Prólogo

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Fevereiro de 2014

Acordei e me senti estranho. Não que eu estivesse com dor de cabeça ou qualquer dor no corpo, mas me senti... Descansado. O que era estranho, já que havia passado a noite lendo e só fui dormir quatro da manhã. Não era pra eu estar me sentindo tão bem ao acordar às seis.

Quem é que dorme somente duas horas durante a noite e acorda se sentindo tão bem?

Peguei o telefone debaixo do travesseiro e olhei as horas... 11h43min. Não podia acreditar, era o primeiro dia de aula, e eu acordei tarde demais.

Pulei da cama, jogando o cobertor no chão. Saí do quarto e fui direto para cozinha. Como já era quase meio-dia, é claro que minha mãe estaria ali.

— Mãe! — gritei, e ela se assustou.

— O que foi, João? — ela perguntou, virando-se pra mim com uma panela na mão.

O que foi? Você não me acordou para ir para escola. Perdi o primeiro dia de aula!

— Garotos normais não vão à escola nos primeiros dias de aula, filho. — Ela se virou novamente e colocou a panela encima do fogão. — Esse ano vai ser diferente, João. Vai ser normal!

Revirei os olhos e voltei para o quarto batendo o pé no chão o mais forte possível. Espero que os vizinhos de baixo venham reclamar!

Meu nome é João Lourenço, eu tinha 16 anos e acabava de entrar no segundo ano do Ensino Médio, sendo do signo de libra; e você acaba de conhecer a minha amada — e total e completamente maluca — mãe.

A Inútil Capacidade de Ser NormalOnde histórias criam vida. Descubra agora