou mais uma vez – Vamos, vamos Minhee– o homem olhou o computador a frente que não demonstrava alteração.

- Senhor... - a enfermeira se aproximou.

- Qual a hora do óbito? – a voz do médico saiu falha e o olhar dele foi para Myung.

- 19:43 – a enfermeira disse alto.

Ao fundo da sala, em silêncio, um rapaz observava tudo chorando silenciosamente mas com um sorriso discreto no rosto, a roupa de enfermeiro servira como um ótimo disfarce, ver o homem que ele tanto odiava em tal estado era satisfatório, mas ver a mulher pela qual ele era obcecado morta, o cortava o peito, porém, agora ele tinha a filha da mulher, ele levaria a menina consigo e deixaria outro bebê no lugar, ele não perderia ela totalmente. Ele então se ofereceu a levar a criança para o berçário e assim o fez, no caminho para a ala de pediatria, ele fez a troca das crianças com a enfermeira cumplice que deixou no lugar da filha de Minhee, um menino que também acabara de nascer:

- Pobre Myung... - o rapaz disse baixo sorrindo.

*17 Anos depois*

Depois da fatídica noite em que Minhee morrera, Myung cuidou do filho que achava ser dele com o maior carinho e cuidado que poderia ter. Tentou ser para o menino o que a mãe seria e procurou de todas as formas ser realmente feliz, mesmo que sem o grande amor da sua vida.

Do outro lado da cidade, Kwang criou a filha da mulher que ele amava como se fosse realmente dele. (S/n) era a cópia perfeita de sua mão, os traços ocidentais, o sorriso apaixonante, até o jeito de olhar ela havia herdado, porém, também tinha o jeito impulsivo e esperto de seu pai o que causava problemas e atrito com Kwang. Ao mesmo tempo que ele a endeusava por ser filho de Minhee, a odiava por ser filha de Myung.

Rapunzel ♠ KNJWhere stories live. Discover now