Pesadelo

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Eu estava correndo, mas não importa a minha velocidade, sempre aquilo estava perto.

Eu não sabia o que fazer, parei em um quarto qualquer e tranquei a porta, estava morrendo de medo, suando, tremendo, chorando, me encostei na parede o mais longe da porta que eu podia, o quarto estava apenas com uma cama simples, uma escrivaninha com uma vela quase se apagando, tremulando a cada momento e uma cadeira, me agachei no chão e esperei o inevitável. A porta dá um tranco e se despedaça em minha frente, uma espécie de espírito entra, com urros de alguém com dor, um formato humanóide, sua cor era negra, sentia-se uma negatividade irradiante vindo dele. Eu sabia que a morte era certa. O espírito se pôs a frente para me atacar, em meio a investida a vela se apaga, deixando o escuro tomar conta do quarto.

Em meio ao silêncio assustador, escuridão e ar pesado, uma voz rouca e forte sussurra em meu lado esquerdo.

-BUH!

Abro os olhos, meu corpo ainda sente o cansaço da semana, parece reclamar de acordar, sinto cada músculo dizer, mas já? Estava escuro, assim como em meu pesadelo, eu estava suando também, assustado, coração disparado, como se aquilo que aconteceu fosse real.

Passo a mão no rosto a fim de dar uma leve despertada. Procuro meu óculos, sempre deixo do lado esquerdo, o encontro perto do meu celular. Coloco e ligo o celular. DROGA! Sempre esqueço o brilho no alto. Meus olhos começam a arder e lacrimejar. Tento amenizar fechando os olhos e abaixando a luminosidade. Após o embaçamento da visão acabar, procuro ver a hora. 2:33 da manhã, um alívio momentâneo percorre meu corpo, mais 3 horas para dormir, que felicidade, que alívio.

A sede e vontade de ir ao banheiro me toma conta. Levanto devagar, pego o celular e ligo a lanterna dele, caminho até o banheiro. Ao passar pelo corredor vejo um vulto indo para a cozinha, instantaneamente fico preocupado, invadiram minha casa? Apago a lanterna e vou para a cozinha onde vi o vulto ir. Eis que acontece um barulho na cozinha, a torneira se abre. PQP AGORA FODEU, TEM ALGUÉM NESSA MERDA. Fico parado por um tempo, torço pra ser um espírito ou um ladrão? 3 minutos fiquei ali no corredor, e a torneira ainda aberta jorrava a água na pia. Com meus olhos já mais acostumados com a escuridão, tomo coragem para prosseguir e descobrir o que era.

Começo a caminhar pelo corredor e me aproximar da entrada da cozinha, mais iluminada devido a luz do poste da rua e da lua. Era só passar da estante do corredor e já estaria na cozinha. Vou me virando devagar e vejo um movimento na pia, vejo uma sombra indefinida pairar sobre os armários, tomo coragem e vou ao se encontro. QUE PORRA É ESSA. O vulto se assusta e mia. Era meu gato, o Tom, estava tomando a água que descia da torneira. Mas que maldito, que susto o maldito me deu. Vejo que a janela estava um pouco aberta, justamente onde estava a torneira. A torneira é aquela de estrela que encaixa os dedos e facilita para abrir, Tom deve ter aberto apoiando para tentar sair pela janela.

Aproveitei e bebi água, respirei fundo para acalmar. Que noite! Coloco o copo na pia, acendo a luz da cozinha, dou a volta na grande mesa do centro, aquelas antigas de madeira pesada e caminho enfim até o banheiro. Entro, acendo a luz, faço o que devo fazer. Lavo as mãos no lavatório e olho para o espelho, a luz começa a piscar, como se quisesse apagar.

Ao voltar para a cozinha, quando chego na porta, a luz se apaga, a da cozinha e a luz do poste de fora. A escuridão toma conta da casa, na minha mente veio logo meu pesadelo, estava tão fresco em minha mente, estava tão ali, eu estava o revivendo. O medo começa a tomar conta de mim, começo a suar frio, meu coração batendo mais rápido, nem me dei conta que estava com celular no bolso. Começo a andar devagar até o corredor que dava acesso ao quarto. Tom mia e vai para a pia deitar. Ainda vejo um pouco da cozinha por causa da luz da lua. Chego no início do corredor para o quarto, estava muito escuro, mas eu enxergava a maçaneta da porta brilhando levemente. Meu plano era andar o mais rápido possível, abrir me jogar na cama e me proteger com a coberta.

Começo a andar rápido, estava indo bem, a maçaneta estava cada vez mais perto. Até que dei um passo à frente, sinto uma dor enorme percorrer meu corpo, uma dor intensa começa a tomar conta. Desejei tomar um tiro naquele momento para parar a dor. Começou leve e foi aumentando, quando chegou em ápice que percebi o que aconteceu, uma lágrima escorreu de meus olhos. Bati o dedo mindinho do pé na estante, a dor estava insuportável, sentia meu dedo queimar, doía, talvez a morte pelo espírito maligno doesse menos, encostei na parede e aguardei a dor passar. Ouço miado do Tom vindo da cozinha, tenho quase certeza que ele esta me zoando.

Me recomponho e entro devagar no quarto, lembro que estava com celular no bolso, ligo ele para iluminar um pouco o quarto e deito em meu lado da cama. Coloco celular de lado, me cubro. Minha esposa se vira na cama:

- Amor, esta tudo bem? Que barulheira foi aquela?

- Nada amor, mas nunca mais vejo filme de terror antes de dormir.

Ela se virou, deitou em meu peito e colocou seu braço em volta a meu pescoço. Eis que me me dou conta.

Não tenho esposa.

-BUH!

Ai ajuns la finalul capitolelor publicate.

⏰ Ultima actualizare: Jun 04, 2018 ⏰

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